A Queda de Ícaro [HIATOS]

Capítulo III - O nascimento da Via Láctea

Monte Olimpo, Grécia Antiga

— Hermes! – Zeus gritou do alto do Monte Olimpo. E em sua pédila, o mensageiro dos deuses chegou voando como a rapidez do vento.

— Zeus, o que estas a desejar? – Perguntou Hermes, já pronto para encaminhar a nova mensagem.

— Eu preciso de um grande favor. – O deus dos céus andava de um lado para o outro. – Um favor que somente alguém com tamanha agilidade e maestria poderia fazê-lo. Você é o deus certo para esta missão.

Zeus contou sobre o seu plano para Hermes. Ele queria fazer de seu mais novo filho um semideus poderoso e imortal, não havia outra maneira, a não ser pelo leite divino de Hera. Mas como ele poderia fazer tal façanha, se sua esposa, Hera, mantinha um ódio mortal pelo pequeno bastardo – Hércules.

— Farei o possível para cumprir esta missão, meu pai – Hermes se reverenciou diante de Zeus, e zarpou para seu destino, a morada da mortal Alcmena.

...

Hermes não era só conhecido como o mensageiro dos deuses, ele também possuía o título de deus dos ladrões, dos comerciantes, da eloquência, além de ser o guia das almas dos mortos para o reino de Hades. Após convencer Alcmena de que seria melhor para a vida do seu filho desfrutar da imortalidade provida por Hera, o deus seguiu para o Monte Olimpo carregando Hércules em seus braços.

A divindade da família e da fertilidade estava adormecida em seus aposentos. Ágil como era, Hermes logo tratou de colocar o bebê para despojar do leite divino de Hera. Estava tudo conforme os planos de Zeus, entretanto Hércules, – como um semideus forte –, começou a mamar nos seios da deusa de uma forma bruta, fazendo com que o ser adormecido despertasse do seu sono.

— Por Zeus! O que está acontecendo aqui? – Hera gritou furiosa ao ver o pequeno Hércules possuindo o seu seio. Ela o afastou tão depressa que respingos de leite foram parar longe.

O que ninguém havia percebido era que, do leite que escorreu de Hera foi se formando um caminho de estrelas no céu. Como uma explosão de cores e brilho, o caminho luminoso foi se alastrando e se expandiu pelos céus. Desde então a deusa mãe ora pela sua criação, na qual deu-lhe o nome de Via Láctea, apelidada mais tarde de Luna.

Via Láctea, Universo

Naquele haveria a cerimônia de comemoração da grandiosa Via Láctea. Seres cósmicos de diversos planetas se juntaram em um só dia para um evento de tamanho porte como este. Todos esperavam para ver a magnifica galáxia em sua última fase, na forma binaria.

Em uma construção gigantesca, como um castelo, em tons de branco, se encontrava todo o tipo de entidade que alguém sequer poderia imaginar. A ansiedade para ver o espetáculo principal aumentava a cada segundo que se seguia. Como não poderiam estar eufóricos? As galáxias só se mostravam em sua forma mais clara a cada 20 anos. Dizem que ver a Via Láctea é como estar diante da própria Grande Mãe ou até mesmo dos portões do Grande Paraíso.

Havia chegado o momento. Um grande feche de luz atravessou os céus da galáxia deixando em seu rastro o brilho das estrelas. Todos estavam extasiados com aquele show, seus olhos brilhavam junto ao brilho das estrelas que se apagavam aos poucos. Uma criança alienígena percebeu um grande detalhe ao se virar para trás e ver uma figura brilhante ao alto da entrada daquele espaço.

— Olhem, olhem! – Falou ela. – Tem alguma coisa estranha e brilhante ali –. Ela arregalou seus olhinhos e gritou, apontando para a figura diante dela.