Difficult Times.

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Olá. ❤️ Queria escrever capítulos mais leves, mas por enquanto vai ter que ser nessa vibe... Espero que gostem.

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Quase um mês havia se passado e nada de Addison acordar. Ela tinha atividade cerebral, mas não estava reagindo. Não sabia quanto tempo aquilo duraria, já havia presenciado casos em que o paciente levou anos para acordar. Eu já não estava suportando vê-la naquela situação. Queria ouvir a voz dela, a risada, os olhos cheios de vida... Por favor, se existe alguém aí em cima e eu sei que existe, traga a Addison de volta. Faça ela ficar. Ela tem tanto a oferecer ao mundo, por favor. Eu pedia o tempo todo, todos os dias.

— Tia Mer, quando vou poder visitar a minha mãe ? - cada pergunta de Henry sobre Addison partia meu coração, ele sentia muita falta. E eu também.

Foi difícil demais pra ele lidar com a morte de Callie, difícil mesmo. Ele não comia, e mal conseguia dormir. Levamos ele ao psiquiatra que passou um medicamento para ajudá-lo no sono, e aos poucos ia recuperando a vontade de fazer as coisas. Zola ajudava muito. Cuidava de Henry como uma mãe cuida de um filho. E eu me sentia muito orgulhosa da criação que dei pra minha filha.

— Amanhã você pode ir, mas ela não pode falar com você, não fique impressionado ok? Você pode falar com ela, quem sabe ela não se anima, sim?

— Oh... tudo bem. Eu vou tentar ser o mais animado possível.

Henry ficou o dia todo ensaiando palavras para a mãe, ele estava feliz e eu estava com medo. Não queria que ele ficasse assustado ao ver o estado de Addison e regredisse novamente. Ela não estava respirando com ajuda de aparelhos mais, mas ainda assim o estado era grave. Lexie fazia exame clínico nela todos os dias, já a outra tomografia seria só no próximo mês, devido à radiação e a imunidade baixa em que ela se encontrava. 

Recebia os medicamentos pelas veias dos braços, as vezes o direito, as vezes o esquerdo. Também tinha um acesso no  pescoço. O braço enfaixado e cheio de pinos, já estava quase colando. O curativo era trocado uma vez ao dia, como ela não movia o braço, o curativo continuava intacto. As cicatrizes já haviam secado.

Henry entrou no quarto, leves tons de azul misturados com branco, um cheiro de produto de limpeza denunciava que o quarto acabara de ser higienizado. Addison havia saído da UTI uns dias antes, logo depois que passou a respirar sozinha. Isso era um bom sinal, ótimo aliás.  O inchaço no cérebro a impedia de acordar, mas Lexie estava otimista quanto a isso. E eu torcia para que minha irmã estivesse certa.

Ele me olhou como se pedisse permissão pra se aproximar da cama e eu assenti. Fiquei de longe observando enquanto Henry passava a pequena mão pelo braço de Addison.

— Oi mamãe... Oi, sou eu. Eu sei que você não vai falar comigo, a tia Mer me explicou. Mas se você puder me ouvir, eu estou te esperando aqui, tá bom? Fique forte. Você vai ficar triste quando souber que a mamãe Callie não está mais aqui. Por isso eu preciso de você. Não posso perder as duas.

A voz dele embargou e eu senti uma lágrima escorrendo pelo meu rosto. Me aproximei e depositei um beijo no topo de sua cabeça.

— Vamos, Henry? Precisamos ir.

— Tudo bem. Mas eu quero ficar mais um pouquinho com ela.

Flashback On

Você pensa em ter filhos?

— Sim. Quero ter no mínimo dois e você?

— Não sei. Às vezes quero, às vezes não. Mas se tiver vai ser um só.

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