Capitulo 5

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Harry sentiu o surto de adrenalina que sempre o invadia quando fazia uma jogada arriscada no pôquer. Será que ele aceitaria, ou se retiraria?

Uma onda de calor abraçou o lindo pescoço de Matthew. Seu rosto se ruborizou, tornando mais vivo o avelã de seus olhos — olhos que tinham inegavelmente, demonstrado interesse por ele.

Harry sabia que agradava às pessoas, principalmente com a riqueza que aumentava o seu sex appeal. Ele certamente não rejeitaria o fato de Harry ser acrescentado ao acordo, não com tudo o mais que lhe era oferecido, porém, com apenas 24 anos, talvez ele fosse muito jovem a ponto de alimentar ideais de amor e casamento.

O amor e o casamento não entravam no acordo.

Harry não tinha a menor intenção de oferecê-los a ele.

Matt respirou fundo. Seus olhos não vacilavam. Deixavam claro que ele entendia bem o que Harry dizia. Ele estava pesando tudo, cogitando o que isso significaria para ele.

Harry ficou surpreso ao perceber a tensão que sentia enquanto esperava por sua resposta desejando intensamente que ele cedesse. No final, ele não deu uma resposta, preferindo sondá-lo por sua vez.

— Por que eu?

Não era um "não". Nem era um "sim". Era uma pergunta astuta, examinando a motivação dele. Ele jamais pagara por sexo em toda a vida, não tão abertamente como agora. Às vezes presentes depois do ato, agradecendo pelo prazer. Então, por que estava disposto a oferecer tanto a Matthew Daddario Shum?

Por que ele não se entregaria a um homem que tinha tirado tudo dele.

Ele teria de pagar para tomar isso possível, e o custo não importava.

Porém Matt poderia ficar com a impressão de que Harry fazia dele um garoto de programa. O orgulho talvez atrapalhasse se ele fizesse uma proposta muito clara. Seria melhor enfeitá-la com sentimentos que o comoveriam. As pessoas se ligavam muito em emoções, e Matt tinha se mostrado muito sensível à injustiça que ele sofrera na situação familiar.

— Acho que você teria me recebido em sua casa — ele disse suavemente. — Acho que sempre esteve consciente de que não havia um lugar para mim em Yarramalong e não achava isso justo. Não é verdade, Matthew?

Ele aquiesceu com a cabeça.

— Só você — ele enfatizou.

— Acho que Alexandra não teria se incomodado — ele disse rapidamente.

Alexandra — ele queria muito bem à irmã — uma vítima no lar dos Shum. Harry tinha certeza disso agora, lembrando a expressão desolada de Matthew quando ele perguntou se Alexandra tinha sido amada. Ele certamente desejaria proteger a irmã mais frágil dos abusos de Lady Catherine.

Estranhamente, ele também queria. Ninguém devia permanecer vítima daquela mulher. Se desse a Matthew dinheiro mais do que suficiente para suprir as suas necessidades e da irmã, ele alcançaria dois objetivos — a libertação de Alexandra e a aceitação de seu plano por Matthew.

— Alexandra nunca estaria aqui comigo como você está — ele destacou.

Ele sabia disso tão bem quanto ele. A filha adotiva mais moça tinha corrido atrás da mãe como um ratinho assustado. Antes de Matt poder dizer algo mais em defesa da irmã, Harry continuou descrevendo um quadro que ele esperava que fosse sedutor.

— É com você que sinto uma ligação, Matthew. Lembro-me de ter visto você saltando com seu cavalo alguns anos atrás. Poesia em movimento. Gosto da ideia de você estar lá, mantendo tudo como sempre foi. Só que, agora, tudo estaria lá para mim também. Não que eu pretenda morar na propriedade com você, mas gostaria de visitar de vez em quando, ter a mesma sensação de ser bem-vindo que meu pai sempre teve. — Forjou um sorrisinho carente. — Ser recebido com um sorriso e um martini. Passear a cavalo com você. Desfrutar da sua companhia. Isso me parece muito atraente.

Acordo Sedutor - ShumdarioOnde histórias criam vida. Descubra agora