Maria Júlia
Duas semanas depois.
Duas semanas se passaram depois que contei para Bruna e PH sobre o sonho com minha mãe, e sobre o aviso dela. Ás vezes eu penso sobre esse aviso por horas. E eu nem sei o que vai acontecer daqui pra frente.
Saio dos meus pensamentos com o susto que levei quando escutei os barulhos de fogos sendo lançados no céu,indicando que estava acontecendo uma invasão. Bruna entrou em casa toda desesperada com açaí na mão. Ela trancou a porta e sentou do meu lado no sofá
Meus pensamentos foram logo no PH. Peguei meu celular mandando mensagem para ele, perguntando se estava tudo bem. Porém a mensagem não chegou no celular dele e isso indicava que ele estava no meio da invasão.
Pensar nele no meio de várias trocas de tiro, me faziam ficar desesperada.
Majú: Você sabe quem está invadindo o morro?
Bruna: A polícia!
Majú: Como você sabe?
Bruna: Eu tava vindo embora quando escutei barulhos de tiros, mas eu tinha esquecido meu açaí na sorveteria e voltei lá para buscar no meio dos tiros — riu.— Antes de entrar no beco para vir pra casa, eu olhei lá pra baixo e vi os policiais subindo enquanto atirava contra alguns vapor, aí eu sai correndo.
Majú: Em vez de vir embora para se proteger de uma bala perdida você foi é buscar o açaí.
Bruna: Claro — riu.— Pode tá acontecendo o que for se eu estiver comendo alguma coisa a comida vai ser prioridade. Comida é mais importante.
Majú: Nunca vi um morto comer — debochei.— A sua vida é mais importante que a comida, sua burra. Se você morre você não come mais nada — ela me olhou.— Já pensou levar uma bala perdida no meio disso tudo? — ela negou.— Então praga, sua saúde primeiro e depois você se vira com a comida.
Ela olhou pra mim e ofereceu o açaí. Eu aceitei claro. Ela me olhou brava e eu ri, devolvi o copo pra ela que fez a Kátia e continuou comendo o açaí.
(...)
Já haviam se passado quatro horas e já não se ouvia mais barulhos de tiros ou outra coisa da invasão.
Mesmo a invasão já tendo acabado, eu ainda não tinha notícias do PH e minha preocupação só aumentava.
Sai dos meus pensamentos com alguém batendo na porta e Bruna foi ver quem era.
Analu: Oi vadias! — entrou sendo seguida pelo MT que estava sério. Ela cumprimentou Bruna com um abraço e logo depois eu.
MT: E aí — disse sério, se sentando do lado da Analu.
A seriedade dele estava me preocupando mais ainda.
Majú: Você tem alguma notícia do Pedro?
Bruna: E do PR? — todos nós olhamos pra ela. — Qual é? Quero saber só, uai.
Ele olhou para Analu que balançou a cabeça triste e depois olhou para nós duas ainda sério.
Majú: O que aconteceu para ela tá com essa cara? Fala logo caralho — falei irritada.
MT: Eles estão na boca. Estão bem.
Bruna: Aconteceu algo do mesmo jeito! — olhei pra ela concordando. — Ela ainda continua com essa cara triste e você continua sério. Pode falar tudo.
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O Traficante e a Marrenta
Teen FictionMaria Júlia Azevedo da Silva, 17 anos, uma menina linda, dona de um corpão de dar inveja, ela é simples, marrenta, não abaixa a cabeça pra ninguém, nasceu na Rocinha, onde mora atualmente. Pedro Henrique Lima, vulgo PH, 22 anos, é o dono do morro da...