Capitulo 4

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Acordei com o barulho irritante do despertador; estava frio e fiquei lutando comigo mesma para poder levantar da cama. Tomei um banho rápido, estava muito frio e sai do banheiro quase congelando. 

Vesti uma calça social da  Armani, uma blusa de mangas de tecido fino. Soltei os cabelos e fiz só o básico na maquiagem ,nas exigências da empresa eu teria que usar maquiagem todos os dias, pelo o menos o básico. Tomei um café ligeiro, peguei o casaco combinando com a calça ,a minha bolsa, tranquei tudo e desci. Arrepiei quando sai do prédio, a brisa fria tocou meu rosto e eu me arrepiei. Choveu a noite toda, e o inverno não estava muito longe de chegar, apertei o casaco ao meu corpo e caminhei até chegar no trabalho .

Cumprimentei a todos e fui até minha mesa. Antes das dez todo o trabalho que tinha acumulado já estava todo pronto . O Andrew não apareceu na manhã, agendei todos os compromissos e organizei toda a sua agenda. A hora do almoço chegou e eu saí rapidamente, não queria demorar muito no restaurante hoje, ainda me sinto meio desolada em meio a tanta gente do nariz em pé, e lembrar que eu também era assim me assusta, por mais que toda a dificuldade que eu passei, tenho orgulho de ser quem sou agora. Acho uma mesa vaga e me sento, hoje estava tão cheio que no restaurante todo só a minha mesa era ocupada por uma pessoa. Estava de cabeça baixa mexendo no celular, sinto ser observada e levanto a cabeça dando de cara com Andrew sentado a minha frente.  Engulo em seco, ainda não me acostumei com a beleza dele. Ele me encara e depois fala.

-Desculpa está ocupando sua mesa, está cheio e também deixar você sozinha não pega bem.
Oi ?  JOSH ANDREW metido de nariz em pé está me pedindo desculpas e sentando na minha mesa! Que mundo é esse papai?

- Claro, não tem problema!
Dou um sorriso tímido, pois é assim que me sinto na presença dele, coro a face e abaixo a cabeça e volto a mexer no celular.
O celular dele toca,pede licença e atende. Estava sério e era grosso com a pessoa, quem quer que fosse do outro lado, senti até pena.

Termina a ligação e me olha de novo. Parecia estar tendo uma luta interna com ele mesmo.
Nosso almoço é servido, é um pouco estranho estar almoçando com o chefe, vez ou outra escuto alguns cochichos e noto que tem alguns funcionários aqui no momento, me olham estranho, não entendo o porquê.
Depois de almoçarmos, ele sugere um vinho, eu recuso e o mesmo não aceita. Tomo uma taça e ele começa a conversar comigo, estranho! Mais não vou ser mal educada e escuto tudo prestando atenção a tudo, ele fica surpreso quando eu falo que todo o trabalho já está pronto, me elogia E eu como sempre coro. Termino minha taça e me despeço dele, mais o mesmo não me deixa ir!

- Não vá Marina! Fica mais um pouco?
Pede de um jeito, ele está muito estranho hoje, quer dizer, nem o conheço como posso saber como ele se comporta ou não .

-Mas senhor, está na minha hora.
Tento me justificar, porém ele afirma que é meu chefe e que a sua ordem é pra mim permanecer na mesa. Me sento novamente e fico em silêncio, o que eu devo falar? Não faço a mínima, apenas fico calada. Mas ele quebra o silêncio.


-Sabe, eu gostaria que você me desculpasse por ontem, eu tinha bebido um bocado , me desculpe Marina? Eu não queria ter te molhado.
Eu apenas balanço a cabeça e nada falo, continuo muda. Ele coloca mais vinho em minha taça e eu bebo novamente. Ficamos naquele silêncio por muitos minutos, já estava mais de meia hora atrasada, os funcionários com certeza vão falar, o chefe sentou na mesa da novata e a mesma está atrasada. Ele da mais um gole em sua taça e me olha.


-Segunda eu tenho uma viagem para Londres, Lia já adiantou tudo, segunda quando for trabalhar leve uma mala porque você já irá comigo!
Nossa mais já? Com três dias de trabalho já vou estar viajando , pelo menos é pra um lugar bonito.
Apenas balanço a cabeça confirmando e bebo um gole do vinho.


- Eu tenho uma festa na sexta, eu gostaria que você me acompanhasse, porém eu já vou está acompanhado , mais é uma pena.  Só que já vou deixar avisado que em algumas festas irei precisar que você me acompanhe, tudo estritamente profissional.


- Claro senhor! Não tem problemas eu já tenho um compromisso também e seria chato ter que cancelar.
Falo e recebo um olhar frio na minha direção, afinal o que eu fiz?
Ele termina sua taça e fala que eu já posso ir pra empresa, porém o mesmo me acompanha, entramos juntos na empresa , sinto olhos e mais cochichos em nossa direção, vejo que já estão tendo uma impressão errada de mim, entramos no elevador e cada um foi pra um canto sem falar nada. As portas se fecham e eu já estava perdendo o ar, ficar em um lugar fechado daquele com um homem lindo era sufocante. Ele parece que percebeu minha inquietação e fica me encarando. 

Finalmente as portas se abrem e eu me arrasto ligeiro, o ar voltou para meus pulmões de um jeito que precisei me segurar pra não cair.
O resto da tarde correu tudo bem, confirmei tudo que ele pediu e quando deu minha hora finalmente fui pra casa, afinal tinha uma festa pra ir hoje e estava com uma dor de cabeça só de imaginar que terei que conversar com a dona do apartamento pela manhã.


Cheguei em casa e peguei tudo para ir pra casa da minha amiga . A moto dessa vez resolveu pegar, cheguei cedo e escondi a moto na área dos fundos da casa, fui recebida com festa por a Laura. Nos arrumamos quando olhamos já era hora de descer. Eu estava realmente deslumbrante,fazia um tempinho que não usava um vestido elegante assim.

Cumprimentei várias pessoas na festa , Laura me abandonou ao achar o Jacob, com certeza estaria no seu quarto fazendo coisas que eu nem posso imaginar fazer. Fico vagando pela festa, mais paro ao sentir um par de olhos azuis me encarando.  Uau ele estava ali, perfeitamente lindo com o terno Armani que caia tão bem no seu corpo. O olhar dele parecia que me despia, corei e ele se aproximou. Parou de frente pra mim, muito próximo do meu corpo e falou com uma voz rouca.


-Boa noite Marina! É uma surpresa te ver aqui!
Eu fico sem reação, ele beija meu rosto e eu sinto o lugar queimando. Meu Deus que cheiro maravilhoso era aquele, me afasto do seu corpo no mesmo instante em que alguém esbarra em mim e me molha todinha com champanhe .

Algumas pessoas me encaram e a única coisa que faço é sair dali o mais rápido possível.
Escuto a mulher soltar um pedido de desculpas falso e agarrar o braço de Andrew.  Corro depressa, pego minha moto velha e sumo dali sem ser vista. Choro o caminho todo até em casa, porque a minha vida tem que ser tão cheia de humilhações.?
Chorei durante a noite toda.
Acordei com uma dor de cabeça tão fora do normal que quase não consigo levantar da cama. Agradeço a Deus por hoje ser sábado pois seria difícil trabalhar nessa situação .



Tomo um café e desço pra procurar a dona do apartamento, mais sou informada que ela só chegara na segunda-feira.  Estou ferrada, irei viajar na segunda e não sei o dia que volto. Realmente as coisas na minha vida só faziam seguir um rumo complicado, eu já deveria tentar me acostumar com essas rasteiras da vida , mais toda rasteira que levo é como se eu fosse ficar no chão de vez.

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