Capítulo 28 - Aberto

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Madara ouviu o telefone tocar ao longe, mas não se moveu para atendê-lo. A respiração quente de Hashirama em suas costas contribuíram para que ficasse onde estava, e também ele não podia ousar se mexer com Mito entre seus braços. Ainda assim, abriu os olhos quando o toque se tornou insistente.

— Eu juro que se você se levantar, eu quebro seu celular — Mito ditou sonolenta, e Madara sorriu malicioso quando ela esfregou o rosto contra seu peito antes de suspirar.

— É a segunda vez. Se for trabalho, volto para cama sem nem atender — sussurrou, mas foi inútil, Hashirama já havia acordado com a movimentação e o abraçava mais forte.

— Nem pensar, é nosso dia de folga, sabe como isso é difícil de acontecer.

O celular parou de tocar, e Madara viu Mito sorrir vitoriosa enquanto Hashirama beijava seus ombros.

— Se tocar uma terceira vez, eu vou levantar — ditou.

— Por quê? — Hashirama bocejou, contornando com a ponta dos dedos as tatuagens nas costas de Madara antes de prender o cabelo dele em uma mão e começar a beijar-lhe a nuca.

Mito sorriu. Madara havia fechado os olhos assim que o cabelo foi puxado, via-o estremecer com os beijos e suspirar com as mordidas. Tão bonito... sempre tão bonitos...

— Porque, se tocar de novo, é certeza que é o Sasuke ligando — Madara sussurrou, e Mito contornou as tatuagens do peito dele antes de descer a mão pelo abdômen.

— Então, vamos torcer para não tocar — Mito sussurrou de volta, e Madara a puxou pela nuca para um beijo quando a mão dela se fechou em volta de seu membro.

E então o telefone tocou. Madara segurou a mão de Mito e a de Hashirama em sua cintura, finalizou contra vontade o beijo e se pôs de pé sem se importar com a nudez. O celular esquecido no bolso da calça que lhe havia sido tirada na pressa do sexo ainda tocava, e ele arqueou a sobrancelha num claro "eu não disse?" quando viu o nome do sobrinho na tela.

— É bom ter acontecido algo, moleque — brincou, e Mito e Hashirama riram ao fundo. Contudo, o bom humor durou pouco, e a expressão se fechou tão rapidamente que Mito se sentou na cama, atenta. — Arrume suas coisas, todas elas, e me espere. Estou indo te buscar.

Desligou o telefone depressa e não precisou dizer muito para que Mito e Hashirama também se vestissem.

— O que aconteceu? — Hashirama perguntou ao arremessar sua camisa.

— O idiota do meu irmão pôs Sasuke para fora.

— O quê? — Mito o olhou indignada. — Eu vou com você.

— Não, eu vou sozinho. — Madara terminou de se vestir.

— Nem pensar, você não vai de cabeça quente resolver isso — Hashirama interviu.

— Não há o que resolver — Madara falou, simplório. — Sasuke já é maior de idade e eu vou fazer o que já devia ter feito por aquele moleque há muito tempo.

Hashirama o seguiu para fora do quarto, e Mito passou a mão pelos cabelos ruivos antes de respirar fundo e ir atrás deles. Já estavam juntos há vinte anos, conheciam-se mais do que bem, sabiam o que era importante um para o outro, e ela sabia, assim como Hashirama, o quanto Sasuke significava para Madara.

Lembrava-se de quando ele tinha nascido, justo no seu aniversário de dois anos de namoro com Hashirama e Madara, quando o que tinham ainda era incerto e confuso. Recordava-se perfeitamente de como Madara reagira quando a cunhada colocara Sasuke nos braços dele a primeira vez, quando propusera que ele fosse o padrinho... Achava que os olhos de Madara só podiam brilhar por ela ou Hashirama, mas havia se enganado... eles nunca brilharam tanto quanto haviam feito por Sasuke.

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