Capítulo XVII - Um futuro esquecido, pt. II

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       Ícaro abriu os olhos, ele parecia um pouco confuso. Não conseguia ouvir nada, além de uma doce melodia. O garoto viu os  tripulantes do navio saindo de um em um do deck inferior, então levantou-se e os acompanhou.

Atlas, que estava deitado ao lado de Luna, foi o segundo a levantar-se e acompanhá-los. Sem querer, bateu seu pé na perna de uma das amazonas, fazendo-a acordar.

— O que está acontecendo?! — perguntou sonolenta enquanto via os meninos saírem dali.

Lá fora, o capitão Illyrio estava em pé, se movendo lentamente de um lado para o outro. Parecia encantado com alguma coisa.

Um a um, os tripulantes começaram a se jogar no mar que parecia se agitar quantos mais corpos pulavam do navio.

Sarcella acordou de supetão ao ouvir o barulho de era causado pelos corpos na água. Luna já se encontrava de pé e em alerta.

— Tem alguma coisa errada acontecendo. — ela rapidamente juntou suas armas, acordou a outra amazona e juntas se preparavam para lutar com o que estivesse lá fora.

Os Irmãos Cerberus não se encontravam mais em seus sacos de dormir, eles acompanhavam os passos de Ícaro e Hermeto para a proa do navio. Entre rochas no meio do mar, próximo a uma pequena ilha, podiam ver lindas moças cantarolando uma canção hipnotizante.

— Afaste-se! — a líder amazona gritou, mas não foi ouvida. Então uma flecha passou raspando pelo braço de Atlas e atingiu o peito de uma das sereias encantadoras.

O garoto agora se encontrava desacordado e se debatia no chão do navio. Luna rapidamente correu para ajudá-lo, enquanto Sarcella e suas amazonas preparavam os ataques.

Luna o colocou de lado e afastou algumas correntes e outras coisas que pudessem machucá-lo. Aos poucos ele retomava a consciência.

Havia pelo menos uma dúzia de sereias ali, e elas não pararam quando mais uma fora atingida e caiu de sua rocha na água. O mar negro agora ganhava a coloração de um vermelho escuro.

Uma das amazonas — a que tinha o cabelo curto e raspado na lateral — pegou uma lança e atirou em mais uma criatura, tirando Ícaro de sua hipnose. Ela deixou seu arco de lado e correu para ajudá-lo.

— Sarcella, precisamos matar todas agora! — ela falou.

— É o que estou tentando fazer, Lora!

Lora não conseguiu responder. Seu corpo foi jogado para frente quando uma rocha pontiaguda rasgou a madeira do navio, tão forte que quase o fez tombar.

— Não!

Sarcella gritou quando Illyrio se jogou do seu navio em direção ao mar, seu corpo sumiu na água escura. Ela correu para a amurada da embarcação e gemeu baixinho.

As sereias que ainda estavam vivas mergulharam em direção aos tripulantes enfeitiçados que pulavam em direção à sua morte.

A terceira amazona tentava assegurar que os Irmãos Cerberus e o filho de Hércules não tivesse uma morte dolorosa ali, mas eles não paravam de forma alguma.

— Sarcella, Lora! — ela gritou com dificuldade. — Preciso de uma forcinha aqui!

Sarcella ainda estava de luto e Lora se esforçou a levantar para ajudá-la.

— Precisamos de mais ajuda!!! — as duas falavam enquanto tentavam segurar os últimos tripulantes enfeitiçados. — Eles são muito fortes.

A garota galáxia que ajudava Ícaro, levantou-se e na mesma hora soube o que fazer. Ela ergueu sua cabeça e fechou os olhos.

Iluminnus! — gritou ao erguer suas mãos para o céu tempestuoso.

A Queda de Ícaro [HIATOS]Onde histórias criam vida. Descubra agora