Capítulo 4

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Analu narrando:

Perdi minha mãe com 1 ano. A única pessoa que eu tenho é meu irmão. O meu pai? Ele morreu em uma invasão aqui no morro, ele nunca deu carinho e atenção para mim e meu irmão. Mas mesmo assim ele era meu pai e sinto falta dele assim como sinto da minha mãe, mesmo que eu não me lembre dela. Meu irmão tem várias fotos dela, ele me mostra todas.

Como vocês sabem, meu irmão é o dono da Rocinha, ele é frio, mas é legal quando quer, ele é muito ciumento, ama implicar com minha roupa, mas o amo muito mesmo ele sendo assim.

Sempre gostei do MT e já fiquei com o mesmo, ele é braço direito e amigo do meu irmão, por isso PH não pode saber disso senão ele mata eu e o MT.

Saio do camarote e desço para o bar, peço uma catuaba e mando colocar na conta do PH. Ele sabe que eu bebo, pensava que bebida era ruim mas depois que provei nunca mais parei de beber.

Tomo a catuaba e olho pra pista, vejo duas garotas dançando super bem e vários homens olhando pra elas. Não é pra menos né, elas dançam bem pra caralho. Não é porque sou mulher que não falo palavrões, essas coisas, não consigo não falar. Tem homens que não gostam de mulheres que falam essas coisas, mas foda-se, eles não mandam em ninguém cada um faz e fala o que quer.

Vejo as meninas virem até o bar, elas me olham e vou falar com elas.

Analu: Oi, tava aqui vendo vocês dançarem, vocês dançam muito bem! - digo sorrindo e elas sorriem.

Bruna: Obrigada! - sorriu.

Majú: Obrigada! - sorriu.

Analu: Me desculpem não me apresentei a vocês. Meu nome é Ana Luísa, mas podem me chamar de Analu, prazer! - me abraçaram.

Majú: Meu nome é Maria Júlia, me chama de Majú e essa é Bruna minha melhor amiga. - sorriu apontando para Bruna.

Bruna: Prazer! - sorriu - Bora dançar com a gente lá na pista?

Analu: Acho que não, vocês dançam demais, os homens ficam tudo olhando, se eu for lá eles não olham e também eu não sei dançar.

Bruna: Deixa disso e vamo... - Majú a interrompe antes dela terminar.

Majú: Vamos, se tu não for ela não vai parar de te encher o saco, eu conheço ela, não queria ter vindo pro baile só vim porque ela ficou me enchendo o saco. E isso que você falou não tem nada haver, tenho certeza que você dança sim e melhor que a gente.

Bruna: Isso aí! - elas sorriem, pedimos uma vodka e fomos para a pista.

Elas começam a dançar e fico só olhando, tomo minha vodka e danço rebolando indo até o chão. Elas me olham, sorriem e batem palmas.

Rebolei mais, quando vi que tinha vários olhares de homens com desejo e de mulheres com inveja.

Dancei mais ainda para os homens. Não que eu seja puta ou piranha, porque não sou, só não vou fica sofrendo por uma pessoa que vive melhor sem mim e nem lembra que eu existo. Se ele não quer, tem quem queira. E antes de tudo, o amor próprio.

Majú narrando:

O baile tava ótimo tocando vários funk fodas, bem que Bruna disse agora eu vou vir em todos. Dançamos muito, fizemos até amizade com a Analu, gostei dela parece ser gente boa, ela dança muito e ainda falou que não sabia.

Olhei no celular e era 4:43, fui até Bruna que tava com a Analu, ela tava chapadona, eu também tava nem sabia como tava conseguindo ficar em pé.

O Traficante e a MarrentaOnde histórias criam vida. Descubra agora