Coming Home

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Mamãe! Mamãe!

— O que foi meu amor? Está tudo bem?

— Tem um monstro ali dentro do escuro.

Agora eu acreditava que tivessem mesmo monstros no escuro, era o que minha vida havia se tornado. Viúva, com uma filha para criar. Eu estava na minha pior fase, mas teria que passar por ela.

A vida não estava sendo justa comigo durante muito tempo. E piorou quando Derek passou a ter dores de cabeça frequentes, as vezes até o impedindo de realizar cirurgias. Com o diagnóstico de tumor no cérebro em mãos, ele foi atrás do melhor tratamento e cirurgia. Amelia insistiu para realizar, mas ele não permitiu, além do protocolo. Talvez tivesse sido a melhor escolha. Talvez ele não tivesse morrido na mesa de cirurgia.

Minha vida deu um giro quando me vi sozinha com minha filha. Sozinha em outra cidade. Longe dos meus amigos, da minha irmã, longe de todos. De tudo que era importante para mim.

Mas agora, eu tinha uma escolha em minhas mãos: voltar para Seattle. Voltar ao Seattle Grace, recuperar minha vida, meu antigo emprego, meus amigos. Talvez, talvez fosse um jeito de começar de novo.

Eu não teria Cristina de volta, mas ela não tinha mais nada que a prendesse em Seattle, era dona de um hospital enorme, e estava feliz e completa com isso. E mesmo assim, a tinha sempre comigo.

Um dia ela me disse que eu havia me tornado o tipo de pessoa da qual nós ríamos, e ela como sempre, estava coberta de razão. Eu desisti da neurocirurgia por causa de Derek. Desisti de coisas que poderiam ter feito minha vida totalmente diferente. Desisti de ser maior do que eu deveria ser para viver o sonho dele.

Mas eu sei que, Seattle é meu lugar, e eu posso ser grande em qualquer lugar do mundo se decidir que devo ser.

— Quando nós vamos embora?

— Daqui a pouco. Em algumas horas estaremos lá, está ansiosa Zozo? A tia Lexie e o tio Alex vão estar a nossa espera.

— Estou. E a tia Amy? Ela não liga há dias.

— Sua tia está ocupada com algumas pesquisas, ela ligou ontem e te mandou um beijo, apenas não quis te acordar.

Eu não estaria louca se dissesse que minha filha era por vezes mais madura que eu, ela saía com cada uma que me deixava de queixo caído. A última dela foi que eu precisava de um novo amor. Não preciso. Estou bem assim e quando a necessidade fica grande, tenho um ótimo massageador.

Terminei de colocar as malas no carro e encarei nossa agora ex casa, por um tempo. Os últimos dez anos haviam sido turbulentos, Derek era difícil, difícil de lidar, mas o amor dele por nós era maior que tudo no universo. Ele sabia da minha infelicidade por ter me resumido a uma atendente para que ele pudesse trabalhar para o presidente. Mas mesmo assim, a decisão de acompanhá-lo foi minha.

A nossa nova casa era perto do hospital e da escola de Zola, assim, por enquanto, não precisaria de um carro. O horário do vôo chegou e nos dirigimos para dentro do avião. Ela estava feliz, os olhinhos brilhando e ela não parava de sorrir, me fazendo sorrir também.

— Você é a sobrinha mais linda do mundo, não conte para ninguém que te disse isso, okay?

Lexie a abraçou e ela retribuiu, sorrindo e a beijando no rosto.

— Você é a tia mais linda do mundo. Não conte a tia Amy!

— Okay, só ela que recebe carinho por aqui?

Ela me abraçou também e eu não tinha notado o quanto sentia sua falta.

— Você está explodindo! O Mark deve estar louco.

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