Maria Júlia
Estava em casa sentada no sofá pensativa enquanto olhava para o quadro pequeno em minhas mãos, nele tinha uma foto de minha mãe sorrindo. Eu sinto saudades dela, todos os dias.
Majú: Você não sabe a falta que me faz mamãe... — limpei meu olho que já estava cheio de água. Passei o polegar no rosto da minha mãe sobre a foto, ela estava com olhar tão sereno. E esse olhar me traz tanta paz, ela me traz paz.
Deixei o quadro no sofá e fui beber uma água, quando voltei estava Bruna e PH sentados.
PH: Oi, amor! — sorriu e me deu um selinho se sentando ao meu lado, eu deitei minha cabeça no ombro dele.
Bruna: Ta tudo bem? — me olhou e eu apenas confirmei. Ela se abaixou na minha frente com os olhos semicerrados. — Você não tá bem, eu te conheço. Você está estranha. Fala pra gente o que aconteceu.
PH: Tô achando você estranha também, mas não queria falar nada porque pensei que fosse coisa da minha cabeça. Mas não é! Fala pra gente — ele beijou minha testa e eu levantei minha cabeça olhando para eles que me olhavam atentos.
Majú: Eu sonhei com minha mãe! — falei pegando o quadro da minha mãe e abaixei a cabeça.
PH: E não era para estar feliz? Sei que você sente saudades dela, muita mesmo.
Bruna: Faço as palavras dele as minhas. Não era pra estar sorrindo ao invés de ficar essa cara triste e pensativa?
Majú: Não! — olhei para eles séria agora. — Sabe essa foto da minha mãe? — apontei para o quadro e ela confirmou. — Eu acordei com ela nas minhas mãos.
Bruna: Mas era para ficar com essa cara? Você deve ter dormido segurando ele.
Majú: Aí é que tá, eu não peguei a foto antes de ir dormir. Ela fica no criado mudo e eu não acordei de madrugada, você sabe que meu sono é pesado.
Bruna: Eu juro que eu não coloquei e não entrou ninguém aqui se não eu teria escutado.
Ela teria escutado mesmo, ela tem o sono leve demais. Se você faz um barulhinho de nada ela escuta.
PH: Eu não voltei aqui depois que fui embora. Isso tá estranho.
Bruna: Concordo. Estranho demais. Você não bateu a mão lá e ele caiu?
Majú: Não, eu durmo como pedra.
PH: Isso é verdade, ela nem se mexe.
Majú: O mais estranho foi o sonho que eu tive com minha mãe. Não foi como os outros que a gente brincava, nesse sonho ela disse que precisava me dar um aviso.
Bruna: E o que ela te falou? Acho que deve ter sido isso que fez você ficar assim.
Majú: Eu tava sentada...
*Flashback*
Eu estava sentada em um banco no meio de um jardim cheio de flores branca, vermelha, rosas, girassóis médios e alguns grandes e árvores.
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O Traficante e a Marrenta
Novela JuvenilMaria Júlia Azevedo da Silva, 17 anos, uma menina linda, dona de um corpão de dar inveja, ela é simples, marrenta, não abaixa a cabeça pra ninguém, nasceu na Rocinha, onde mora atualmente. Pedro Henrique Lima, vulgo PH, 22 anos, é o dono do morro da...