×Visão de Aaron
– Amanhã a gente tem jogo. – falo, depois de Mitchell ter batido duas vezes na porta daquele apartamento péssimo no subúrbio sul de Denver.
– Eu sei, mas a gente só vai fumar um baseado. – ele responde.
– A gente não, você. – corrijo e ele revira os olhos, olhando novamente para a porta em seguida.
– Que isso, para de ser certinho o tempo inteiro.
– Vai se foder. – empurro Mitchell.
– Olá galera, podem entrar. – Eddie, o traficante dele fala e nós entramos na casa dele sem falar nada.
Aquele lugar era bagunçado. Roupas para todos os lados, algumas peças de automóveis sobre uma mesa que estava suja do que penso ser graxa e óleo, pia cheia de louças e por aí vai. Eddie não se importava muito com a higiene do lugar e era de se perceber que mais ninguém também. Ele morava sozinho e sempre que íamos lá a bagunça parecia aumentar.
Para todos os efeitos, Mitchell começou a fumar com ele e aos poucos aquele lugar apertado e com janelas emperradas foi se enchendo de fumaça. Eu olhava para Mitchell se afundando em maconha e procurava o que tinha sobrado do meu melhor amigo, que antes era um atleta com futuro brilhante, mas agora se tornava apenas mais um viciado. Meu maior medo era que ele pulasse da maconha com alguns ingredientes especiais para o pó puro... Bom, ele não se contentava em fumar apenas a erva, que cai entre nós não faria mal a ele e com isso ele se viciava nessa "coisa" com mais de um ingrediente.
Olá, eu sou o Aaron. Tenho 18 anos e estou no terceiro ano do ensino médio. Sou negro, tenho cabelo preto e olhos castanhos claros, minha altura é superior à média da minha família, chegando aos meus 1,90 com facilidade e meus músculos são bem desenvolvidos. Na escola eu sou capitão do time de futebol americano e gosto bastante do esporte.
Mitchell era meu melhor amigo desde que éramos crianças. O pai dele é amigo do meu e com isso crescemos juntos. Ele e eu éramos vistos por todos como uma dupla dinâmica e bem divertida. Eu como capitão do time e ele do time também, um dos melhores jogadores do mesmo. O problema maior de Mitchell era a maconha. Não me levem a mal, mas Mitchell fumava muito e ela nunca era pura, sempre tinha algo que o fazia voltar sempre para fumar mais.
No começo era um baseado agora e outro daqui algumas semanas, mas com o passar do tempo, ele começou a fumar todas as semanas e com as cobranças do pai, ele fumava sempre. Quando digo "sempre" é sempre. Mitchell fumava hoje e provavelmente fumaria amanhã e depois... O problema desse "costume" e que ele ficava cada vez mais lento nos treinos e isso fazia o pai dele o cobrar cada vez mais e com isso aumentava seu ciclo vicioso em torno da droga.
Fora que como eu já falei algumas vezes, ele nunca fumava apenas a maconha. Eu tenho certeza que o Eddie colocava algo dentro daquilo pra aumentar o ciclo vicioso de Mitchell, mas ele nunca me escutava e com isso eu sempre ia com ele no apartamento apertado de Eddie para ficar de olho... Bom, Mitchell era meu melhor amigo e eu não poderia simplesmente abandonar ele, lerdo como é, com alguém como Eddie. Eu até que não tinha nada contra Eddie, fora a acusação de ser um estuprador que me trazia um nojo até de cumprimentá-lo, mas nunca se sabe.
– Não vai querer um, Aaron? – Eddie me pergunta e eu recuso com moimentos de cabeça. – Que isso Aaron, fuma um...
– Desiste Eddie, esse ai é careta como o pai. – Mitchell fala e eu o encaro. Ele, então, expulsa a fumaça da boca com uma risada alta.
– Um dia eu vou fazer você fumar um com a gente. – Eddie fala e eu confirmo com a cabeça, com um sorrisinho falso de lado.
Eles me deixaram em paz e continuaram fumando. Eu estava sentado em um puff fofão, olhando toda aquela bagunça ao redor. Eu me sentia totalmente a mercê quando Mitchell tinha a brilhante ideia de vir para o subúrbio do Colorado, como se eu não devesse estar ali.
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Aquele Piloto (Romance Gay)
RomanceAaron é jogador de futebol americano em uma escola particular de adolescentes importantes em Colorado (US). Astro do time e filho de político, ele ostenta uma vida regada a muito dinheiro e estabilidade financeira, mas se vê em um funil de sentiment...