Capítulo X - As provações de Ícaro, pt. II

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Tártaro, o Reino de Hades

  Ícaro ainda sentia o poder correr pelo seu corpo, uma fonte de energia tão forte que o fazia arrepiar os pêlos. Ele se sentia poderoso, como se fosse um Deus. O garoto Maximoff o observava com encanto nos olhos. Ícaro estava maravilhoso.

— Agora ele usa roupas de época e brilha? – Atlas sussurrou.

Ícaro bateu suas mãos uma na hora, como se estivesse tirando poeira delas e ajeitou uma mecha do seus cabelos louros que caía sobre sua testa. Ele se aproximou dos seus amigos e lhes deu um sorriso.

— Estão todos bem?

— Precisamos passar pelo portão, – Luna disse. – mas penso que apenas Tales e Lucano possam abri-lo.

  Agora, em frente ao gigantesco e magnífico portão do Tártaro, Ícaro e seus amigos estavam agora tentando encontrar alguma forma de adentrar naquela parte do submundo. Dario e Luna trabalhavam juntos procurando por algum vestígio dos irmãos Cerberus, enquanto Atlas e Ícaro analisavam tudo nas proximidades da entrada. Eles achavam que havia um tipo de alavanca escondida para que os portões se abrissem.

— Cara, – disse Atlas. Ícaro o olhou e resmungou algo para que o outro continuasse. – não vamos encontrar nada aqui.

Ele sentou-se cansado em uma rocha, respirando fundo. Neste momento, Dario e Luna se juntaram ao lado dos dois.

— Honestamente? – Dario cruzou os braços, olhando para Ícaro. – Não estamos seguros aqui.

— Não consigo usar minha consciência cósmica aqui embaixo. – a menina galáxia disse por fim.

Ícaro não sabia o que fazer. Os portões do Tártaro eram impenetráveis, eles não conseguiriam fazer um arranhão sequer nele.

Então um som alto de passos começou a ser ouvido por eles do fundo de uma caverna, não parecia o barulho de pegadas normais, era algo grande. O som parou e no breu da escuridão um focinho canino surgiu das sombras. Seus olhos alaranjados como as chamas do Tártaro causaria medo em qualquer um que o olhasse. Ícaro – o mais próximo daquele monstro. – engoliu seco e recuou cautelosamente, enquanto os outros se viram encurralados contra os portões.

Ícaro e a Via Láctea pegaram seus arcos e começavam a se preparar para atirar. De cada lado de Dario flutuavam duas adagas prontas para serem atiradas. Atlas foi o único – por um momento – que não havia percebido que seus amigos tinham sacado suas armas. O garoto olhou para Luna quando ela fez menção para que ele pegasse sua espada.

No momento em que Atlas pegou a Matadora de Deuses, a besta deu mais um passo e um outro focinho surgiu ao lado do anterior. Agora eram dois pares de olhos famintos os olhando.

— Heróis, – Luna falou, ela tomou a frente dos outros junto de Ícaro quando ele relaxou os músculos e voltou a brilhar como antes. – se juntem.

Uma terceira cabeça apareceu. As três cabeças grunhiam ferozmente para os quatros, e os heróis estavam prontos para começarem uma batalha ali mesmo, mas o cão elevou suas cabeças e os portões do Tártaro se abriram para dentro. Por conta da iluminação das chamas vindo de dentro do Tártaro, eles puderam ver monstro com mais clareza. Ele media em torno de treze metros, sua pele sem pêlos era de uma cor negra e asquerosa, e o mais impressionante era uma cauda pontiaguda que parecia ter vida própria.

Ícaro e seus amigos não estavam entendendo o que acabara de acontecer. Perceberam de quem se tratava quando o cão gigantesco saltou sobre eles e se transformou em uma sombra, houve um som de ossos se partindo e da fumaça que se dissipou surgiram Tales, Lucano e seu outro irmão, o sombrio Nicolau. Suas roupas estavam rasgadas e eles se alongaram antes de se aproximar dos recém heróis.

A Queda de Ícaro [HIATOS]Onde histórias criam vida. Descubra agora