Seven Days - Tom Holland [✓]

capítulo oito: tom holland

S H O P P I N G

D I A IV

Parabéns para mim.

Não, não era meu aniversário. Mas era como se eu estivesse nascendo de novo: eu e Pandora estávamos melhores do que nunca. 

A confiança foi estabelecida novamente depois da nossa conversa. Não havia silencio entre a gente. Sempre que nos encontrávamos pela casa, seja porque um estava indo até a cozinha ou quando ela estava assistindo algo na tv, rolava um sorriso. Não daqueles que olhamos um para o rosto do outro e sorrimos. 

Mas aquele que um olhamos um para o outro, continuamos o que estamos fazendo e sorrimos sozinhos. 

Esse, para mim, é o melhor tipo de sorriso. 

Vamos ao shopping hoje. Pandora tá doida pra sair de casa e nem Helena conseguiu a segurar para ficar quieta. 

Eu tinha grandes planos, e pensava neles enquanto me arrumava para sair com meus amigos e a garota que amo. 

Eu queria pedi-la em namoro. Mais precisamente, daqui à três dias. Faria uma semana desde a nossa "briga" e eu queria recompensá-la. 

Certo, eu era clichê. Mas tinha como não ser? 

— Thomas, bora. Tu tá morto aí dentro? — Harry abriu a porta do quarto, me olhando. Eu tinha acabado de colocar a blusa. — Eita, tá gatão hein. 

Eu sorri, botando a blusa xadrez por cima. Olhei para Harry. 

— Só faltava eu? 

— Sim, senhor. Mas valeu a pena. Pandora vai cair pra trás depois que te ver. 

— Acho que seria ao contrário. 

Harry revirou os olhos, fazendo uma careta. Ele e Helena se mereciam. 

— Blá, casal apaixonado. Agora vamos logo. 

Desci as escadas com Harry na frente e encontrei Helena conversando com a Pandora na sala, ambas em pé. Pandora tinha o celular e a carteira na mão, junto com um sorrisinho no rosto, escutando o que sua amiga falava. 

Usava uma blusa branca com detalhes vermelhos, saia vermelha e tênis branco. Sem maquiagem, apenas o cabelo solto e a boca avermelhada naturalmente.

Ela era linda, mas não só isso. Ela tinha todas as qualidades e defeitos que a faziam ser perfeita para mim. 

Suspirei, indo até ela e depositando um beijo em sua cabeça. Ela me olhou e sorriu mais. 

— Podemos ir? — Helena questionou, pegando seu celular também. — Não quero parecer chata, mas daqui a pouco não vai dar tempo de almoçar e depois ir pra nossa sessão. 

— A sessão começa só 15hrs, Helena. — Pandora disse, revirando os olhos verdes. 

— E já são 14h15. Você sabe como são as filas pra comer dentro do shopping. 

Pandora arregalou os olhos, mas ficou quieta. Eu estiquei a mão, pegando na sua. Era a primeira vez que eu fazia isso. Cansamos de dar aos mãos, óbvio, mas hoje era... Diferente. Acho que ela sentia isso também, pois entrelaçou seus dedos nos meus e apertou a palma na minha.

Fomos no meu carro. 

Conseguimos comer a tempo de pegar nossa sessão do cinema. Assistimo Homem-Formiga e a Vespa e eu tive que aguentar elas falando mal dos meu chefes. Xingou cada um que sabiam o nome. 

Então Pandora quis comer novamente. Na verdade, ela queria um milkshake pra "fechar a tarde com chave de ouro."

E Helena também quis. Ou seja: eu e Harry só podíamos concordar e ir atrás das meninas. 

Eu encontrava fãs ás vezes, mas hoje estava tudo calmo. Apenas três pessoas me pararam para pedir foto e um autógrafo. Até pediram para Harry tirar foto também. 

Quando a quarta fã estava se afastando, foi quando aconteceu. 

— Ora, ora! Tom-bate-em-mulher-bêbada-Holland. 

A fã se virou, o celular em minha direção. Eu me virei lentamente, encontrando os olhos arregalados de Pandora.

E Pietra, atrás dela com os braços cruzados. 

— Bate em mulher bêbada? — a fã perguntou, se aproximando. Ela tinha abaixado o celular e parecia genuinamente preocupada, mas eu não podia arriscar. 

Harry se aproximou e botou o braço em meu ombro, sussurrando para eu me afastar. 

— Ele não te bateu, Pietra. Você se jogou para cima dele, mas estava bêbada demais. Então quando ele te afastou tu caiu feito uma jaca madura. 

Fechei os olhos com força depois de ouvir a voz de Pandora. Ela parecia estranhamente calma e tinha o canudo do milkshake em seus lábios, olhando para Pietra. 

— Eu não falo com putas, Pandora. Espere sua vez. 

A fã tinha levantado o celular novamente. 

Eu estava hiperventilando. 

Helena se colocou ao lado de Pandora e segurou seu braço, provavelmente se preocupando em segurá-la caso a mesma quisesse avançar em Pietra. Mas Pandora estava sorrindo. 

— Não precisa me segurar, Helena. — se afastou delicadamente, se aproximando um passo de Pietra, que a olhava meio assustada. — Por que eu sou puta, exatamente? Cá entre nós, em pleno século vinte e um chamar outra mulher de puta não ofende ninguém. Se para você é uma ofensa, sinto muito. Não existe putas. 

— Prefere que eu chame por prostituta? Você é a melhor amiga dele e começou a dormir com ele depois que ele enriqueceu. 

— Minha nossa. — Pandora fechou os olhos, negando com a cabeça lentamente. Se aproximou de vez dela, pegando em sua mão e colocando o milkshake nela. — Cresça, cara. Você acha mesmo que eu vou brigar ou criar rivalidade com você por causa de algum homem? Não mesmo. Não faria isso nem pelo Tom, eu tenho senso. — se afastou, me olhando. Eu a encarava boquiaberto. — Eu fui criada com vocês dois. Por acaso, me apaixonei pelo ele. Não foi por dinheiro, pois eu consigo viver bem com o que tenho. — veio até mim e segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos. Eu estava gelado. — Eu desejo que você seja feliz e encontre alguém. Só peço que não fique espalhando o ódio por aí. Ninguém merece isso, nem você, Pietra.

E se virou, me puxando junto levemente junto com ela. Eu olhei para o lado e a fã sorria, nos filmando. Helena e Harry vinham logo atrás. Mas Pandora parou de repente, sorrindo feito uma criança que acabou de ganhar um doce e virou para trás, encontrando uma Pietra branca como se tivesse visto um fantasma. 

— Espero que goste do milkshake! Se quiser qualquer dia sair e tomar um comigo, para deixar de infantilidade e relembrar os velhos tempos, é só me ligar!