capítulo dois: pandora riviera

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C U L P A D A

— Nós não vamos nos discutir sobre isso.

Tom me olhou, ponderando e fazendo uma careta. Desviou os olhos dos meus pra olhar a tranca da porta. Perdi o fôlego ao perceber o mesmo guardar a chave no bolso da sua calça.

— Você não tá em uma boa posição pra decidir isso.

Suspirei, olhando pra baixo e mordendo meu lábio. Eu me sentia envergonhada e culpada.

— Não fale como se eu tivesse feito algo ruim. — falei, levantando meu rosto e o olhando nos olhos. — Se foi tão importante, por que você não mencionou depois?

— Por respeito à você. E eu tentei tocar no assunto várias vezes. Mas de repente você ficou muito requisitada, saindo com vários garotos e eu era somente o melhor amigo que você não lembrava que pegou na festa. — ele botou as duas mãos nos bolsos, se aproximando de mim. Ele me olhava diferente. Parecia ter quase... Raiva. Ele parecia estar com raiva.

— Eu lembrava. — eu sabia que não amenizaria a situação falando aquilo, mas desejava dizer sempre que pudesse. Eu lembrava do beijo. — Eu... Eu estava confusa. Você também não pode me culpar por pegar outras pessoas.

— Não, Pandora. Eu não culpo. — estremeci ao ouvir meu nome, sabendo que era rara as vezes que ele me chamava assim. — Eu não preciso fazer isso, né? Você sabe que também não tá certa.

Bati o pé no chão com força, não me importando de parecer uma criança mimada. Eu odiava ficar contra a parede. E era isso o que Tom fazia: ele me conhecia o suficiente pra saber o que estava fazendo comigo. Ele iria me pressionar para eu explodir em informações que eu não queria dar.

Ele queria que eu falasse o que senti quando o beijei.

— Olha só — comecei, dando um passo em sua direção e o olhando nos olhos. A diferença de altura, mesmo Tom sendo baixo, me fez olhar um pouquinho pra cima. Ele sorriu de canto e eu ignorei o gesto que fez minhas pernas ficarem bambas. —, você não se importou com o beijo quando saiu para várias festas com seu irmão durante a viagem de gravação. Ele tinha Helena e eu duvido que você tenha ficado de mãos vazias. — Sibilei, não me importando em esconder o veneno em minha voz.

O monstro verde de ciúme estava me consumindo como havia feito várias vezes depois do beijo.

Eu já sentia ciúme dele antes disso, mas era bem diferente. Eu sentia ciúmes de garotas que quisessem algo com ele e tinham ciúmes de mim, por ser sua melhor amiga, então se eles tivessem algo... A menina faria de tudo para me afastar dele, certo?

Depois do beijo eu sentia algo queimar em meu estômago toda vez que uma menina chegava perto de Tom. Não fãs, óbvio, eu não era tão psicopata assim, mas meninas que eu sentia que haveria chances com ele. E por mais um motivo: o que impediria ele de ter algo com elas?

Não percebi o quanto estava ofegante. Sentia meu rosto queimar, como se estivesse em chamas. Não duvidava que estivesse com o rosto vermelho como todas as vezes que Tom disse que estava quando eu discutia por algo. Meu estômago se contraía com a minha proximidade com Tom. Minha boca quase se abria pra gritar cinco palavras que eu queria que fizesse toda a diferença.

Eu tô apaixonada por você.

Mas não faria. Porque Pandora era melhor amiga de Tom. Tom era melhor amigo de Pandora. E nada poderia estragar essa amizade, esse vínculo. Eu não seria a primeira a tentar.

Eu ainda encarava Tom. Ele me olhava com ar de riso, mas seus olhos brilhavam com a firmeza de uma pedra. Ele estava tenso, mas achava graça de mim.

Tom me revelava, cada vez que discutíamos, mais uma parte do seu bom coração. Não importa o quanto eu ficasse irritada. Ele sempre ria de mim, eu pedia desculpas e ficávamos bem.

Mas então Tom me deu as costas e eu senti meu coração afundar em algum lugar dentro do meu corpo.

— Isso foi um erro. — ele disse, me fazendo abrir a boca para perguntar o porquê, mas então a fechei e olhei para o chão. — Eu não queria que você se sentisse dessa maneira.

A dor de um soco no estômago veio rápido, me atingindo com a ferocidade do soco do Hulk. Tive que dar um passo pra trás e me encostar em uma das minhas prateleiras de sapatos antes de levantar meu olhar e ver Tom.

Ele me olhava com uma tristeza enorme.

— Desculpa por te irritar e te perturbar com isso. Eu me confundi sobre seus sentimentos. — ele juntou as mãos, olhando para as mesmas. Era óbvio que ele evitava me olhar. — Espero que nossa amizade não fique tão estranha assim.

Eu queria chorar e gritar com ele. Ele havia feito tudo aquilo para depois me dar um fora por causa de algo que nem começou?

— Por favor, sai do meu quarto. — eu pedi, sentindo o nó na minha garganta atrapalhar minha fala. Vi quando ele deu um passo na minha direção e eu virei o rosto bem no momento que uma lágrima escapou. Esperava que ele não tivesse visto. — Agora não, Tom. Amanhã nós vemos o que faremos.

— Você... Você não quer mais ser minha melhor amiga? — ele sussurrou, sua voz de repente engrossando e ele esticando uma mão na minha direção. Eu fechei os olhos com força.

Eu não te vejo mais como meu melhor amigo. Depois do beijo eu percebi o quanto eu te amava e o quanto era apaixonada por você. Por favor, me beije agora mesmo e diz que tudo isso foi um engano. Me diz que você se sente da mesma maneira.

— Eu tô cansada agora, Thomas. Vou dormir aqui e amanhã nós conversamos direitinho, certo? E nós bebemos, o que decidirmos hoje pode ser nosso arrependimento amanhã.

Eu estava mais que sóbria.

Vi Tom abaixando o olhar e confirmando com a cabeça lentamente. Ele veio até mim, depositando um beijo casto na minha testa.

Mais uma lágrima.

Ele se virou sem me olhar nos olhos. Destrancou a porta do closet, deixou a chave na mesa ao lado da porta e saiu do quarto, deixando apenas o som abafado da música que rolava lá embaixo.

Corri para a porta logo depois e tranquei a mesma. Como esperava, menos de um minuto depois ouvi batidas na mesma e a voz abafada de Helena. Eu estava em pé, olhando a porta como se a mesma fosse uma aberração.

Quando Helena desistiu de tentar falar comigo — o que demorou uns 10 minutos — eu apenas me virei e fui para o banheiro. Sentia os pedaços do meu coração chacoalhando a cada passo que eu dava.

E um vazio, também. Indicando que quando Tom passou por aquela porta ele havia levado uma parte de mim que nem eu mesma sabia que existia.

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Oi, gente. E então? JDKSKDKSKDDKK

Eu farei capítulos pequenos, ok pessoal? Porque a fic é pequenininha. Tipo, muito pequena. Uns 10 capítulos e só. Se passar disso é porque eu tô fazendo bônus.

E gente, vocês já ouviram falar do momento click? Não sei se é esse o nome que dá, mas é tipo o momento que você percebe que... Caralho, tu ama aquela pessoa. Você tá com ela todos os dias, tá se apaixonando por ela todos os dias mas por vocês serem muito amigos aquilo nem se passa pela sua cabeça. Só quando algo acontece - nesse caso foi um beijo - que você percebe que tinha algo mais.

Foi isso que aconteceu com Pandora.

Então não me venham falar que tá muito rápido. Como a fic é bem curtinha e eu quero fazer algo legal, eu preciso que o sentimento seja descoberto rápido para dar espaço para outras coisas.

Espero que vocês estejam curtindo a fanfic. Eu mesma tô amando bastante e adorando escrever ❤

Não se esqueçam do voto e dos comentários, amo interagir com leitores. Até a próxima mores

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