Capítulo Sete

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Já fazia exatamente alguns minutos que Helena tinha saído. Me levanto e vou até a janela e vejo ela abraçada com o Jon. Safada! Ela tá saindo pra aprontar com ele. Cachorra!

Pego minha bolsa e decido ir para minha casa, estava cansada. Na verdade cansaço me define esses últimos tempos. Sem contar que estou com uma fome insaciável. Peço a Deus que minha depressão não volte, foi bem difícil eu me livrar dela. Isso tudo aconteceu quando papai deixou eu e a mamãe, Eu tinha 5 anos no começo eu não ligava muito, mas ver a minha mãe em decadência por conta dele fez meu coração doer bastante durante anos. Até que chegou o Peterson, de começo eu achei que ele seria nossa salvação. Mais eu estava enganada, ele só veio para infernizar a minha vida. Tudo que eu pedia minha mãe ele negava. Ele sempre fazia a cabeça dela, dizendo até que meu pai fugiu com outra mulher. Eu sempre duvidei mas minha mãe como sempre caia como um patinho.

Tiro esse pensamentos da minha cabeça ao sentir minha visão turva, sento na cama e respiro bem, Eu não deveria ter comido muito doce. Espero um pouco até que minha visão volta ao normal. Levanto da cama e vou em direção ao corredor que dava na sala, vou andando devagar com medo da minha visão vacilar novamente.

Vejo tia beth na sala escrevendo algumas coisas em um papel, parecia mais uma lista.

-Tia eu já estou indo ta- Vou até ela e a dou um beijo.

-Mas já? - ela levanta e retribui o gesto- Cadê a Helena? preciso dela pra mim fazer compras.

-Tia ela saiu já faz um tempinho.

-Ela falou pra onde ia?- balanço a cabeça em negação eu não vou falar que ela saiu com Jon. Não seria doida a esse ponto.- Estranho! Vou ligar pra ela.

-Se a senhora quiser eu posso ir com você! eu não vou fazer nada mesmo.- Dou ombros- Na verdade eu iria pra minha casa agora.

-Perfeito! Você vai comigo e na hora de vim embora eu te deixo na sua casa- Sorriu concordando.

-Claro tia Beth.

-Eu só vou pegar minha bolsa e já vamos - Concordo e espero ela.

Pego meu celular assim que ela sobe as escadas e tento ligar para Helena, preciso saber pra onde ela foi. Tento ligar mas parece que o celular dela está descarregado. Isso é a cara dela.

-Vamos querida?- Sorrio e sigo a mesma até o carro, sentou no banco passageiro e coloco o cinto.

Fomos conversando sobre novelas até chegarmos lá, Tia beth tinha essa qualidade, sempre sabia como conduzir uma conversa.Tínhamos papo sempre. Parecíamos duas amigas que se conheciam há bastante tempo. Chegamos no supermercado e ela estaciona no estacionamento então descemos pegamos um carrinho e então ela começou a procurar os produtos.

-Izzy Você acha que esse macarrão é bom? - Ela me mostra um macarrão tipo concha, concordo com a cabeça.

-Sim ele é bom, Principalmente para fazer uma sopa- Só de pensar em sopa sinto minha boca salivar, Miséria eu odeio sopa.

Ela concorda e vamos para o açougue que tem no fundo do supermercado, ela começa a olhar alguns peixes. E conta algumas histórias de infância dos seus filhos, mas sinceramente não presto a atenção em nada. Eu não queria falar mas o cheiro é horrível, Eu Amo peixe mas o cheiro ta me matando!

Sinto meu estômago embrulhar, Caramba eu não posso passar mal novamente.

"Você não pode passar mal, seria muito feio menina, relaxa e respira fundo. Ta legal respirar fundo só piora tudo, Você precisa mentalizar e não pensar em passar mal, relaxa "

Começo a falar pra mim mesma, mas não adianta nada fecho os olhos quando começo a sentir minha visão ficar turva novamente.

-Isabelly você está bem? -Sinto tia beth vim pra perto de mim e segurar na minha mão- Querida você está gelada.

-Eu não estou me sentindo muito bem Tia!

-Você está muito pálida - Escuto sua voz um pouco baixa e simplesmente não vejo mais nada, somente aquela escuridão que me abraça.

(...)

Acordo e a última coisa que eu me lembro é de peixes, do cheiro e da Tia Beth, sinto minha cabeça doer ao tentar me recordar mais.Olho para os lados e vejo que que estou numa cama de hospital, cercada de aparelhos, pelo visto recentemente usados, tento me sentar mas é perca de tempo, então olho para o meu braço e vejo uma agulha nele, Que maravilha estou tomando soro.

escuto vozes no corredor, identifico ser da Helena e de um homem então eles entram no quarto.

-Oi amiga - Diz Helena vindo até mim.- Você se sente melhor? -

-Sim! Mas o que aconteceu? eu lembro que estava com sua mãe e depois acordei aqui- Coloco minha mão na cabeça- Ai está doendo um pouco.

-Está doendo por conta da queda Senhorita Rodrigues - Vejo o homem então me assusto merda é o Felippe.

-Felippe não precisa de tanta formalidade assim né- Lena fala de um modo irônico.

-Eu estou apenas fazendo o meu trabalho- Grosso,como sempre.

-An... o que aconteceu?- olho para eles curiosa. Nunca fui de passar mal.

-Você desmaiou por ter ingerido muito doce, suponho que você comeu uma refeição inteira de doce - ele me olha e eu abaixei o olhar. Minhas mãos esta tão interessante. - E bom achamos melhor fazer um exame de sangue em você para ver se tem algo mais sério. - Ele dá uma longa pausa e suspirou. - Você está grávida.

-O que? - olho para ele espantada- Isso só pode esta errado , E-eu tomo remédio .

-Talvez o remédio deu errado amiga, você sempre passa mal com eles- Lena tenta me consolar. Mas nessa altura do campeonato e meio dificil.

-Não isso não - balanço a cabeça em negação- Eu tenho que concluir a faculdade, eu tenho que começar minha carreira.- penso em tudo que já fiz pra chegar até aqui, o tanto que minha mãe me ajudou, DROGA minha mãe vai me matar!- Eu to fudida, minha mãe vai abrir um buraco no chão pra vim até aqui para me matar.

-Izzy não exagera! - Lena rir de leve.

-Não exagera o Peterson vai falar para ela me mandar para um manicômio para ficar lá o resto da vida!- Escuto risada baixa dos dois.- Não riem isso é sério - Digo e sinto minha voz vacilar, Droga eu odeio chorar.

-Bom eu já fiz o que eu tinha que fazer aqui- Felippe diz e começa a sair do quarto.- Assim que você terminar de tomar esse soro, vai estar liberada!

- Doutor Felippe?- O chamo enquanto limpo minhas lágrimas.- Estou de quantas semanas?

Ele engole a seco e olha na prancheta que ele estava segurando.

-Seis semanas - Ele me olha e eu sinto meu coração gelar.

-Seis semana? então são DOIS MESES... AI MEU DEUS! dois meses que aconteceu a festa que eu implorei para você ir, a mesma festa que você sumiu dizendo que tinha dormido com algum cara. O bebê e seu Felippe! Você e esse cara.- Lena grita eufórica tampo meu rosto com as mão, caraca onde é que eu me enfio. Juro por mais que é sagrado quando eu sair daqui e mato Helena Garcia!

Olho de relance para o Felippe e o mesmo me encarava, aposto que ele quer me matar.

-Até que tenhamos certeza esse bebê não é meu filho, Não a conheço, então não posso assumir o que talvez não é meu- ele deu ombros e sai da sala.

-O que? A mais eu vou quebrar a cara dele, ele acha que eu sou uma vadia! - levanto da cama e sinto meu braço arder. Merda de soro.

-Calma Izzy, você não pode se alterar por conta do bebê. Relaxa amiga! - Suspiro fundo e me sento da cama.

 Eu nunca mais quero ver esse filho da mãe na minha frente. Não preciso dele eu consigo criar meu filho sozinho. E vai ser isso que eu irei fazer.

Por A(Caso)Onde histórias criam vida. Descubra agora