Capítulo 6

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Depois do almoço, já com o acordo assinado, Harry acompanhou Matt até a rua e ofereceu-lhe uma limusine para voltar para casa.

Ele recusou de imediato, preferindo ir para casa por conta própria, em vez de chegar grandiosamente, como se estivesse ostentando sua aliança ao homem que estava se apossando de tudo, inclusive dele.

— Obrigado pelo almoço e pelo acordo — ele disse, estendendo a mão formalmente.

Os olhos dele tinham um brilho sensual e divertido enquanto ele envolvia seus dedos nos de Matt. — Ligue para mim se tiver algum problema que não consiga resolver sozinho — comentou com um sorriso estranho.

Até aquele instante, Harry não havia tocado em Matt. O calor e a força de sua mão, a confiança em seus olhos, toda a aura de um mestre manipulador em ação, conscientizaram Matt do quanto era vulnerável ao poder daquele homem.

— Você me encarregou de tudo, vou dar conta de tudo — Matt afirmou, não querendo de modo algum parecer fraco. — Quando devo esperar a sua visita?

O sorriso de Harry tornou-se malicioso, provocando-lhe nós no estômago novamente.

— Eu aviso.

— Vou precisar de um aviso adiantado, se você quer uma recepção à altura.

— É claro — ele concordou. — Vou apreciar a emoção da expectativa.

O coração de Matt começou a acelerar dentro do peito. "Não pense nisso. Vá em frente", o cérebro deu um comando".

— Bem, então a gente se vê — Disse, quase incoerente. — Até a vista, Harry.

Puxou a mão depressa e se afastou dele, descendo quase sem ver a rua até a estação do trem, sentindo-se culpado pela excitação diante da emoção dessa expectativa.

Tomar o trem para Wyong.

Ligar para casa e pedir que alguém o buscasse na estação.

Resolver como enfrentar sua mãe e Alexandra com tudo isso.

Sua mente continuava repetindo tudo que precisava fazer, tentando acalmar a louca dança de excitação nervosa que Harry Shum Jr provocara.

Matt teria de lidar com ele no futuro. De algum jeito. Porém, no momento, tinha preocupações imediatas que exigiam toda a sua atenção.

Passou a maior parte das duas horas da viagem de trem tentando se acalmar completamente e resolver como explicar o acordo à sua mãe. Pelo lado prático, significava que seu filho já não lhe daria mais despesas. Nem a filha, se Alexandra concordasse com os planos de Matt. O grande problema era... a mãe estaria disposta a ouvir? E ia aceitar o despejo?

Matt desconfiava que um ataque de fúria violento estaria acontecendo em casa. Quando ele havia ligado pedindo que o buscassem na estação, Jeanette Dearing, a governanta, parecia nervosa e muito embaraçada até conseguir resolver que o marido, Graham, poderia buscá-lo — Graham, o segurança da propriedade, encarregado de proibir a entrada de estranhos. Como Harry Shum Jr. Será que já sabiam que não poderiam mais proibir a entrada de Harry?

Quando ele saiu da estação, Graham já tinha estacionado o Land Rover e estava encostado no carro com uma expressão sombria no rosto. Ele e Jeanette tinham trabalhado na propriedade de Yarramalong durante toda a vida de Matt, e ele gostava de ambos. Era a primeira vez que Graham o recebia sem um sorriso.

— Um dia ruim. Um dia muito, muito ruim — ele resmungou ao abrir a porta do carro para ele. — Não sei o que vai ser de nós todos agora, Matt.

Acordo Sedutor - ShumdarioOnde histórias criam vida. Descubra agora