18

1 0 0
                                    

  quando fui de são paulo para Brasilia, fui de avião. rápido, confortável e solitário. depois das boas vindas e as orientações da aeromoça, um tempinho depois ela passa oferecendo bebidas, sucos ou a refeição. as cadeiras são três por fila, diferente dos ônibus, que são duas, por fila diferente também do trem e metro. mais o que é mais diferente, é a forma como os passageiros se portam. cada cadeira tem uma mesinha em frente, com um jornal e aonde vc pode colocar as bebidas ou as refeiçoes.o homem empaletozado ao meu lado, parecia uma múmia, não falava, não olhava pra nada e a postura, fazia vc ter vergonha de fazer alguma pergunta. enquanto eu observava a meti dez de alguns, olhava pela vidro da janela e pensava que se acontecesse um acidente, dificilmente haveria sobreviventes. os vidros são lacrados, é proibido usar celular ., vc não tem pra onde correr ou pedir ajuda. não tive sensação nenhuma de liberdade, me senti presa e com as mãos atadas e percebi, que só as mãos de Deus, para garantir que acidentes não aconteçam. apesar do conforto, da rapidez e das vantagens de andar de avião, ainda prefiro carros ou ônibus. com eles posso sentir o vento no meu rosto, posso parar quantas vezes for necessário, posso conversar e fazer amizades, compartilhar o meu lanche e experimentar os dos outros, quebrar vidro e pular numa emergência e o que é melhor, apreciar a paisagem, quebrar a cabeça imaginando como que algumas pessoas conseguem viver ali e como vivem. claro que qualquer viajem precisa das mãos de Deus para chegarmos em paz. mas, com certeza, o avião exige um pouco mais dos cuidados e livramentos de Deus, pois se cair no mar, dificilmente há sobreviventes e se cair na terra, muito pior. posso dizer com certeza, que no aviao se correr o bicho pega e se ficar o bicho come. simples assim, beijos no coração.  

Os Textos Da Minha MãeOnde histórias criam vida. Descubra agora