F E L I C I D A D E
D I A VII
Pandora era fantástica.
Tudo nela era atraente em mim, mesmo quando ela era aquela garotinha que fazia birra e me xingava por besteira.
Tipo agora.
Eu estava praticamente a empurrando da cama. Ela não queria levantar de jeito nenhum.
— Eu tô cansada! — disse, enfiando a cara em meu travesseiro. Eu segurei um sorriso. — E sim, seu filho da puta, é por sua causa. Então vai pro caralho.
— TPM? — perguntei me levantando da cama e pegando minha blusa que estava jogada na cadeira ao lado da minha cômoda.
Ontem eu a cansei, realmente. Não paramos de transar até de tarde, quando ela não aguentou mais e pediu para parar. Comemos, maratonamos série juntos, transamos de novo e enfim dormimos.
O que eu posso fazer? Essa mulher me enlouquece.
Eu sempre quis tocar nela. Apenas um beijo dela despertava várias coisas em mim que eu não poderia explicar para ela se não estivéssemos nesse momento. Um já sabe dos sentimentos do outro, então por que esconder?
— Sim, talvez seja TPM. — falou ranzinza, se levantando da cama. Ela usava somente calcinha. Assobiei quando ela passou por mim indo para o banheiro. — Assobia pro cu.
Eu ri baixinho, não querendo irritá-la mais.
Saí do quarto quando ouvi o barulho do chuveiro sendo ligado. Desci para a cozinha, encontrando Helena sentada na bancada tomando suco. Eu estreitei os olhos.
— Por favor, não diz que é com as laranjas que estavam na geladeira.
Ela sorriu, negando com a cabeça.
— Não, amigão.
— Cadê o Harry? — perguntei, abrindo a geladeira e pegando as coisas que eu tinha preparado durante a madrugada. Bom, era uma longa história.
— Tá na rua comprando coisas para o almoço. Você deveria ter escondido mais isso aí, e se ela acordasse durante a madrugada pra beber água?
— Eu não deixaria ela levantar.
— Eu nem sei se ela conseguiria, né? Eu ouvi tudo.
Soltei um riso baixo, preferindo não me pronunciar sobre isso. Ela se levantou, trazendo o copo até a pia e colocando a mão em meu ombro.
— Boa sorte, clichê da porra.
— Vai transar, Helena.
Ela saiu rindo da cozinha, subindo as escadas. Ouvi ela gritando com Pandora e batendo palmas, zoando a amiga. Ótimo, ela manteria a Pan ocupada e assim eu teria mais tempo.
Eu adiantei o que pude pra fazer um café da manhã na cama para ela. Então comecei a deixar as coisas prontas: misto quente, morangos, suco de laranja natural e gelado, do jeito que ela amava, junto com um pedacinho de bolo de chocolate.
Era uma mistura, eu admito, mas o que eu posso fazer se ela amava a combinação?
Ela nunca era tradicional. Odiava bacon — ela era uma ativista animal nata e se sentia feliz em pelo menos cortar alguma carne do seu cardápio — e ovos.
Então assim que eu terminei, arrumei tudo e levei para o meu quarto.
Encontrei ela e Helena sentadas na minha cama, conversando. Pandora se assustou ao me ver com uma bandeja cheia de comida.
— Meu Deus, Thomas. — murmurou, abrindo um sorriso enorme que me fez sorrir junto. — Não acredito.
Helena aproveitou o momento de distração e saiu de fininho, fechando a porta do quarto atrás de si enquanto eu posicionava tudo na cama, na frente de Pan.
— Ai, céus. — sussurrou, os olhos marejando. Franzi o cenho.
— Por que vai chorar? Fiz algo errado?
— Não, idiota. — sorriu, passando o dorso da mão no olho. — Fez tudo certo, bem certinho.
Sorri quando recebi um selinho como agradecimento. Mas é claro, era a Pandora, então ela começou a atacar tudo assim que teve a chance.
Pigarreei, sabendo que esse era o momento certo.
— Pandora... Eu nunca cheguei a falar isso, mas... — travei, vendo seu olhar cair sobre mim. Ela mastigava um morango. — Você foi a melhor coisa que me aconteceu. Eu nunca me imaginei sem você e tenho certeza que nunca imaginarei. Eu tenho orgulho de você, te admiro, te respeito, te desejo, te adoro — sorri, não me segurando quando pensei na piadinha. —, se quiser eu até te enalteço, porque você é um mulherão da porra e cada dia que passa eu percebo mais que fiz a escolha certa. Mas, acima de tudo, eu te amo.— ela engoliu o que estava mastigando e ficou me olhando com a boca entreaberta, parecia prender a respiração. Continuei: — Eu te amo e quero que você participe da minha vida de um novo jeito.
Franzi o cenho, olhando para a bandeja. Suspirei.
— Você não comeu a porra do bolo, então foda-se. — falei meio frustado, pegando o bolo e enfiando o dedo no mesmo. Pandora logo percebeu e soltou um gritinho, levando a mão até a boca. Pesquei o anel entre a massa. — Pandora Riviera, quer namorar comigo? Eu prometo que você sempre será minha prioridade, mais do que já é. Eu nunca vou te abandonar. Se um dia você der um chute na minha bunda, eu vou sorrir pra você e dizer que não foi forte o bastante. — isso a fez rir, mas as lágrimas corriam por suas bochechas vermelhas. — Você é dona de todo meu amor.
Ela sorriu, se jogando em cima de mim e me abraçando pelo pescoço. Soluçava.
— Desgraçado. — murmurou com a voz embargada. — Eu aceito, seu fudido que queria quebrar meu dente com a porra de um anel no bolo.
Eu ri mais ainda, tomado pela emoção e quase chorando também.
— Isso tudo é por causa da TPM?
— Isso tudo é porque você é a minha salvação, Thomas. — sussurrou, fungando e se sentando na minha frente. Eu a olhei, atento. — Eu não menti quando disse que você salvou minha vida. E você a salva diariamente, mesmo não percebendo. — esticou a mão, pegando o anel da minha mão. Lambeu os farelos de bolo, rindo baixinho. — E isso aqui, amor... — disse, me fazendo sorrir. Ela nunca tinha me chamado disso. — É o primeiro passo para a eternidade. Eu te amo demais.
Continuei sorrindo igual um idiota, olhando para aquela mulher.
E tive a certeza que não importa o que aconteça, eu terei tudo se ela estiver ao meu lado.
Porque ela era minha salvação também.
Fim.
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Seven Days - Tom Holland [✓]
FanfictionEssa história é de como eu me apaixonei por Thomas Stanley Holland. Mais precisamente... Como eu percebi que era apaixonada por ele antes mesmo de beijá-lo. Meu nome é Pandora Riviera e eu quebrei meu coração em 7 minutos. Deus criou o mundo em 7...