Sem reação

13 5 2
                                    

Depois de um tempinho procurando Lydia, me lembro que não procurei na biblioteca e nem na sala de música. Resolvo ir na biblioteca primeiro e ela não esta lá, depois me direciono para sala de música, ela é liberada para os estudantes, eu ainda não tinha visitado essa sala, muitos poucos alunos sabiam tocar algum instrumento musical.
Chegando perto da sala de música ouço um som de piano, é tão encantador, meu pai comentou várias vezes que minha mãe adorava tocar piano, acho que por isso sou tão amante do som que ele transmite.
Cada vez que vou chegando mais e mais perto, a música vai ficando mais e mais atraente, percebo que a porta esta entreaberta, e olho através daquele espaço. Vejo Thomas Reymond deslizando suas mãos como um profissional sobre o piano, ele está tão, concentrado. Observo o seu rosto, com um olhar tão triste quanto a música que ele escolheu tocar, e ao mesmo tempo tão lindo e mistério. Eu fico parada, hipnotizada, olhando para ele, com seus cabelos pretos lisos e seus olhos verdes claros. Eu não sei porque, mas sua tristeza e mistério me chamam a atenção, ele não gosta de muitas pessoas, nem o vejo acompanhado em nenhum momento, nem de meninas, nem de meninos. Ele é calmo, e parece não se importar mesmo de ficar sozinho.
Eu me esqueço, e me escoro levemente na porta, ela se abre fazendo um barulho e ele rapidamente para de tocar e me encara. Meu coração acelera e eu fico vermelha. Permaneço parada, e o olho com uma cara de assustada. Ele provavelmente deve estar me achando uma idiota.
-Me desculpa. - falo e me viro para ir embora, mas não vou totalmente, fico parada do lado da porta escondida.
Logo ele volta a tocar sua música triste.
Eu vou para a próxima aula, chegando lá não encontro Lydia, me sento na ultima cadeira da fileira do meio. Meu corpo esta na aula de Matemática, meus pensamentos ainda estão em Thomas e seu belo rosto sem expressão.
Fim da aula, chego em casa pego meu celular e ligo para Lydia, repeti a ligação umas 5 vezes, e nada. Depois liguei para o Théo,ele me atente.
-Alô?
-Théo, onde você está?
- Ahhh, na minha casa!
Eu resolvi testa- lo.
-Não, eu fui na sua casa depois da aula, tem só alguns minutos.
- É verdade, não estou em casa mesmo, olha eu tenho que desligar, amanhã te conto tudo.
- Ta bom, e, a propósito, eu não fui na sua casa.
Ele não disse nada, e de repente ouvi o seu sorriso do outro lado do celular.
- Você é esperta.-Ele disse e logo depois desligou.
Eu fiquei o resto da noite pensando oque ele iria me dizer, deve ser muito importante para J.P e ele ter faltado, e logo depois fazer Lydia sumir da escola.
Era de madrugada quando meu celular vibrou, eu o peguei, vi que era uma mensagem do Théo, era simples, mas estranha:
"Me encontre na escola "

Como alguém queria que eu a encontrasse em plena madrugada?!.
Mesmo assim me arrumo e vou para frente da escola. A rua esta escura, deserta, e esta uma noite fria. Que roubada que fui me meter, e se ele não aparecer, e se for uma pegadinha, naquele momento só conseguia pensar em "e se".
Derrepente uma mão agarra meu ombro, e logo em seguida tampa minha boca, até parece que eu iria conseguir gritar, tinha perdido totalmente minha voz, e minhas pernas ficaram moles, tão moles quanto Maria mole.
Senti o medo me consumir em questão de segundos.Fiquei sem reação.

ChrisdaleOnde histórias criam vida. Descubra agora