Corrida Contra o Tempo

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    ESTE CAPÍTULO POSSUÍ UM CONTEÚDO PESADO, QUALQUER PROBLEMA, NÃO É RESPONSABILIDADE DA AUTORA. NÃO LEIA SE VOCÊ NÃO TIVER ESTÔMAGO PARA ISSO.

   Pov's Amy
2h após o resgate

- SAI DAQUI SEU FILHO DA PUTA - eu gritei para o médico que tentava me examinar - NÃO ENCOSTA EM MIM - eu chorava.
- Amy, calma - minha mãe em prantos tentava segurar minhas mãos trêmulas e eu sentia nojo, nojo de mim, nojo dela e de todos ao meu redor. Meu braço pendia para o chão frio e limpo do lugar, eu me sentia suja e nojenta, como se tivesse um cheiro de podre dentro de mim e não importaria se eu tomasse mil banhos, o cheiro nunca iria sair.

Depois de tanto chorar minha fonte secou, eu só encarava o teto igualmente branco e limpo do local. Eu tinha muito medo de fechar os olhos e quando abri-los encarar aquele teto mórbido e sujo.
Eu ouvia os passos nos corredores, não conseguia me mover parar correr toda vez que eu ouvia sons de saltos. Minha garganta ardia toda vez que eu engolia a saliva amarga da minha boca.
Eu precisava mudar de pensamentos, então eu me relembrava da ordem das cores, ou da sequência de números romanos, tinha um relógio de ponteiros com algarismos romanos de aparência antiga em cima do vão da porta, eu olhava fixamente e segurava o cobertor fino, não estava com frio, meu braço estava em uma tipóia e eu mordia minha bochecha internamente para me lembrar que estou viva ainda... Bom, mais ou menos, na verdade.

        Pov's Edgar
5h antes do resgate

Chego na empresa, aparentemente pequena e barata, a atendente arruma os seios no decote extremamente grande e desproporcional, balanço a cabeça. Ela sorri.
- Boa tarde, em que posso ajuda-lo? - ela diz sorrindo
- eu preciso de uma informação e estou disposto a pagar muito bem por ela - digo suavemente, olho para o crachá em seu peito, seu nome é Elaine, olho para ela e forço um sorriso - Elaine, preciso de informações sobre uma viagem feita neste dia - mostro o papel na minha mão.
Ela se inclina e coloca uma mecha de cabelo louro atrás da orelha.
- senhor, eu não poss...- ela começa
- te dou 10 mil dólares  por essa informação e ninguém saberá - falo com calma
ela abre a boca pensando provavelmente em como vai gastar esse dinheiro
- eu vou fazer uma lista mas só entrego quando você vier com o dinheiro, notas sem marcas, por fa-
- estão aqui, coloco uma maleta preta em cima do balcão, todas em notas de 50 sem marcas, é urgente -
Ela pega a maleta e confere as notas, quando tem certeza que são verdadeiras, a fecha e coloca em seu colo.
Ela acessa o sistema rapidamente e seus dedos tremem, olha para mim e continua, morde um lábio e espera a impressora cuspir alguns papéis. Pesca o papel e o lê, confirma com a cabeça e me entrega.
- Algo mais? - ela pergunta ansiosa
- essa viagem aqui, preciso saber quantas pessoas o helicóptero estava transportando - aponto no papel
Ela arregala os olhos.
- não posso dar essa informação -
- eu te pago mais 5 mil, é caso de vida ou morte -
Ela pisca
- okay, mesmo esquema... - ela diz olhando a maleta
- só um instante - vou no carro e volto com uma mochila, graças a Deus eu vim preparado
Jogo a mochila no balcão e ela confere
Continua mordendo o lábio inferior e puxa toda informação.
- aqui senhor, posso lhe ajudar em algo mais? -
- ninguém pode saber disso, te paguei mto bem por isso, transforme o silêncio em cortesia - falo e saio correndo para o carro deixando Elaine confusa.

    Pov's Amy
12h antes do resgate

Ouço o click da porta e saio do meu sono breve e insuficiente, olho para a figura a minha frente segurando o que parece ser um travesseiro, não entendo muito bem.
Diego não diz uma palavra, me segura pelo braço bom e olha pra mim, ele está diferente, animado, porém está contendo as emoções. Ele cheira a um perfume doce demais, o que me deixa enjoada e tonta. Olho para ele melhor e percebo que ele está de roupão, ele me guia pelo corredor e eu arrasto os pés tentando acompanhar seus passos longos. Meu cabelo cobre meus seios e uma parte do meu corpo magro demais. Passamos por uma porta de vidro, e me visualizo. Uma figura pálida demais, parece que a melanina do meu corpo desapareceu, olheiras escuras demais, meu cabelo castanho e sujo escorre pelas minhas costas e ombros, pareço um fantasma, o resto do que um dia eu já fui. Fico triste, realmente triste com minha própria visão.
Diego abre uma porta estranha e que eu nunca vi, é um quarto. Bem arejado, com uma cama enorme bem posta no meio com lençóis brancos e de aparência confortável e macia, não me lembro de como essa sensação é.
Ele me faz sentar e eu me encolho no chão. Ele fecha a porta. Por um instante eu tenho um ataque de pânico interno, ele vai fazer o que estou pensando... Eu preciso sair daqui, não quero isso, de jeito nenhum.
Não digo uma palavra.
Diego se volta para mim e pega minha mão boa, me levanta, e tira os cabelos do meu rosto.
Sua mão passeia pelo meu corpo e eu sinto nojo de mim, sinto vontade de vomitar, mas não tenho nada o que vomitar.
Ele beija meu pescoço e eu choro, desesperada.
Ele sorri, um sorriso doentio.
Não tenho forças, não tenho motivos para lutar mais.
As lágrimas caem e ele as seca.
Eu fecho os olhos ainda chorando e aceito o que tem que ser.
Ele me coloca na cama de bruços e as lágrimas caem mais densamente, mordo o lençol, sem forças, ele me toca enquanto me viola, sinto tanto nojo, quero morrer.

        Pov's Edgar
1h antes do resgate

Corro o mais rápido que posso contra o tempo, tento não chorar, é difícil.
A polícia localizou a casa onde supostamente Amy estaria. Me disseram que eu não poderia estar aqui, porém eu me recusei. Disseram que eu deveria manter a calma, pois não sabiam se Amy estava viva ou... Me recuso a aceitar isso também.
Eles invadem a casa e tudo depois disso é um borrão.
Acontece muito rápido, a casa está vazia, nenhum sinal de Christina. Amy está lá dentro, deitada de bruços numa cama branca, com sangue escorrendo pelas suas pernas e eu tenho muito medo de perguntar se ela ...

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O Pai Da Minha Melhor Amiga - Vol. 1 [FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora