E Aí, Tá Pronto?

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×Visão de Finn

– Vamos Finn... você consegue. – Hellen fala. Ela sabia que o difícil era eu começar a andar sem a muleta de uma vez, mas assim que fizesse, conseguiria me desenvolver com rapidez.

– Eu preciso da minha muleta. – digo e Hellen sorri, sinalizando um "não" com a cabeça.

– Finn, estamos tentando já faz alguns dias só com uma e você conseguiu se desenvolver bem. Lembra que daqui quatro dias é o jogo da semifinal de Aaron e você quer acompanhá-lo. – respiro fundo.

Meu coto ainda doía, mas a dor estava diminuindo gradativamente. Eu sentia a minha melhora e o meu desenvolvimento mental e físico com todas as sessões de fisioterapia e treinamento. Hellen era uma ótima fisioterapeuta, que sabia muito bem como ensinar e ajudar seus pacientes, fora que ela me guiava de perto nessa tentativa de voltar a andar completamente, o que deixava tudo muito mais fácil.

Eu então decidi tentar me manter de pé, mesmo com um medo absurdo de cair, porque é muito estranho confiar totalmente em dois pedaços de metal. A sensação, algumas vezes, era de estar flutuando, já que estava acostumado em sentir meus pés tocando o chão e agora eles não estavam mais ali.

No final das contas, dei alguns passos e cai de frente no chão.

Hellen me ajudou a levantar e tentei andar mais um pouco. Acabei por não parar, mesmo tropeçando muito e quase caindo por diversas vezes me mantive forte. Ainda usava a muleta como ajuda para algum movimento rápido, mas mesmo assim ela passou a se tornar apenas um pequeno apoio.

No dia seguinte eu ainda passei o dia inteiro andando com as próteses em espaço controlado. Tropecei menos, até que no final do dia não tropecei mais. Com o passar das horas comecei a aprender a subir e descer poucos degraus, rampas e a me virar com calçadas e qualquer coisa que pudesse vir me fazer cair.

Consegui continuar me adequando as minhas próteses durante o tempo que passei a usá-las sem pausas e no dia do Aaron eu enfim pude ir vê-lo jogar e torcer por ele, mas a melhor parte foi ver a sua surpresa em me ver assistindo ele depois de tanto tampo. Me sentei próximo do campo, por ainda não conseguir subir ou descer os degraus da arquibancada e com isso Aaron veio me dar um beijo antes do jogo começar, fazendo com que fôssemos alvo de muitas fotos.

O jogo começou bem, o time de Aaron começou com mais de 10 pontos na frente e se manteve assim durante a maior parte do desenvolvimento do jogo, até um outro jogador derrubar Tom de forma bruta no chão, fazendo com que ele gritasse de dor. Eu, juntamente com toda nas arquibancadas ficamos de pé, esperando, enquanto Tom era atendido.

Ninguém tinha entendido nada e com o passar de alguns minutos, o jogo continuou normalmente. Nos últimos 10 minutos de jogo, ambos os times estavam lutando para conseguir vencer e foi aí que eu troquei de lugar na preocupação, quando Aaron foi derrubado com força no chão, caindo e mostrando claramente uma fratura no tornozelo.

Saí do meu lugar e comecei a andar em direção ao local, enquanto os paramédicos vinham buscar Aaron, que se contorcia no chão. Fui andando até entrar bem próximo do campo, enquanto eles carregavam ele e comecei a tentar alcançar um dos médicos, para conseguir informações. Toda a arquibancada estava aflita por causa do que tinha acabado de acontecer e isso era perceptível. Ninguém podia acreditar que ele tinha sofrido uma contusão e esperavam o desenrolar daquela situação.

– Pra onde ele vai? – pergunto, depois de cutucar um dos paramédicos.

– Pro Saint. – confirmo com a cabeça.

– Tudo bem. – ele sai.

Eu, então, vou andando ainda com um pouco de dificuldade até meu carro, pego as minhas chaves, mas antes que consiga entrar nele, sou cercado por vários paparazzi que queriam mais uma vez sugar algo de um momento difícil. Era muito difícil me concentrar em manter o equilíbrio e não tratar aquelas pessoas de forma rude, porque o nervosismo começava a me atrapalhar significativamente.

Aquele Piloto (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora