23 de fevereiro

32 2 0
                                    

23 de fevereiro 10h10

“Polícia ainda não tem suspeito para os corpos mutilados; Padre Milton é chamado para auxiliar nas investigações

Os dois corpos encontrados em Laranjal ainda intrigam a Polícia. Após quase dez dias de investigação, nenhum suspeito foi apontado. Em entrevista realizada nesta semana, a delegada Laura Arantes informou não ter ideia da identidade do assassino.

A única certeza da equipe de investigação é se tratar de um serial killer, ou seja, um matador em série. “Acreditamos que seja um homem, extremamente religioso, entre 20 e 35 anos, e que, de alguma forma e para algum propósito ainda não definido, está colecionando partes das vítimas”, explicou a delegada e também profiler de criminosos, Laura Arantes.

Nesta semana, além do corpo de Catarina Brandão, a polícia de Laranjal também recebeu uma carta provavelmente do assassino. Devido ao teor altamente religioso da mensagem, o Padre Milton Aguiar, pároco da cidade, foi chamado para auxiliar nas investigações. A Polícia prefere não divulgar o teor da mensagem, mas segundo o pároco o trecho se refere a uma passagem do Livro do Êxodo. “O que posso adiantar é que o trecho se refere a apresentação do Anjo do Senhor, como um mensageiro de Deus, mas os policiais ainda estão tentando fazer uma ligação entre essa mensagem e os assassinatos”, comentou o padre.

A delegada Laura Arantes respondeu à imprensa durante toda a semana e informou não ser necessário o reforço da polícia estadual. “Por enquanto, nosso problema não está relacionado ao contingente de policiais, mas sim ao entendimento desta mente criminosa”.”

Laura lia e relia a notícia de capa do Gazeta de Laranjal imaginando como o assassino receberia aquela informação. Ter comentado sobre a mensagem foi uma estratégia usada por ela para tentar despertar a atenção dele. A intenção era mostrar que a Polícia não tinha compreendido totalmente a mensagem e precisava da ajuda dele para entender todo aquele emaranhado religioso.

No início, ela teve dúvidas sobre aquela mensagem estar relacionada aos assassinatos. No fundo, ela ainda desconfiava que aquele bilhete poderia ser apenas um aviso para ela, enviado de qualquer religioso da cidade. Mas, de qualquer forma, resolveu divulgá-lo: se fosse do assassino ele se sentiria impelido a enviar uma nova mensagem para se fazer entendido; se não fosse dele, ficaria muito zangado com a incompetência da Polícia e com a possibilidade de um imitador e tentaria fazer contato da mesma forma. O único receio de Laura era em relação a forma desse contato... Poderiam vir mais vítimas e disso ela não tinha dúvidas. Talvez essa fosse a hora de chamar seus antigos “amigos” da criminalística, especialistas em mentes criminosas.

Seriais killers eram pouco usuais no Brasil, e por isso mesmo eram escassos os profissionais nessa área. Laura sempre fora um dos nomes mais conhecidos, mas vivia em contato com outros profilers tão bons quanto ela. Estava certa do seu perfil, porém, desde os últimos acontecimentos em sua vida não andava assim tão segura... Por isso, resolveu telefonar para seu velho amigo e antigo professor Mário Bueno.

Em apenas dois dias ele estaria em Laranjal e a cabeça da delegada já doía só de imaginar o tanto que teria que dar de explicações aos jornalistas.

O Anjo de LaranjalOnde histórias criam vida. Descubra agora