Capítulo VII - A perdição do Jardim

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Na fria noite que se seguia, os grilos e insetos noturnos faziam a festa na cidade. Uma imensa névoa cobria as montanhas sob o luar.

Ícaro, Dario e os Irmãos Cerberus estavam distantes uns dos outros. O silêncio pairava no ar. Tales não estava nada satisfeito com aquela situação.

— Ícaro, nós viemos aqui para te encontrar e levar à um local seguro. – Ele disse. – Se for demais pra você, eu e Lucano iremos embora agora.

— Preciso entender o que está acontecendo aqui. – Lhe respondeu. – Como você nos encontrou? – Sua pergunta foi direcionada ao garoto desconhecido.

Dario estava alheio naquela conversa. Pouco o interessava as palavras dos meninos gêmeos. Quando percebeu que os outros o olhavam esperando por respostas ele respirou fundo e relaxou os músculos.

— Bom, meu nome é Dario Maximoff. – O garoto não sabia o que dizer. Então começou pelo início. – Eu fui atraído para esse lugar.

— Espera. Você foi atraído até aqui? – Tales o interrompeu.

— Sim. Era como se houvesse uma voz na minha cabeça me mostrando o caminho até você. – Apontou para Ícaro. – Tudo o que eu fiz me trouxe até aqui.

Ícaro, que já estava abalado emocionalmente por todas as situações recentes que presenciou, não soube ao certo o que responder. Ele se sentia estranho quanto ao fato de todos se sentirem atraídos pela energia que ele emanava.

— Eu tenho as respostas para isso. – Disse Lucano.

“Há muito tempo, uma profecia fora lançada – descrita em livros velhos –. Ela falava sobre uma fonte poderosa de energia. Como o titã Hélio e o deus Apolo, uma pessoa terá em mãos o poder do glorioso sol. Você, Ícaro Volare. Você desempenhará um papel fundamental na Grande Batalha contra a besta colossal que desperta nas profundezas do Tártaro. Você é a Ordem, o herói que nos salvará.”

Junto das palavras do gêmeo mais intelectual uma forte frieza invadiu o depósito velho. Ícaro olhava perplexo para todos ali. Como ele poderia ser um herói? Mesmo depois de sua queda ao fundo do poço.

O garoto Maximoff abraçou seu próprio corpo após ouvir tudo aquilo. Suas mãos tremiam e as batidas do seu coração aumentavam. Ele sabia o que aquela profecia significava. Ícaro traria a Ordem ao mundo, e Dario o Caos.

— Eu tive um sonho. – O loiro disse. – Uma reunião entre os deuses.

— Não foi um sonho, Ícaro. – Tales falou.

— Aconteceu de verdade. – Seu irmão completou. – Os deuses se reuniram recentemente para decidir o que fariam...

— Quando Tifão chegasse. – Finalizou Tales.


Em outra parte da cidade, não muito longe dali, as Irmãs Hespérides tentavam entrar em contato com as demais ninfas do jardim. Uma tentativa frustrada e falha.

— O sinal está fraco demais. – Dione e suas irmãs voltaram para a sala.

— Já tentou usar esses seus poderes mágicos pra falar com elas? – Atlas disse para sua tia mais velha.

— Você acha que estávamos nos comunicando por telefone, rapaz? – Ela o repreendeu.

Luna esboçou um sorriso quando o garoto se calou e encolheu-se no sofá. Ela olhou bem para o rosto dele e admirou o quanto os humanos possuíam beleza. Todos a olharam quando a menina se levantou e se preparava pra falar.

A Queda de Ícaro [HIATOS]Onde histórias criam vida. Descubra agora