Sublime Submissão

01

Já estou sentado nesse bar a mais ou menos 12 horas, não tenho pretensão de voltar para casa, nem sei se tenho casa, afinal tudo que construi foi para ela, Priscilla, minha noiva.

Noiva, que ironia eu ainda a chamar assim, afinal eu a peguei na cama com meu melhor amigo, isso mesmo, minha noiva de quatro com vestido que se casaria comigo dando para o meu amigo.

Que trágico não acha? Mas o pior é que ela estava dando para ele faltando apenas uma hora para entrarmos no altar, isso mesmo!

Eu estava ansioso para me casar com ela, porque Priscilla era tudo o que um homem como eu queria, linda, inteligente, sexy e submissa.

Eu sou um dominador, gosto de ter poder sobre as mulheres, não entenda mal, a dominação é algo que se bem feito proporciona prazer extremo a ambos.

Mas acho que isso não vem ao caso neste momento, eu ainda não sei como estou lúcido, pois estou bebendo uma dose atrás da outra desde que cheguei,  meu celular em cima da mesa vibra sem parar, são ligações das pessoas que se preocupam comigo, minha mãe, meu pai, minha prima July, que sempre me disse que Priscilla não era a mulher certa para mim, e meus amigos. Mas não atendi a nenhuma ligação, não quero falar com ninguém.

Algumas mulheres lindas já andaram rondando minha mesa, cheguei a pensar em convidar uma ou outra a se sentar, mas aí me lembrei que não durmo com prostituta, eu gosto de mulher autentica.

Levantei a mão pedindo mais uma dose para o garçom e  senti Jonas sentar ao meu lado:

- Como me encontrou?

- Esqueceu o GPS do celular ligado.

Ele pediu para que o garçom encerrasse a conta:

- Não vou voltar.

- Eu não te pediria isso, todos estão preocupados com você.

- Todos....

- July quebrou a cara da Priscilla quando soube o que ela fez.

- Isso é ótimo! Mas o que veio fazer aqui?

- Te levar para minha casa. Sei que não quer falar com ninguém agora, então lá você terá paz.

Ele me ajudou a ficar em pé, só aí percebi o quanto estava bêbado, caminhei com muita dificuldade para fora do bar:

- Não sei onde deixei meu carro.

- Não tem problema eu busco amanhã agora vamos no meu.

Jonas me ajudou a sentar no banco do carona e sentou no do motorista e deu a partida, o efeito que o movimento do carro me proporcionou não foi o dos melhores.

Na casa dele tomei um banho e depois Jonas me deu dois comprimidos:

- Tente dormir um pouco.

- Você contou para alguém que estou aqui?

- Para seus pais, eles estavam muito preocupados, achavam que você faria alguma besteira.

- Bem.

Eu realmente queria fazer uma besteira, queria matar aqueles dois. Mas isso eu não podia fazer, apesar de tudo eu tinha um nome a zelar e amava minha liberdade.

Acabei pegando no sono e não sei por quanto tempo dormir, mas assim que acordei ouvi vozes vindo da sala de Jonas, levantei,  eu estava me sentindo péssimo, estava só de cueca, fui até a sala e meu pai estava lá:

- Oi....

- Tony! Graças a Deus, sua mãe está tão preocupada.

- Estou bem pai, ou ficarei.

- Se arrume vou te levar para casa.

- Não é necessário, vou para minha casa.

Papai enfiou a mão no bolso e pegou umas chaves e me entregou:

- Sua mãe mandou trocar as chaves do seu apartamento depois que Priscilla pegou as coisas dela.

- A mamãe é maravilhosa!

Peguei a chave, Jonas também entregou a chave do meu carro, o  agradeci pela ajuda e hospitalidade e  fui para minha casa, o lugar que construi pensando que viveríamos felizes, Priscilla e eu.

Ao chegar Beth, minha governanta, me recebeu com olhar preocupado:

- Senhor,  é bom vê - lo em casa.

- Obrigado Beth, vou tomar um banho, quero que pegue essa roupa e queime, a partir de hoje o nome daquela mulher é proibido aqui.

- Sim senhor.

Entreguei para ela a roupa que eu casaria, subi para meu quarto e liguei a banheira, por mais que eu me esforçasse Priscilla rondava meus pensamentos, mias precisamente a imagem dela fazendo sexo com Edward, eu  indo para cima dele e o caos que se instalou a seguir,  todos descobrindo o que aconteceu eu saindo daquele casarão e parando a quilômetros de distância e enchendo a cara de whisky.

Tomei um banho e só sai da banheira porque a água começou a esfriar, eu queria colocar uma pedra nesse passado tão recente e esquecer de tudo, mas sabia que esse momento demoraria a chegar.

Eu precisava comer alguma coisa e desci, Beth estava abrindo a porta, mamãe estava entrando:

- Tony, meu filho, você quase me matou de preocupação, onde estava?

- Desculpe mamãe, mas eu precisava ficar sozinho.

- Tem certeza que vai ficar aqui? Não quer ir para casa, seu quarto está arrumado.

- Não mamãe, obrigado,  mas ficarei aqui.

- Filho o que a Pris.....

- Mãe! Não fale o nome dessa vaca.

- Anthony!

- Desculpe, mas não quero mais ouvir falar dela. Acabou!

Minha mãe concordou e não disse mais nada, ela aceitou o convite para comer comigo, a companhia de mamãe me fez bem.

Mas assim que me vi sozinho as imagens voltaram a minha cabeça.

Decidi ir até a empresa, trabalhar  ia me distrair, Clarie levou um susto ao me ver saindo do elevador:

- Senhor Holt?

- Sem perguntas Claire, e traga os contatos que preciso avaliar.

Entrei na minha sala, ela estava exatamente do jeito que deixei, Claire entrou trazendo os papéis e  depositou em minha mesa:

- Eu não estou aqui, portanto não atenderei ninguém.

- Sim senhor!

Ela saiu e me afundei no trabalho e por horas me esqueci do que aconteceu.

Uma coisa era vantagem, se Claire não sabia de nada significa que  imprensa não soube o que aconteceu, um ponto para meu acessor.

No fim do dia Claire bateu à porta:

- Senhor, já são oito horas, deseja algo antes de eu ir?

- Não Claire, eu também já vou para casa.

Fechei os contratos que estava lendo e sai com Claire.

Cheguei em casa e ela estava silenciosa, um silêncio bom até, tomei mais um banho e deitei, pela primeira vez em meses sozinho.

Essa solidão talvez me faria bem, eu tentaria me dedicar ao trabalho, isso me entregaria por completo a empresa, nada de mulher para desviar meu foco.