Amin

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Take me out tonight
Take me anywhere.

-the smiths

Já faz algumas noites que não vou no beco, Joshua viajou e estive ocupado com projetos no hospital. Mas essa noite resolvo ir até lá,  tento me convencer de que apenas quero curtir uma música boa e uma bebida, porém no fundo sei que na verdade quero vê sky. Não sei exatamente o que ando  sentindo por aquela garota, mas tô disposto a descobrir.
Dirijo devagar, a rodovia está calma para uma noite de segunda feira,
Um ar gelado invade a janela do carro. Meu celular começa a tocar em meu bolso e paro o carro no acostamento.
Me surpreendo ao vê o nome de mamãe na tela,fazia algumas semanas que não recebia uma ligação dela.
- oi meu filho.
- mãe? Aconteceu algo?
- sei que não te liguei ultimamente,mas aconteceu algumas coisas com o meu marido_ ela pigarreia um pouco. Mas eu tenho uma surpresa!.
Fico um pouco intrigado sobre o que seria.
- Quero que você venha para um jantar.
- mamãe,Eu não posso ir pras Bahamas, tenho muito trabalho por aqui. Digo,pensando seriamente que o sol do Caribe prejudicou um pouco minha mãe.
- Na verdade meu filho,Eu estou na cidade.
Me surpreendo ao escutar isso,ela veio para cidade sem me informar!
- como assim?
- me encontre no restaurante estou com muitas saudades,filho.
- ok. Desligo o celular, e dirijo sentido zona norte, o beco ficará pra depois.
Chego no restaurante 15 minutos depois,ao entrar avisto mamãe sentada em uma das mesas tomando um copo de água.
- mamãe!_ ela se levante e me abraça,um abraço apertado e pouco demorado. Fazia 4 anos que não a via, mas continuava igual, o tempo não passava para ela.
Nos sentamos e ela começa a falar;
- sei que não te avisei que viria,mais foi tão de repente, meu marido teve problemas e precisou vir para cá e eu o acompanhei.
Balanço a cabeça positivamente. E Ela continua a falar.
- Quero que o conheça! Mas antes preciso me estalar direito. Logo te chamarei para um jantar em família. Aquilo soa irônico, á tempos não tinha um jantar em família e com certeza aquele também não seria.
- mas me diz meu filho, como estão as coisas?
- estão bem mamãe_ digo isso percebendo que só agora ela me deixou falar.
- estão bem,continuo como voluntário no doutores da alegria!_ digo isso me empolgando um pouco. Ela olha com uma cara de reprovação.
- legal meu filho! E a namorada?
- não tenho nenhuma_ ao dizer isso a imagem de sky me surge a mente, a afasto rapidamente.
- meu filho você por acaso é..
- Gay?, não sou mãe
- você sabe que não tenho nada contra, se for pode me dizer. Ti vi com poucas namoradas até hoje Amin, já está com 20 anos, idade para pensar em se casar.
- eu não sou gay mãe,e tenho outros planos para minha vida, não digo que nunca irei me casar, porém por agora não quero.
Ela balança a cabeça duas vezes.
Continuamos a noite conversando sobre acontecimentos de nossa vida , _ela falando mais que eu, mais isso não importa muito. Sempre gostei da presença de mamãe e conversar com ela me trás calma. É bom vê-lá tão viva, após o acontecimento com Ainden, o comportamento dela mudou, de pessoa alegre passou para triste. Dois anos depois deixou eu e papai e foi para os Bahamas.
Me despeço dela,e ela diz que me convidará para um jantar em breve.
Confiro o relógio que marca 23 horas.  Penso por um momento e decido ir para o beco.

          ♫♪☼♫♪☼♫♪☼♫♪☼♫♪☼

A música não está tão alta hoje, entro e vejo uma banda tocando com pouca animação. Avisto sky servindo algumas mesas, ao contrário da camiseta do nirvana de algumas semanas atrás, hoje ela está com uma do holing Stone. Ela segue para o balcão e resolvo me aproximar.
- olá!
-Amin! Oi!
- hoje o movimento está fraco ne?
- sim, os últimos dias tem sido assim.
- e o seu carro? Concertou?
-Peguei ele hoje de manhã!
- Ah que pena_ ao dizer isso,percebo meu erro,pigarreio e digo:
- Quero dizer, que bom! Os ônibus  daqui são péssimos. _Ela dá um sorrisinho de leve.
- nem me fala, quer beber algo?
- não, hoje não.
Me sento ao balcão e fico observando ela servir às mesas, de vez em quando olha para mim mas logo desvia o olhar.
O expediente termina e sigo ela até o carro.
- você gostaria de tomar algo?_ pergunto
- a essa hora?
- sim, notei que só você me convida para beber e eu nunca fiz isso.
- eu não te convido, apenas estou fazendo o meu trabalho.
__dou um sorrisinho_
-e então? Aceita?
Ela pensa por um momento.
- sim.
Caminhamos em silêncio até um bar 3 esquinas depois do beco.
Eu peço uma coca e ela um suco de uva.
- não curto muito refrigerantes, acho sucos mais saudáveis_diz
- então você é o típico de menininha saudável?
- Na verdade não, apenas prefiro assim.
- entendo.
Começamos assuntos aleatórios sobre banda de rock, o hospital que sou voluntário, nada muito envasivo. Ainda me lembro de sua pergunta _ sobre eu ter irmão, na qual não respondi.
- bem, obrigada! Ela diz.
- por nada! Poderíamos fazer isso mais vezes? Se você quiser.
- sim, eu quero sim.
Ela entra em seu carro e se vai,sei que não deveria, posso estar sendo tolo, e caminhando para uma paixão unilateral, mas tem algo nessa garota que me desperta um sentimento novo, e de um jeito bom.

Art & Soul - No Céu É Mais PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora