Acordo Sedutor - Shumdario

Capítulo 7

Harry Shum Jr observava, da janela do salão de seu apartamento, o Queen Mary 2 avançando majestosamente para o Porto de Sydney. Era a primeira visita do transatlântico de luxo à cidade, e certamente atrairia multidões.

Sua mente voltou-se para outra primeira visita — uma que ele esperava ser pessoalmente mais satisfatória.

Já fazia duas semanas desde a assinatura do contrato com Matthew Daddario Shum e ele não ligara pedindo ajuda para nada. Será que estava determinado a mostrar que era competente, ou estava simplesmente evitando-o?

Lady Catherine teria feito o possível para envenenar sua mente contra Harry, porém Lady Catherine tinha saído da propriedade de Yarramalong na manhã logo após a leitura do testamento.

Segundo boatos, ela não conseguia suportar ficar lá depois que sir Henry se fora. Nem uma palavra sobre o despejo. No momento, ela era a hóspede mimada de uma amiga da alta sociedade, bancando a viúva inconsolável e fingindo que tinha deixado Matthew administrando a propriedade.

O silêncio de Yarramalong o perturbava. Será que Matthew estava mancomunado com a mãe e fazia o possível para mantê-lo fora de suas vidas enquanto pudesse? Ele não se importava com o que Lady Catherine dissesse ou fizesse, desde que ela estivesse fora do quadro que ele havia planejado para si mesmo. No entanto, ele queria saber se Matthew tinha realmente juntado sua sorte à dele ou se estava participando do jogo falso da mãe.

Era hora de entrar em contato com ele, Harry resolveu, e sorriu cinicamente pelo surto de impaciência que o percorreu. O desejo podia transformar um homem em um tolo, e Harry estava determinado a nunca ser um joguete de um homem. O truque era saber controlar seu desejo por Matthew Daddario Shum, nunca permitindo que comandasse seus pensamentos e suas ações. Ser o senhor de seu próprio destino era a principal diretiva de sua vida, e ele não pretendia mudá-la.

Forçou-se a esperar até a hora do jantar antes de ligar para ele, imaginando que a essa hora Matt estaria livre para falar com ele. Acomodou-se em sua poltrona predileta, ligou para a propriedade de Yarramalong, e o zumbido do telefone provocou nele um zumbido de excitação ao imaginar o quanto Matthew havia pensado nele nos últimos 15 dias.

— Matthew Daddario Shum.

O modo impessoal de atender ao telefone não revelava nada senão o próprio nome.

— Alô, Matthew — ele disse em voz descansada. — É Harry Shum Jr, estou ligando para saber o que está acontecendo por aí.

— Oh! — uma exclamação de surpresa, seguida de um ímpeto de preocupação ansiosa. — Eu precisava fazer relatórios semanais ou algo assim? Não me lembro de você ter falado nisso.

— Não falei. Soube que Lady Catherine está aqui na cidade. Suponho que ela não voltará à propriedade.

Uma pausa, depois ainda em tom ansioso:

— Eu acredito que não. Ela levou todos os seus pertences. Acho que não seria conveniente para ela... criar problemas nessa situação.

— Quantos problemas ela criou para você, Matthew? — ele indagou, ainda imaginando se ele teria combinado com a mãe algum tipo de tapeação pelas suas costas.

Harry ouviu uma respiração profunda.

— Não quero falar sobre isso — Matt disse com muita firmeza. — Eu não cedi a ela, ok? Todos os empregados optaram por continuar aqui. Estamos indo muito bem. Nenhum problema.

"Eu não cedi."

Harry sorriu ao ouvir essas palavras.

Tinha havido problemas, com certeza, mas Matthew não havia cedido à mãe. Definitivamente, era uma pessoa de brio. Ele apreciava isso. Podia tornar bem mais excitante o caminho para levá-lo para a cama. Não acreditava que ele seria uma conquista fácil. E isso tornava a perspectiva de vencer a "guerra do travesseiro" ainda mais excitante.