Capítulo 3 - Ino

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Capítulo feito em homenagem a Camy e a Lorry <3

Que o dia de vocês seja maravilhoso e que possam aproveitar cada segundo dele!


A rotina do ballet era intensa, terça a sexta, das sete da noite às nove e meia, sábado o dia todo, então, para Ino, restava o domingo para fazer o que queria, e nem sempre era o suficiente.

Às dez horas, acordou com o pai batendo na porta, a gata sobre suas costas se espreguiçou, as patas macias massagearam seus músculos à medida que ela andava para mais perto de sua cabeça. Resmungou algo, que foi totalmente ignorado pela gata, sentiu a língua áspera em seu rosto e bufou, inconformada.

— Um dia, faço churrasquinho de você — brincou enquanto segurava a pequena Bom-bom e sentava na cama. — Pronto, pronto, já acordei.

A gata miou inconformada por ter sido colocada no chão, mas Ino a ignorou enquanto caminhava até a porta. Deixou a gata passar primeiro e marchou ao banheiro como se seus pés pesassem mais do que deveriam pela manhã. Encarou o espelho com os olhos nublados, o reflexo tão confuso quanto ela ao tentar enxergar algo além do cabelo bagunçado e do rosto amassado. Ouviu mais uma vez o pai chamar e decidiu que a água fria talvez levasse pelo ralo parte do sono que ainda sentia.

Bateu duas vezes de leve no rosto e sorriu para o espelho.

Carpe diem, querida, carpe diem! — disse, mais animada.

Escovou os dentes, penteou o cabelo longo e saiu do banheiro renovada.

— Bom dia, papis. — Beijou-o no rosto ao contornar a cadeira onde ele estava sentado.

— Bom dia, princesa — ele respondeu com a mesma animação. — É hoje o dia, não?

Ino franziu o cenho ao se sentar à mesa, confusa, encheu a caneca com leite e café fresco e só então lembrou a que o pai se referia.

— Ai minha deusa... — lamentou-se e deixou o corpo recostar na cadeira. — Eu tinha me esquecido...

Inoichi riu de forma leve, como se já esperasse por aquilo, entretanto, sua feição ficou mais amena quando voltou a falar:

— Mas você não vai ignorar o convite, certo, princesa?

Ino mordeu o lábio antes de erguer a caneca e fingir que era capaz de se esconder atrás dela. O pai não a pressionou, os dois sabiam o quanto o assunto era delicado, e Inoichi, mais do que ninguém, sabia que paciência e apoio eram tudo de que a filha precisava de si para tomar suas próprias decisões. Ora essa, Ino podia ser maior de idade, mas demoraria muito para conseguir abrir mão da filha para o mundo, então, pelo tempo que ela precisasse, ele estaria ali por ela.

A caneca foi deixada na mesa, havia certo medo e apreensão nos olhos azuis de Ino, os lábios rosados formavam um bico contrariado enquanto ela batia os dedos na mesa.

— Você pode me levar na casa do Sasuke meio dia? Ele disse que vai junto comigo para caso ter que bater em alguém. — Ela sorriu incrédula.

Inoichi riu abertamente e assentiu, ainda que sentisse ciúmes da amizade da filha, afinal, ela o tinha proibido de ir junto, mas não tinha feito muito caso quando Sasuke se ofereceu para levá-la. Mas não havia o que fazer, eram quase nove anos de amizade, já tinha até mesmo socorrido Sasuke diversas vezes quando ele ligava para Ino com medo de dar trabalho ao tio. Suspirou, era bom saber que sua pequena princesa tinha um cavaleiro leal por perto.

— E como anda o cursinho? A nova turma é boa?

— Ah, não, papis, não vamos acabar com o meu dia, né? Não me lembre desse pesadelo! — ela resmungou e mordeu a torrada como se quisesse encerrar o assunto.

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