Capítulo 1

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Majú narrando:

Lá estava eu subindo aquele morro num sol quente, depois de ter voltado do asfalto. Vou falar pra vocês não é fácil não ter que subir esse morro todos os dias.

Meus pais morreram em uma invasão que teve aqui no morro no dia do meu aniversário de 13 anos, sofri muito e ainda sinto muito a falta deles. Hoje moro com minha melhor amiga Bruna, que me ajudou assim como sua mãe, quando meus pais morreram.

A mãe dela morreu no ano passado por conta de um câncer. Eu agradeço a Tia Cintia por ter me ajudado, sei que ela não está aqui com a gente, mas sei que ela escuta meus agradecimentos.
Claro, também agradeço a Bruna por ter me ajudado, não sei o que seria de mim sem essa doida na minha vida.

Cheguei em casa, assim que entro me deparo com Bruna deitada no sofá assistindo TV, ela ainda não percebeu minha presença ali.

Majú: Vo assustar ela. - sussurrei, fui andando até o sofá em silêncio, quando chego perto - BRUNAAAAA...

Ela cai no chão assustada e eu fico rindo da cara dela.

Bruna: Pqp Majú, que susto. -levantou com a mão no peito, sentou e eu fui até ela e sentei também.

Majú: Foi mal, mas você tinha que ver sua cara, foi a melhor. - ri ao lembrar e ela me olhou séria.

Bruna: Pode para de rir, quando eu te assusto você fica putinha...Ahh... esqueci, não tem como você fica mais puta do que ja é. - riu e fechei a cara.

Majú: Eu não sou puta sua vaca. -levantei e fui pra cozinha.

Bruna: Onde você tava? Fui no teu quarto e não te achei. - encarei ela.

Majú: Fui dar uma volta no asfalto.

Bruna: Por quê não me chamou?

Majú: Porque você tava dormindo e também porque queria ficar um pouco sozinha. - suspirei.

Bruna: Tendi, mais você sabe que pode contar comigo pra tudo não sabe? - pergunta me abraçando.

Majú: Sei e você também pode contar comigo. - sorri pra ela que retribui.

Bruna: Agora chega de papo e vamo fazer o almoço, que eu to com fome.

Majú: Pensei que ja tivesse feito.

Bruna: Como se eu soubesse fazer. - riu dando de ombros e revirei os olhos.

Depois que almoçamos fomos para a sala, liguei a TV e fui passando os canais até ver que estava passando TWD amo essa série, deixei aí mesmo, assistimos e conversamos.

Bruna: Vamos tomar açaí? Aqui tá mó tédio. - diz revirando os olhos.

Majú: Vamos, mas você paga pra mim. - nem sou pidona né kkkk.

Bruna: Eu por quê?

Majú: Porque eu paguei pra você semana passada, agora é sua vez de pagar pra mim. - ri.

Bruna: Aff isso foi semana passada Majú.

Majú: Não quero saber, você paga. - do de ombros.

Bruna: Tá, então vamos logo sua chata. - deu língua.

Majú: Vamos, e chata pra mim é elogio. - sorri.

Saímos de casa e descemos o morro indo até a sorveteria da Dona Ana, ela faz o melhor açaí daqui do morro, ganha até dos açaís que vende no asfalto.

Sentei na cadeira e Bruna foi fazer os pedidos, eu como sempre pedi completo e com cobertura de chocolate e morango, amo esses sabores.

Após alguns minutos Bruna volta já com os açaís na mão, ela se senta e começa a comer.

Olho para a rua e vejo PH dono do morro, descendo com PR e MT. Já ouvi dizerem que ele é uma pessoa fria, fechada para o mundo, e que mata sem dó.

Fiquei nesse mundo paranóico, até que eu ousso Bruna me chamando.

Bruna: Majú, terra chamando Majú. - olho pra ela.

Majú: Que foi?

Bruna: Faz mó cota que eu to te chamando. - revira os olhos- Você não vai comer seu açaí? Se quiser eu como.

Majú: Calro que eu vo comer. - começei a comer, com Bruna me enchendo o saco.

Bruna pagou o açaí e fomos até a pracinha. Ficamos lá vendo os meninos jogarem uma pelada.

Quando era 18:15 decidimos ir embora.

Subimos o morro conversando, até que escuto um barulho vindo do beco.

Pensei que era coisa da minha cabeça, mas escuto de novo, então resolvo perguntar para Bruna.

Majú: Bruna você ta ouvindo esse barulho?

Bruna: Que barulho? - pergunta com a sobrancelha erguida.

Majú: Esse. - escuto o barulho de novo, ja tava ficando assustada.

Bruna: Agora eu ouvi. -assustada- Vamo lá ver o que é. -diz me puxando.

Majú: Não, e se for algum estuprador? - digo ainda assustada.

Bruna: Deixa de cú doce e vamo logo.

Fomos até o beco e vimos um casal quase se comendo, para o meu alívio, pensei que era outra coisa. Eles se desgrudam e olham pra gente.

Xxx: O que vocês estão fazendo aqui? - diz com aquela voz rouca, que me fez arrepiar.

Continua...

Desculpem se tiver algum erro de ortografia.

Espero que gostem! ❤

O Traficante e a MarrentaOnde histórias criam vida. Descubra agora