Capítulo 7

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O jantar era profiterole, e Ana odiava profiterole. Mas não podia questionar a escolha de sua mãe, não podia fazer desfeita mesmo que aquela fosse a sua casa. Então ela apenas mastigava, tentando se esquecer do gosto, apenas engolir e continuar o mesmo processo.

Seus pais e seus sogros conversavam animadamente sobre os preparativos para depois do casamento.

O que perturbava um pouco os noivos, porque - mesmo por motivos diferentes - nenhum dos dois queria pensar no que aconteceria depois do "sim" no altar.

_ Espera, o quê? - Christian interrompeu em determinado momento da conversa em que Carrick falava sobre a casa que iriam morar no norte da cidade.

_ Claro que vocês vão decorá-la do jeito que quiserem, não precisam se preocupar com isso - Carrick murmurou.

_ Não vou morar no norte da cidade, pai - disse o outro pouco se lixando para decoração.

_ Filho, é uma ótima casa, e é perto de nós, o que é perfeito, assim Ana não ficará sozinha - Grace interveio.

_ Não, isso não vai rolar - insistiu o mais novo. - Não vou morar aqui.

_ Christian - Carrick começou.

_ Eu não vou ficar aqui, pai.

_ Você não vai levar a Ana para os Estados Unidos. Um país totalmente diferente do nosso - seu pai foi firme.

Ana não disse nada.

Ela não queria mesmo se mudar, não queria ir para o outro lado do mundo, onde nem mesmo falava a língua fluentemente e não conhecia ninguém além do noivo - se poderia contá-lo como um conhecido.

Mas além de tudo, não queria causar brigas.

Com poucas horas ao lado de Christian ela pôde perceber que o homem não foge da raia, que nunca abaixa a cabeça nem mesmo para o pai. Se tinha que rebater, discutir, defender seu argumento, ele faria até mesmo com o Papa. Então ela teria que ceder.

_ Sr. Grey, eu realmente não me importo... - interveio ela, sem nenhuma vontade de contrariar, mas tentou.

_ Querida, não tem que ir para o outro lado do mundo por um capricho do meu filho - Grace disse.

_ Acho que eu deveria apoiar meu noivo no que ele quer, e não causar discórdia na família - disse Ana.

Ela não sabia se queria continuar aquela conversa - o que a faria não comer e aquilo era um bônus ótimo - ou preferia apenas continuar para realmente não precisar comer.

_ Ah, meu amor, nem pense nisso, não há nenhuma discórdia - Grace murmurou.

_ Vai haver se não mudarem de ideia - Christian rebateu.

_ Christian - Grace chamou atenção.

_ O acordo foi que... - começou Carrick novamente.

_ O acordo foi eu me casar com quem vocês quisessem, é a minha única obrigação e eu estou fazendo isso, não é? Agora, não importa o que vocês digam, não vou ficar aqui. Não passei seis anos estudando em Nova York para voltar para cá e assumir sua empresa, pai.

Ana mordeu o lábio enquanto a mesa ficava em um silêncio intenso.

A morena soltou o ar e pediu licença ao se levantar.

Seu noivo não querer ficar no país estava okay, ela podia lidar com aquilo mesmo sabendo que seria muito difícil estar sozinha num país totalmente diferente, mas ele dizer aos ventos que estava se casando por pura e única obrigação de um acordo com seus pais já era demais para qualquer uma.

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