Capítulo 4 - Segunda vida...

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Justin saí do restaurante do hotel, cheio a rebentar, o jantar tinha sido um bife do lombo acompanhado com batatas fritas, arroz, ovo estrelado, com uma salada de alface que tinha frutos secos, e estava deliciosamente temperada. O azeite de Portugal, era conhecido pelo mundo inteiro, e era sem dúvida, dos melhores que já tinha provado.

O dia tinha sido longo, ele estava cansado, decidiu subir, e tentar dormir cedo, pois queria aproveitar bem o dia seguinte.

Eram 8 e meia da manhã, e Justin já tinha tomado banho, e estava pronto para descer, e tomar o pequeno almoço, servido pelo hotel até às 10 e meia da manhã.
Comeu ovos mexidos, bacon, bebeu sumo de laranja natural, e de seguida ainda comeu um croissant misto.
Uns pedaços de queijo, e fruta.
Não se lembra de ter comido com tanta vontade fazia muito tempo.
Assim que acabou, voltou ao quarto, e reparou, que se tinha esquecido do telefone, tinha duas msgs, uma de sua irmã, a perguntar se ele estava bem, se a viagem tinha corrido bem, e outra de Vera a dizer:
Amanhã parto para Lisboa.

Bom, pouco restava para fazer, além de dar uma volta, pelo café, onde Delmiro tinha sido visto pela última vez. Tentar falar com as pessoas que o conhecem, e tentar perceber se alguém o viu, ou sabia de algo mais.
Justin chama um táxi, e dirige-se para o café.
Quando lá chegou, só tinha espaço para um café, pois o pequeno almoço de rei, não lhe permitia mais nada para já.
Pediu um café, e perguntou á rapariga que lhe serviu, se conhecia Delmiro?
Ao que ela respondeu afirmativamente, e disse prontamente que já não o via fazia dias, perguntou se estava tudo bem com ele, ao que Justin respondeu não saber, que era isso que ele tentava saber naquele momento, ele era detetive particular, contratado pela mãe de Delmiro, preocupada com o seu desaparecimento repentino, a rapariga que se chamava Olga, era amiga de Delmiro, desde o tempo da escola primária, foram da mesma turma, eram amigos da mesma rua, brincavam desde pequenos juntos.
Assim que acabou o café, Justin chamou de novo Olga.
Ela dirigiu-se a Justin, recebeu o dinheiro do café, e ele pediu-lhe, se ela tivesse mais alguma informação, para lhe telefonar, deu-lhe um cartão com o seu número de telefone, e e-mail.
Ela aceitou com um sorriso, e desejo-lhe boa sorte, na procura de Delmiro.
Quando ia a sair do café, cruzou-se com uma rapariga morena, que quase se esbarrou contra ele, tal não foi a sua entrada de rompante pela porta, sem sequer olhar Justin, pediu desculpa e entrou no café.
Justin pegou no telefone, como que a fazer tempo, para ver mais sobre a rapariga que entrou e o atropelou, sem sequer olhar para ele.
Ela dirigiu-se a Olga, e pediu-lhe pão, de seguida pagou, e saiu com a mesma rapidez com que entrou.
Olga vendo Justin ainda á porta, com o telefone na mão, apressou-se até ele, e disse que aquela rapariga era a namorada de Delmiro.
Vera a mãe de Delmiro, não referiu nenhuma namorada, ou Vera não sabia, ou era recente o namoro.
Justin perguntou a Olga, se Delmiro e a rapariga, eram namorados á muito tempo, ela disse que sim, e que a mãe não gostava dela, pois achava a rapariga problemática demais para dar estabilidade ao filho.
Parece que Olga, e Vera eram confidentes.
Justin guardou o telefone, despediu-se da rapariga, e seguiu rua fora, a outra rapariga tinha cortado numa rua á esquerda, e Justin queria ver se a apanhava, queria ver mais, sobre aquela rapariga cheia de pressa, Justin já se tinha apercebido que era a mesma rapariga da mensagem, porque a despedida era "beijo" e isto era de quem tinha uma relação afetiva, ou alguma cumplicidade, tal como tinha suspeitado.

Justin apressou-se, e ainda viu a rapariga virar novamente á esquerda, Justin voltou a dar uns passos maiores, na tentativa de ficar mais perto da rapariga.
Mesmo a tempo, entre duas das vivendas, havia um carreiro, que não dava para casa nenhuma, apenas mata, uma descida íngreme, e um rio correndo, muito fino, diria mesmo quase seco, que no telefone indicava ser o rio Jamor, ela olhou á volta parecia preocupada se alguém a tinha seguido ou se alguém a estava a ver, não viu Justin, ainda lá em cima, entrou pelo meio de duas árvores, e desapareceu de vista.
Justin correu um pouco, não podia fazer barulho, e tentou encontrar o mesmo caminho pelo meio das duas árvores, teve muito cuidado pois ela podia estar por ali perto ainda, e espreitou, havia uma espécie de nascente, o terreno mudava para um chão argiloso, onde corria a nascente, Justin atravessou com cuidado, para não escorregar, mas nem sinais da rapariga, nem pegadas, não havia ali nada que indicasse que alguém tinha passado por ali.
Justin andou mais uns passos, e viu a entrada de uma gruta, só podia ser ali que ela tinha entrado, Justin andava sempre com o telefone, e ligou a lanterna, com cuidado, antes de direcionar a lanterna lá para dentro, que estáva escuro, a entrada era estreita, e a luz podia alertar a sua presença, olhou lá para dentro, e tentou ver alguma coisa, mas não se via muito, a rapariga também tinha que ter uma lanterna, dificilmente conseguia dar dez passos com a luz natural que entrava lá dentro.
Justin estava receoso, e mais uma vez antes de dar muitos passos tentou ouvir qualquer coisa, passos da rapariga, qualquer coisa mas só ouvia água a pingar e o seu eco dentro da gruta.
Justin avança meio desconfiado para dentro da gruta, fecha os olhos, e concentra-se o máximo que pode, para tentar ouvir barulhos, passam dois segundos, e Justin sente uma dor na cabeça.

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