Capítulo 14 - Intensidade

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Mano, temos até o capítulo 20 pronto! Primeira fic que eu vou postar 20 capítulos direto e sem atraso hahahahaha


Ino acordou. O calor das cobertas trazia-lhe conforto, e os olhos inchados voltaram a se fechar quando as lembranças retornaram à mente. A música ao fundo a embalava com suavidade, e ela preferiu se concentrar nas notas tão bem conhecidas. O quarto estava escuro, e a tela do celular que ela se esticou para pegar fez os olhos arderem pela luminosidade quando o destravou para verificar o horário. Quase onze da noite...

Sentou-se, a garganta arranhou, ela abraçou as pernas dobradas e puxou as cobertas até os ombros. Não queria sair do quarto. Sabia o que encontraria da porta a fora: a realidade, e não a queria encarar. Maldita a hora quando procurou por seu nome nas redes sociais... nunca o tinha feito! Nunca precisara... uma amiga a tinha citado e, por isso, só por isso, buscou pelo próprio nome. E achou! Mas não só a citação da amiga. Havia dezenas de comentários sobre si, outras dezenas de fotos debochadas. Sabia que era motivo de piada, já tinha ouvido uma ou outra, tinha ciência de que não era querida, mas nunca daquele modo, nunca com aquela intensidade, com toda aquela maldade e ódio. Sentiu-se diminuta, indefesa, exposta como nunca antes em todos os anos diante de uma plateia atenta.

O que ela era? Um bobo da corte? A diversão secreta da turma? Porque foi isso que pareceu! Tinha pelo menos duas novas imagens suas por semana em um dos perfis, ela contou! Eram publicações programadas às terças e sextas-feiras, legendas que a ofendiam, humilhavam... E isso nem se comparava aos comentários, às conversas, às ofensas dos "colegas" que a cumprimentavam todo dia.

O coração voltou a acelerar, era como cair num precipício sem saber quando se chocaria no chão e em quantos pedaços a alma iria se partir. Cobriu os ouvidos, por puro hábito, as mãos não impediriam que a mente repassasse cada texto maldoso que tinha visto mais cedo. E perceber isso a fez tirar as cobertas e levantar-se de uma vez, apenas para que não caísse na tentação de deitar de novo e se esconder sob as cobertas. Ela não era de se esconder, não era de baixar a cabeça, não era de se diminuir para que os outros não a vissem!

Não. Cabeça erguida, coração aos prantos, mas o rosto impecável, o sorriso pintado na face apenas para que ninguém pudesse ver o quão ferida estava. Já tinha aprendido isso, havia aprendido há muito tempo que, quanto menos parecesse se importar, menos a infernizariam.

Conferiu o celular. Havia tantas mensagens de Sakura e de Neji... Mas não queria respondê-los, não tinha palavras para explicar o caos interno em que estava.

Saiu do quarto com um suspiro doloroso, meias no chão e coberta ao redor do corpo. Ouvia um digitar adiante, Sasuke torturava as pobres teclas do notebook, e isso significava que estava irritado.

Gelou. Se ele estivesse respondendo as ofensas... Ah não! Meu Deus, não!

Apressou-se, deixando a coberta cair no caminho... e Sasuke deu um pulo quando ela se apoiou no braço do sofá e se pôs em sua frente para ver a tela do notebook.

— Mas que merda é essa? — Sasuke a olhou indignado, e Ino suspirou ao perceber que nenhuma das guias abertas no navegador erram sobre ela, mas sim uma página para uma extensa conversa com Shikamaru e... aquele era Naruto? — Ino, sai de cima.

Ela resmungou e olhou para trás, encabulada, fugiu do olhar do amigo e buscou a coberta esquecida no chão. Voltou para a sala novamente enrolada e aquecida, sentou-se ao lado dele no sofá, e Sasuke fechou a tela do computador para colocá-lo na mesa de centro.

— Fome? — ele perguntou ao se levantar.

— Não muita... — ela respondeu.

— Temos quatro pedaços de pizza portuguesa e quatro de frango com catupiri com borda recheada. Se Madara achar mais que dois pedaços daquilo de manhã, ele vai nos acordar para nos arrastar pro hospital — ele falou da cozinha, já com a caixa de pizza na mão e uma de suco na outra.

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