A minha rua não era famosa, nem tão bonita. Hoje me parece menor do que aquele então. Eu era pequena demais diante do universo fascinante das possíveis conquistas.
Foi ali que cheguei aos cinco anos de idade e fiz meus primeiros amigos. Meus irmãos e eu explorávamos o quintal sempre com os olhos voltados para a rua. A rua era o local dos nossos primeiros sonhos porque ela era a conexão com os amigos.
Eu corria de um lado para o outro, pulava amarelinha enquanto na cabeça os sonhos saltitavam latentes.
Eu lia. Lia muito para ampliar os limites da geografia. Lia com o coração sonhando novos espaços, novas paisagens.
Um dia descobri que sonhar era o primeiro passo para a imaginação. E nunca mais a vida foi a mesma.
Essa reflexão ocorreu num passeio pela memória que fiz com meu grupo de amigos de infância. Passamos pelos lugares que fizeram parte da nossa vida. Foi uma tarde diferente, introspectiva. Ver a nossa escola sob outro ângulo foi incrível. Lembrei-me dos tempos em que durante o intervalo das aulas eu sonhava o futuro como algo muito distante e quase impossível para certas coisas. Eu ainda não sabia que o futuro é o resultado do que vivemos no presente, das escolhas que fazemos. Recordei-me da banda marcial e do meu estágio como normalista . O que fomos ainda existe em nós. Perceber isso é fundamental porque o que fomos nos sustenta e nos salva em muitas fases das nossas vidas.
YOU ARE READING
Uma Ponte Para Você - viagens e vida
Non-FictionEsse livro fala sobre a minha experiência de viagens pela Europa, África e Estados Unidos. Uma vida dedicada ao trabalho e às viagens. São memórias que divido com meu leitor sobre as diferenças culturais e experiências que me conduziram a ver a vida...