Capítulo 44

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Ana estava deitada de costas na cama, ela havia jogado o lençol no chão de tanto se mexer, a camisa - que era de Christian - estava levantada, mostrando um pedaço da pele barriga já aparente, o cabelo negro espalhado pelo travesseiro, uma das mãos inconscientemente repousando na barriga, enquanto dormia tranquilamente. A luz do sol iluminava o quarto, as cortinas fechadas deixando apenas algumas frestas de luz entrar, nada que incomodasse a menina.

Ela parecia um anjo. Era engraçado como ela parecia mais bonita daquele jeito: usando sua camisa, apenas de calcinha, uma das pernas dobradas e a outra esticada sobre o colchão, agarrada ao travesseiro dele, o cabelo todo bagunçado pela cama. Ela estava linda, perfeita. Mais perfeita do quando penteava o cabelo, colocava camisola de seda e ainda passava maquiagem para dormir. A vida deles havia mudado bastante. Sim, dos dois. Ana parecia mais relaxada, mais atrevida também, sempre com uma resposta na ponta da língua, menos submissa. E ele, contra todas as probabilidades, estava apaixonado por aquela vida, por Ana, pelo bebê.

Lá para a décima sétima semana de gestação, o corpo de Ana começou a mudar, transformando sua barriga que ainda era lisa em uma pequena bola de repente. E Christian estava inacreditavelmente, profundamente e incondicionalmente apaixonado pela barriga bonita e delicada da menina. Para ele, não existia nada mais bonito no mundo do que Ana grávida. E o som da risada dela quando ele a beijava desprevenida ficou em segundo plano da seu som favorito quando ouviu o coração do bebê. Era forte e rápido. Apaixonando. Infinitamente importante para ele.

Ele sorriu, admirando como Ana se agarrava ao travesseiro dele, inspirando profundamente o cheiro ali, o cheiro dele.

Ana também não conseguia se conter. Parecia que seu desejo de grávida era longo e intenso, e era Christian. A garota continuava com as mesmas necessidades de ter que ficar perto dele a cada segundo do dia, e quando ele saía para trabalhar e ela para a empresa, era como se ela não conseguisse respirar por longas horas. Ao contrário do que acontece com muitas mulheres, ela não enjoava do perfume dele, do cheiro que ficava impregnado em si quando ele a abraçava, e muitas vezes até pegava suas camisas para usar depois da faculdade enquanto ele não chegava.

Era cômica a forma em que ela queria sempre se juntar no banho com ele para ficarem mais tempo juntos.

Christian não se importava, era sempre paciente com a menina, sempre com ela quando possível, até mesmo demarcando reuniões ou passando para outros funcionários que poderiam fazê-la em seu lugar para que pudesse dar atenção à morena.

Christian se aproximou da garota, beijando o rosto dela enquanto se sentava ao seu lado, inclinando-se sobre a garota, sentindo aquele cheiro familiar de framboesa que vinha do cabelo dela.

— Huum... - a garota suspirou feliz, ainda de olhos fechados, sem querer mover um músculo sequer.

— Está na hora de acordar, amor - ele sussurrou, sorrindo com os lábios contra os dela agora.

_ Não, não quero - reclamou ela, passando os braços por ele, puxando-o para se deitar também. - Vamos ficar aqui. Para sempre - sussurrou quando finalmente conseguiu que ele se deitasse ao seu lado.

Christian riu baixo e abraçou.

_ Você todos os dias diz isso - murmurou ele.

_ E você todos os dias me ignora - rebateu ela.

_ Hoje é quarta, Ana, não podemos ficar em casa.

_ Mas você é o chefe e eu sou uma ótima aluna, podemos sim ficar aqui - insistiu ela.

Ana estava num curso avançado de letras durante o verão, o que a faria terminar a faculdade um ano antes do previsto. Não que ela precisasse, mas a garota alegou que não iria passar o verão sem fazer nada enquanto Christian não estava em casa.

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