Capítulo 53

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Ana se sentia bem, fisicamente perfeita. Ela tinha certeza absoluta de estar completamente bem. Por algum milagre ou obra divina dos deuses.

Mesmo que seu corpo parecesse pesado e sua cabeça parecesse que havia sido arremessada contra uma parede de aço.

Os olhos de Ana se abriram e ela encarou o teto branco do quarto de hospital. Ela olhou ao redor, admirando as muitas flores espalhadas pelo local, e logo seus olhos pararam em Christian, ele estava tão concentrado no que havia no berço ao lado que ao menos percebeu a garota de olhos aberto.

Ana levantou a cabeça, tentando ver o que sabia que era o seu bebê ali, e isso chamou atenção de Christian, que finalmente se virou para ela.

A primeira coisa que ele fez foi beijar sua testa, o alívio sendo claro durante o ato enquanto pegava uma de suas mãos.

_ Finalmente você acordou - ele sussurrou contra sua testa.

Ana fechou os olhos, sentindo tudo vir a tona, mas de um jeito bom: ela estava bem, o bebê estava bem.

O bebê...

Seus olhos voltaram a si abrir e ela se agitou novamente.

Deus, ela queria muito vê-lo, ter certeza de que ele era real, que aquilo não era um sonho.

A morena olhou para o pequeno berço de hospital novamente, vendo uma mãozinha no ar. Apenas isso. Pela visão periférica não conseguia ver com clareza o amontoado na manta azul.

Ela se esticou minimamente, pronta para se sentar na cama, e com a ajuda de Christian - que ao menos tentou impedi-la pois sabia que não conseguiria - conseguiu.

A morena olhou ansiosa para o marido, os olhos pedindo, e ele atendeu seu pedido, pegando o bebê do berço com cuidado e indo até ela, o sorriso automático enquanto encarava o bebê.

Ainda incerta, até meio assustada, Ana pôs os braços em volta do bebê embalado numa manta azul escura, pegando seu filho nos braços pela primeira vez. O pequeno tinha o cabelo preto, o redemoinho em sua cabeça deixando-o fofo, o rostinho mínimo - agora limpo do sangue - era redondo com as bochechas ardendo de cor.

Ana mordeu o lábio, deixando as lágrimas caírem, as emoções tomando conta enquanto pegava no ar a mãozinha do bebê que se espreguiçava. Ele parecia prestes a acordar de seu sono tranquilo, o peito subindo e descendo de forma ritmada. Seu rostinho tão pequeno com as bochechas cheias, uma das mãozinhas fechadas em punho contra o próprio peito. Era um ser apaixonante.

O pequeno de repente abriu os olhos, mostrando as lindas orbes azuis brilhantes.

Lindo. Perfeito. Era só o que Ana conseguia pensar.

A morena engoliu o bolo em sua garganta, sentindo todo o seu mundo parar, encarando sem desviar os olhos dos dele.

Houve um descompasso ali. Um descompasso do seu coração. Já amava aquele bebê desde que o médico lhe disse que estava grávida, mas pegá-lo no colo era diferente, uma responsabilidade a mais, ele estava no mundo, naquele mundo onde coisas ruins existiam aos montes, e tudo o que ela queria era colocar seu bebê num potinho e não o deixar nunca sair de lá.

— Hey - ela sussurrou para o bebê que o olhava com atenção, a mãozinha já segurando seu dedo e apertando.

A visão da morena já estava embaçada com as bolotas de lágrimas de emoção, seu coração disparava forte e rápido, sua respiração ofegante como se tivesse corrido uma maratona.

Aquele serzinho em seus braços era real demais para ela não sentir toda a responsabilidade caindo em sua vida, mas não era assustador, ao contrário do que imaginou, não a deixava em pânico. Na verdade, a deixava nas nuvens, a deixava tão feliz que ela não conseguia respirar normalmente, não conseguia controlar os batimentos do seu coração.

Nada antes do bebê parecia certo. Ele era a certeza de tudo, do mundo, da vida.

A morena limpou as lágrimas embaixo dos olhos e sorriu para o pequeno em seus braços, sentindo a boca de Christian em seu cabelo.

Ela olhou para o marido, mas ele encarava o bebê.

Ana sorriu e beijou sua bochecha, recebendo a atenção dele, que lhe sorriu de volta.

_ Eu estou tão feliz - murmurou, ganhando um sorriso do outro e um beijo rápido em seus lábios.

Ela voltou sua atenção para o bebê, contornou com a ponta dos dedos seu nariz pequeno de botão, suas bochechas cheinhas, sua testa, seu queixo, sentiu seu coração batendo rápido por baixo do macacão e então inspirou o ar aliviada.

Foi anta coisa ruim, tanta confusão, todo aquele esforço por ele. E ela faria mil vezes de novo.

Ana não queria saber de nada que não envolvesse o pequeno bebê naquele momento, nada importava, já havia acabada. Ela tinha sim várias coisas saber, para perguntar, para dizer - para dizer à Christian, aos médicos, aos seus amigos, aos seus pais... Ela tinha tanto. Mas existia algo muito mais importante do que tudo e todos.

Theodore Matthew Grey.

E ele era realmente um presente de Deus.

_ Eu te amo tanto - sussurrou para o pequeno que a olhava com curiosidade numa promessa de vida eterna.

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Entaaaaao tenho o prazer de apresentar o baby Grey, nosso Teddy maravilhoso, que eu já estou apaixonada 😍😍

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