III - Viajem de Primeira

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As últimas noites que antecederam nossa viagem passaram feito um borrão.


Tivemos que fazer com que a loja estivesse coberta pela semana que estávamos em Paris. Além de embalar e fazer arranjos para Geisha. Eu fiz listas aleatórias em recibos e guardanapos, que invariavelmente Angelo jogou fora. À noite antes de sairmos, tive um ridículo e frenético sonho:

Descobri que eu tinha deixado a loja trancada com as chaves no lado de dentro para que ninguém pudesse entrar, e estava correndo por um hotel desconhecido na França, enquanto Cole se queixava sobre a conta. Às duas da manhã, acordei com um susto. Angelo dormia tranquilamente ao meu lado. Fiquei acordado por quase duas horas, e quando, finalmente dormi, foi só para voltar aquele mundo dos sonhos insanos.

A cerimônia de Jon e Cole estava prestes a começar, e eu não conseguia encontrar minha calça. Implorei a Angelo para ficar no quarto comigo, e ele disse que precisava me apressar. Todo mundo estava esperando por mim. Ainda por cima, realmente precisava fazer xixi.

A porta para cada barraca em nosso quarto de hotel (sim, nosso quarto de hotel tinha barracas, bem como uma lanchonete), foi bloqueada, e não poderia muito bem usar a planta num canto, porque de alguma forma todos saberiam, e Angelo estava gritando comigo...

- Acorde, Zach!

Meus olhos não abriram, mas me levantei para fora do quarto de hotel com barracas onde eu não usava calças. Voltei ao meu corpo que estava igualmente sem calças e na minha cama. E eu realmente tinha que fazer xixi.

- Me deixa. - Eu disse. Ou tentei dizer. Não acho que saiu dessa forma.

- Levante-se!

Eu senti a mudança da cama enquanto Angelo engatinhava sobre ela, e então ele estava me empurrando, me sacudindo, praticamente pulando em mim.

- Acorde!

- Não.

Eu tentei agarrá-lo e puxá-lo perto de mim. Nós ainda fazíamos amor pela manhã com frequência, e eu já estava antecipando a sensação de tê-lo debaixo de mim e do prazer de deslizar nele, enquanto se arqueava contra mim.

- Não há tempo para isso. - Disse ele, como se pudesse ler minha mente (neste ponto, ele podia) e, em seguida, seu peso se foi, e o ar frio atingiu a minha carne quando puxou o edredom para fora da cama. - Matt e Jared vão estar aqui em menos de 15 minutos, Zach. A menos que você queira que a gente arraste o seu rabo para o aeroporto, em sua cueca é melhor você se vestir.

Rolei sobre minhas costas e abri meus olhos direto para o relógio na mesa de cabeceira. E então me sentei na cama, de repente desperto.

- Já são sete horas? Por que você não me acordou mais cedo? - Eu perguntei.

- Eu tentei!

- Quando?

- Por duas vezes agora. Você disse que estava se levantando...

Eu estava fora da cama agora, tentando encontrar umas calças limpas, tentando não estar irritado.

- Você poderia ter tentado mais duro...

- Vá se foder, Zach! Por que diabos, isso é meu problema, afinal? Quantos anos você tem? Você não pode programar o maldito despertador? Não fique puto comigo por isso, homem. Eu estive dizendo para se levantar pelas últimas duas horas...

É claro que ele estava certo, mas isso não me impediu de estar irritado. Eu tive pouco sono, e estava enfrentando um dia ridiculamente longo para viajar tendo um ex esperando por mim. E eu ainda tinha que fazer xixi. O telefone tocou; provavelmente Matt ou Jared ligando para dizer que estavam a caminho.

Paris de A à Z (Série Coda - 6)Onde histórias criam vida. Descubra agora