×Visão de Aaron part. II
Finn tinha entrado em coma. Ele fez cirurgias nas pernas, por causa das amputações. Enquanto ele 'dormia' eu fazia carinhos em sua cabeça em pé, ao lado da cama, mas tudo ficou pior, quando Emma chegou no hospital, ao lado de Marc. Ela entrou no quarto e colocou suas mãos na boca, quando viu que Finn estava sem ambas as pernas. Me olhou horrorizada e eu abri meus braços, recebendo seu abraço apertado.
A parte mais dolorida de vê-lo naquele estado, era a incerteza de como ele iria ficar quando acordasse e a incerteza em torno dele acordar. Eu estava devastado, mas em nenhum momento pensei em deixá-lo sem amparo, pois amava tanto aquele homem, que daria a minha vida pela dele.
Foram incontáveis as horas que eu fiquei ao seu lado, vendo-o respirar com dificuldade e por ajuda de aparelhos. Eu não conseguia sair do lado de Finn no quarto e acabei começando a dormir ali com ele. Esperava que ele se mantivesse estável como estava e que não piorasse, mas durante o tempo do início do tratamento Finn teve algumas paradas cardíacas, que só vinham para me provocar ainda mais dor.
– Eu vou abrir uma vakinha, pra conseguir pagar tudo isso. – Emma fala, enquanto eu estava ao lado dele. Finn estava há alguns dias em coma e aquele hospital na Califórnia parecia bem caro.
– Eu posso falar com meu pai...
– Não. Não posso aceitar seu dinheiro... – ela rebate. – Mas posso aceitar sua ajuda pra divulgar. – concordo com a cabeça.
Eu dava diariamente notícias aos seguidores de Finn e Emma também. Divulgamos a vakinha para o tratamento dele e todas as mensagens de força e ajuda que recebemos fizeram com que tudo parecesse melhorar, mas é óbvio que vê-lo naquela situação me deixava aflito e doente mentalmente.
Eu comecei a parar de me alimentar direito e todas às vezes que tinha que sair do lado dele pra ir até a escola meu coração se mantinha apertado, mas mesmo assim eu tentava manter meu rendimento, se não meu pai não me deixava voltar para ficar ao lado dele.
Às vezes meu pai dizia que eu poderia faltar, contando que lesse as matérias das provas, enquanto estivesse longe e eu acabava lendo em médio tom tudo no quarto de Finn, pra mostrar que eu estava ali com ele. Foram noites em claro, dias de choro intenso e a cada minuto uma gota de esperança de vê-lo acordar se perdia no rio de lágrimas que eu derramava por ele.
Eu não conseguia descrever a dor que meu corpo sentia ao pensar que talvez ele nunca melhorasse, a ponto dos médicos cortarem seus sedativos para ele poder acordar. Eu não conseguia imaginar o que seria de mim naquele momento sem aquele homem e muito menos como eu seguiria a minha vida caso aqueles olhos verdes nunca mais abrissem e dilatassem ao me olhar.
Mesmo assim, eu ainda tentava forçar-me a ser um bom aluno na escola e ser um amigo presente, mas às vezes era impossível, pois desde o acidente de Finn a mídia permaneceu no meu pé, me perguntando o que aconteceria como se eu fosse o responsável pelo coma que ele estava. Por outro lado, meus amigos sempre ficaram ao meu lado, me dando apoio.
– O jogo é amanhã. – Mitchell fala, se aproximando.
– Você acha que vai poder jogar? – pergunto, enquanto arrumo meu armário.
– Eu fiz o teste antidoping e não deu nada. – eu o olho. Ele acaba sorrindo.
– E o tratamento? – pergunto, enquanto arrumo minha bolsa e fecho meu armário.
– O conselho estudantil de esporte tá acompanhando. Segundo eles eu tô com um ótimo desempenho.
– Então tá tudo certo. – damos nosso toque de cumprimento particular.
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Aquele Piloto (Romance Gay)
RomanceAaron é jogador de futebol americano em uma escola particular de adolescentes importantes em Colorado (US). Astro do time e filho de político, ele ostenta uma vida regada a muito dinheiro e estabilidade financeira, mas se vê em um funil de sentiment...