Por Água Abaixo

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×Visão de Finn

–  Aí, Finn, arruma isso aqui pra mim. – um cliente pede, chegando na oficina.

– Arrumo sim, o que aconteceu? – pergunto, me aproximando do carro.

– Foi o amortecedor, eu acho, ele tava me dando problemas. – explica e enquanto fala, sinto que ele me olha. Ser observado me incomoda, eu me sinto mal, mas por ser cliente não digo nada.

– Tudo bem.

– Pode deixar com meu prodígio que ele arruma tudo. – meu chefe, Elias, fala se aproximando de mim.

– É, ele é muito bom mesmo.

No dia anterior tive uma conversa com o pai do Aaron e ele me fez algumas propostas. Eu fiquei feliz de ele não me ameaçar e não me matar ou coisa do tipo, mas infelizmente ele fez com que a minha consciência me chamasse atenção de uma forma que eu não tive controle, por se tratar de questões que eram importantes pra mim.

Eu passei o dia inteiro trabalhando e quando saí, fui direto pra casa, tomar um banho bem gelado e ficar deitado, olhando para o teto em casa. Eddie me ligou algumas vezes, mas eu preferi ignorar. Eu ainda olhava regularmente a tela do meu celular, vendo uma mensagem de Aaron. Tentava segurar as lágrimas e os meus sentimentos por ele, mas por ter me deixado apaixonar, foi difícil.

Emma chegou pouco tempo depois de mim e parecia animada com o novo trabalho. Ela colocou a bolsa sobre a cadeira e parecia bastante eufórica, como não ficava há meses.

– E então, como foi na oficina? – ela pergunta, indo até o banheiro lavar as mãos.

– Os clientes gostaram de mim e do meu trabalho. – ela sai do banheiro, secando as mãos na calça e vindo até mim.

– Isso é bom, não é? – pergunta se sentando ao meu lado.

– É, é sim.

– O que foi? Você parece abatido.

– Eu ainda tô triste pelas coisas com Aaron, mas eu sei que a forma como encaro o mundo vai me ajudar a melhorar isso rapidamente. Pelo menos espero. Não quero ter um emprego, por causa da indicação de alguém poderoso... e em contrapartida viver a minha vida triste.

– Eu sinto muito por ter influenciado suas escolhas. – Emma fala, mas ela sabia que a culpa da situação não era dela.

– Nada na minha vida é mais importante que você. – forço um sorriso. 

– Pra tentar ajudar nessa nova fase na nossa vida, eu chamei aquele cara que eu tô saindo pra jantar com a gente hoje, o que acha? – Emma pergunta e eu me sinto ainda mais abatido.

– Eu não tô bem pra jantares. 

– Vamos, Finn... você precisa reagir... – Emma pede, se levantando do sofá e me puxando em seguida, eu acabo cedendo.

– Tá, chama ele. 

– Ótimo, vou tomar um banho e arrumar tudo. – ela fala, ainda mais animada.

Eu acabei indo tomar banho depois dela e me arrumei para esse jantar. Emma fez comida, animada pela visita do seu pretendente, mas ela sabia que seria difícil. Eu esperava que ela tivesse falado com ele sobre a minha condição, pois não teria paciência para aguentar piadas que eu não entenderia.

– Ele chegou. – ela exclama, depois de ter feito a comida e se arrumado também. Emma sai andando rapidamente, indo até a porta totalmente animada.

Quando ela abre a porta um rapaz de estatura alta, pele em médio tom, cabelos pretos, barba bem feita e bem vestido entra. Ele deveria ter a mesma idade que ela, se não um pouco mais velho. Ele deu um beijo em Emma e veio em minha direção, estendendo a mão.

Aquele Piloto (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora