Justin Case consegue o telefone de Delmiro nessa manhã pois Vera tinha encontrado o telefone em casa e o deixará lá na mesma, repara que tinha trocado msgs com a tal Cristiane várias vezes, e que falavam regularmente tal como no Facebook.
Começou a rolar para baixo e ia lendo rapidamente algumas das conversas mais recentes.Tinha mais umas mensagens, de amigos e amigas, nada de diferente, nada de estranho, nada de anormal.
Basicamente era a combinar saídas, parabéns nos aniversários, e conversas banais, do dia a dia.Só esta última mensagem, tinha ficado por responder, certamente ele deve ter ido ao encontro da amiga.
Justin Case continua a andar pelo quarto, olha para tudo a cama por fazer, roupa no chão, copos nas mesas de cabeçeira, cujo liquido, já secou e restava uma cor castanha no fim do copo, ora castanho, ora laranja, ora vermelho. Justin abre o guarda-roupas, e mais uma vez, tem pouca coisa pendurada, muita coisa ao monte no chão. Era claro o estado de desarrumação geral naquele quarto assim como nós outros. Um dos lados da cama, era mais usado que o outro notava se que dormia sozinho, e do seu lado tinha coisas e roupas, espalhadas duma ponta à outra da cama jornais num monte ali mesmo ao lado da cama, com alguns rabiscos nas vendas de carros, tinha as palavras cruzadas feitas e alguns sudoku. Justin abriu a gaveta de uma das mesas de cabeçeira, e lá dentro havia Gillettes novas ao monte com um maço de cigarros cartões antigos de Delmiro quando era jovem, andou na natação no Algés e Dafundo, nos bombeiros voluntários de Carnaxide, entre outros de escolas e uma carta de mota, que tinha data de 1992. Tinha moedas espalhadas, uma faca nova ainda dentro da caixa onde no punho tinha uma bússula, e o punho era camuflado em vários tons de verde. Tinha uma caixa de remendos, de pneus de bicicleta, vários pregos, parafusos, de tamanhos e formas diferentes. Justin fechou a gaveta, levantou o colchão, e nada estava escondido daquele lado, só havia sapatos espalhados por todo o lado, sem qualquer tipo de lógica na sua arrumação, um encontravam-se perto da cabeçeira, e o outro perto dos pés da cama, teria que andar á procura do par caso os quisesse calçar. Parecia tudo visto daquele lado, Justin deu a volta á cama passou por uma cómoda, na primeira gaveta tinha roupa, tudo estranhamente arrumado e engomado, nem parecia fazer parte da mesma casa, na segunda igual e por ai fora, só roupa arrumada e limpa, engomada e incrivelmente cheirosa. Podia ter sido Vera, que decidiu começar a dar um jeito na roupa do filho, uma vez que ela própria tinha dito que estava tudo desorientado em casa do filho. Aumentou mais um ponto na sua lista de coisas para fazer. Falar com Vera sobre a Cómoda com tudo impecavelmente arrumado e limpo. Do outro lado, volta a ver a mesa de cabeceira, e lá dentro só tinha facturas de água, luz, TV, telemóvel, e todo o tipo de facturas, cartas de pagamentos, com os respectivos recibos anexados à factura, outros espalhados, já meio amarelos. Mais uma vez, de baixo do colchão nada escondido, além de um sortido de sapatos.
Seguiu para a sala, onde havia pratos sujos ao monte, roupa espalhada pelo sofá, junto com duas mantas, havia uma lareira do lado direito da porta, em cima dela havia fotos de Delmiro, com o irmão quando era novo, com os pais, e ao passo que foi ficando mais velho, era cada vez menos, o numero de fotos tiradas.
Algumas tinham sido tiradas em Àfrica outras em Portugal.
Havia uma TV generosa, e uma bateria, no outro canto da sala um sofá novo demonstrava pouco uso, era grande fazia o canto da sala tinha 5 lugares, era branco de pele reclinável parecia caro, tinha também uma aparelhagem da Pioneer com CDs e cassetes ainda, e perto da TV tinha um leitor de DVD. Alguns filmes arrumados numa prateleira, alguns ainda por abrir.
Justin seguiu pelos quartos, e nada de novo, além de roupa e sujidade.
Na cozinha o cenário de sujidade, o pão duro e perfeitamente preservado, o cheiro pútrido e azedo era horrível, Justin abriu o frigorífico, e lá dentro muita coisa estragada e em decomposição, fechou logo a porta, abriu o congelador, e lá dentro havia um pacote de sangue de porco, congelado, segundo dizia a etiqueta, provavelmente fez um arroz de cabidela um prato típico português, um prato típico Português, tinha mais uns bifes, e pacotes de ervilhas, e favas, batatas fritas,e uma panóplia de artigos congelados, era notório, que ele optava pela forma mais rápida de cozinhar. Justin foi novamente á parte traseira do quintal, lá havia uma pequena barraca de madeira, onde Delmiro tinha algumas ferramentas, uma bicicleta antiga com os dois pneus furados e secos do tempo, tinham a mesma idade da bicicleta, pelo estado de rigidez da borracha, quando Justin, movido pela sua curiosidade habitual, testou a firmeza do pneu, e o espremeu no meio dos seus dois dedos. Tinha tudo visto naquela cabana, lá fora havia uma casota de cão antiga, onde não havia nenhum cão, fazia anos provavelmente.
Justin já tinha reparado, que havia pessoas a limpar os quintais, disfarçadamente, a olhar para ele, alguns mostravam-se simpáticos e cumprimentavam Justin, outros, quando os olhava desviavam o olhar, como que a mostrar, que só estavam a limpar o quintal, e não estavam interessados, no que se passava na casa de Delmiro que estava sozinha fazia dias, já pareciam saber que Delmiro estava desaparecido, pelo interesse em ver quem estava lá em casa, e a curiosidade, de verem, o que fazia Justin no quintal, o que procurava, os passos que dava.
Justin podia fazer perguntas, aos possíveis simpáticos, mas era melhor, esclarecer algumas coisas com Vera, antes de falar com quem quer que fosse.
Justin chamou o táxi, e seguiu de novo para o hotel.
Estava na hora de jantar, e a gastronomia de Portugal era um sonho, e Justin estava cheio de apetite.
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Dias Perdidos
FantasiJustin Case, resolve sair da Escócia e voltar a Londres onde cresceu, procura o esquecido o mistério o desconhecido... Ele voltou a Londres, para o funeral de seu pai. Já perdeu tudo, pouco lhe resta. Sua irmã vive na Escócia, onde casou e teve fil...