Surpresa?

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- Me desculpa! Por favor, eu fui uma idiota. Uma filha da puta idiota e ciumenta, eu me senti traída, mas você também foi uma mentirosa. - Charlotte fala enquanto anda de um lado para o outro no nosso apartamento
Eu só consigo olhar ela freneticamente enquanto aperto as unhas no centro das mãos - É lógico que eu não tinha direito de te dar um tapa mas eu agi por impulso e nunca mais vou fazer isso, eu só senti medo de que você fosse mais uma...-
- tá bom, já entendi. Eu não vou pedir desculpas, sinto muito se você espera que eu faça isso, pelo menos não por ter ficado com seu pai ou algo assim, vou pedir desculpas por não te contar, eu achei que era só uma transa...-
- aí meus Deus Amy, já entendi, não precisa dar os detalhes disso, ok? Eu já aceitei sua situação e entendo que vocês tem a vida de cada um, é estranho pensar em você como madrasta, mas eu posso me acostumar -
- Jesus Charlie! Você não parar de falar um minuto? - digo irritada
- desculpa, tô nervosa - ela se senta cruzando as pernas
Eu abro as mãos e toco as pequenas feridas, preciso parar de fazer isso
- eu preciso conversar com seu pai, tenho uma coisa importante pra falar. - falo tentando não demostrar pânico na voz
- falar o que? - ela pergunta com os olhos brilhando de curiosidade - vai terminar com ele? Vai destruí-lo de verdade, é melhor conversarem à sós e...-
- certo, já entendi. Essa noite vou sair com ele e preciso saber como ele está - olho pra ela preocupada - desde... Você sabe, eu não tenho dormido bem, nem comido também. -
- ele está péssimo, ficou um pouco menos angustiado quando soube que você estava na cidade, mas na maioria do tempo bebe até pegar no sono e acorda como se o mundo fosse uma grande fossa - ela suspira - ele sente sua falta, só o vi assim..bem, só quando mamãe morreu -
Pisco incrédula, ela me comparou a mãe? Ok, isso foi estranho.
- vou me arrumar, está quase na hora. Você tem algo que caiba em mim? Estou tão magra que minhas roupas não me servem - brinco.

***

Uma hora depois, estou maquiada e cheirosa, pronta para vê-lo, meu estômago embrulha só de pensar em tocar sua pele e olhar em seus olhos, faz bastante tempo que evito contato, mas agora não posso correr mais tenho que conversar com ele.
Olho mais uma vez no espelho, peguei um vestido de Charlie azul bebê, justo que realça as poucas curvas que ainda tenho e um salto preto, pego a minha bolsa e desço as escadas.
Louis acena para mim do lado do carro e dá um de seus sorrisos mais bonitos e joviais. Ele me ajudou muito durante esses dias, se tornou um amigo.
- Boa noite capitão - o chamo usando o apelido dele - como vai?
- estou muito bem senhorita - ele faz uma pequena reverência - você, como está se sentindo hoje? - ele abre a porta
- nervosa - suspiro
- imagino, vai dar tudo certo. Tenho certeza que ele vai ficar muito feliz, ele é um bom homem. - ele começa a dirigir
- eu sei que é - penso alto - só queria não ter medo de tudo - dou um sorriso amarelo
- ah, vamos lá. Você é um pequeno raio de Sol, se anime. - ele liga o som e a voz da Billie Holiday ecoa pelos alto falantes
Balançamos a cabeça durante a música e ele canta junto.

***

- Vai dar tudo certo menina - Louis diz baixinho enquanto abre a porta para mim
- tomara capitão, eu realmente espero que dê - digo e dou um tapinha no seu ombro - até mais tarde -

Entro no prédio todo espelhado da Collin's e uma recepcionista me direciona até o elevador e aperta o botão correto, agradeço e entro.
Me encosto na parede também espelhada do elevador e espero, parecem horas dentro daquela caixa e começa a me dar muito calor, um suor frio corre pela minha espinha e eu tremo de frio/medo, não sei exatamente, o ar parece que não é suficiente e começo a me desesperar. Aperto as unhas na mão, que afundam na carne macia e eu deixo escapar uma lágrima.
A campainha toca e eu chego.
A porta abre e ele está lá. O homem que faz toda minha existência parecer importante e que faz minhas mãos suarem de nervosismo.
Eu me recomponho e saio do elevador, que agora parece bem normal.
Os olhos dele parecem brilhar, eu acho que são lágrimas.
- Oi - ele fala sem fôlego
- Oi - dou um sorriso, estou feliz por vê-lo, muito feliz, na verdade.
- eu senti sua falta - ele chega mais perto com toda cautela do mundo - você está bem? Parece que estava suando, sente algo? - ele procura em mim algo de errado
- eu... Estou bem - encosto em sua mão e uma corrente elétrica passa pelo meu corpo - só um pouco nervosa, já estive pior na verdade - brinco - você não tem comido direito, tem? - Consigo ver as maçãs salientes do rosto dele
- tenho feito o que posso pra me manter de pé - ele se aproxima um pouco mais tocando no dorço da minha mão enquanto fala - notei que você está mancando, está machucada? -
Eu gelo
- é uma sequela, estou fazendo fisioterapia - falo um pouco seca demais
Ele se afasta com medo da minha reação
- eu... Me desculpe, foi uma pergunta idiota... Eu só não sei o que falar - ele fala com a voz embargada no choro que ele tem controlado desde que me viu - eu não quero te perder e parece que já perdi - ele olha para mim e as lágrimas descem
Eu não aguento e o abraço forte. Ele desaba. Eu o amo.
- Eu estou bem, passei por coisas terríveis sim, mas estou de pé - dou um sorriso fraco - mancando um pouco, mas de pé - brinco - e eu amo você -
Ele me aperta como se sua vida dependesse desse abraço

- vamos comer? Estou faminta e preciso te contar uma coisa - eu pego o rosto dele entre minhas mãos secando as lágrimas com o lenço do paletó
- sim, também estou com fome - ele acaricia minha bochecha com o dedo indicador

O jantar estava posto e eu morrendo de fome, comemos enquanto conversávamos e tudo ocorreu bem.
- quer um pouco de vinho? Escolhi essa safra especialmente para você -
- não, obrigada, só água. - recuso enquanto termino minha sobremesa
Ele me olha estranho.
- o que você quer me contar ? - ele pergunta enquanto nós levantamos e vamos até um pequeno sofá bege na sala
- Bem, desde que eu saí do hospital me sinto diferente. É como se o mundo não tivesse mais cor, sabe? Eu passei por coisas terríveis, eu não quero me lembrar disso porém tem algo que não deixa. Eu trouxe uma coisa, espere - levanto e pego minha bolsa, retiro um papel de lá e entrego a ele - não abra ainda, eu não sei como você vai reagir mas eu tomei uma decisão, preciso saber se você está comigo ou não - pego em sua mão e a levo até os lábios - abra. -

**"

Pov's Edgar

Eu me arrepio todo quando sua boca toca minha pele. Ela é tão linda, tão forte.
Pego o papel e o abro de vagar.

Eu não falo, tento decifrar oq está escrito

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Eu não falo, tento decifrar oq está escrito. Franzo o cenho e olho confuso do papel para o rosto apreensivo de Amy me dando um pequeno sorriso.
- Eu não entendi - falo ainda confuso - isso são exames? Você está doente? - me apavoro
- não, você entendeu errado. Eu...Eu tô grávida- ela sorri
E eu não sei o que responder.

FIM





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CARACA, 5 anos escrevendo esse livro
Até que enfim terminei, mas apenas comecei (?)
Obrigada a quem acompanhou até aqui
Eu sou muito grata a vocês

Adicionem o livro A madrasta na biblioteca de vcs
Vou postar toda semana a partir de agora, tô com mais tempo kkk
Em breve disponibilizo no meu perfil
Enfim, obrigada de vdd
E n deixem de compartilhar a história da Amy
Enoes ❤️

O Pai Da Minha Melhor Amiga - Vol. 1 [FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora