Capítulo 36

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Maria Júlia

Duas semanas depois.

Duas semanas se passaram depois que contei para Bruna e PH sobre o sonho com minha mãe, e sobre o aviso dela. Ás vezes eu penso sobre esse aviso por horas. E eu nem sei o que vai acontecer daqui pra frente.

Saio dos meus pensamentos com o susto que levei quando escutei os barulhos de fogos sendo lançados no céu,indicando que estava acontecendo uma invasão. Bruna entrou em casa toda desesperada com açaí na mão. Ela trancou a porta e sentou do meu lado no sofá

Meus pensamentos foram logo no PH. Peguei meu celular mandando mensagem para ele, perguntando se estava tudo bem. Porém a mensagem não chegou no celular dele e isso indicava que ele estava no meio da invasão.

Pensar nele no meio de várias trocas de tiro, me faziam ficar desesperada. 

Majú: Você sabe quem está invadindo o morro?

Bruna: A polícia! 

Majú: Como você sabe?

Bruna: Eu tava vindo embora quando escutei barulhos de tiros, mas eu tinha esquecido meu açaí na sorveteria e voltei lá para buscar no meio dos tiros — riu.— Antes de entrar no beco para vir pra casa, eu olhei lá pra baixo e vi os policiais subindo enquanto atirava contra alguns vapor, aí eu sai correndo.

Majú: Em vez de vir embora para se proteger de uma bala perdida você foi é buscar o açaí.

Bruna: Claro — riu.— Pode tá acontecendo o que for se eu estiver comendo alguma coisa a comida vai ser prioridade. Comida é mais importante.

Majú: Nunca vi um morto comer — debochei.— A sua vida é mais importante que a comida, sua burra. Se você morre você não come mais nada — ela me olhou.— Já pensou levar uma bala perdida no meio disso tudo? — ela negou.— Então praga, sua saúde primeiro e depois você se vira com a comida.

Ela olhou pra mim e ofereceu o açaí. Eu aceitei claro. Ela me olhou brava e eu ri, devolvi o copo pra ela que fez a Kátia e continuou comendo o açaí.

(...)

Já haviam se passado quatro horas e já não se ouvia mais barulhos de tiros ou outra coisa da invasão.

Mesmo a invasão já tendo acabado, eu ainda não tinha notícias do PH e minha preocupação só aumentava.

Sai dos meus pensamentos com alguém batendo na porta e Bruna foi ver quem era.

Analu: Oi vadias! — entrou sendo seguida pelo MT que estava sério. Ela cumprimentou Bruna com um abraço e logo depois eu.

MT: E aí — disse sério, se sentando do lado da Analu.

A seriedade dele estava me preocupando mais ainda.

Majú: Você tem alguma notícia do Pedro?

Bruna: E do PR? — todos nós olhamos pra ela. — Qual é? Quero saber só, uai.

Ele olhou para Analu que balançou a cabeça triste e depois olhou para nós duas ainda sério.

Majú: O que aconteceu para ela tá com essa cara? Fala logo caralho — falei irritada.

MT: Eles estão na boca. Estão bem.

Bruna: Aconteceu algo do mesmo jeito! — olhei pra ela concordando. — Ela ainda continua com essa cara triste e você continua sério. Pode falar tudo.

O Traficante e a MarrentaOnde histórias criam vida. Descubra agora