Ladrões de corpos

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O grupo estava cercado por aquelas criaturas. Eles sentiam um enorme desejo assassino vindo dela. De repente o tempo diminuiu de ritmo e parecia estar em câmera lenta, as folhas nas se mexiam, barulho algum podia ser ouvido e nenhuma brisa podia ser sentida.

- Ótimo, agora eles não vão parar enquanto não matarem todos nós - Bruno falou irônico enquanto olhava para Eduardo.

- Não fui eu que decidi trazer um cadáver com a gente - Eduardo sorriu e devolveu a ironia.

- Você não se atreva - Bruno segurou Eduardo pela gola da blusa, ele não sabia o que estava acontecendo esses dias para o menino ficar desse jeito, mas já não estava mais aguentando.

- Vocês, parem. O inimigo não é nenhum de nós - Luna segurou o braço do irmão e empurrou Eduardo para trás.

Luna ficou encarando Eduardo por longos minutos, ela não estava reconhecendo o namorado. Ela não lembrava dele ser assim antes deles entrarem naquele caminho. Será que ele sempre foi assim e ela não percebeu?

- Vamos ao que interessa - Bruno desviou o olhar do menino e voltou a atenção para as criaturas que agora corriam em direção a ele. Os primeiros já estavam sendo impedidos de passar pela barreira.

- O que vamos fazer? - Mari olhava em volta, seu coração estava acelerado. Ela estava com medo, porém havia prometido pra si mesma que iria ficar mais forte para poder proteger Luna.

- Feedscorpora só morrem queimados, então você e seu irmão terão um papel importante nessa batalha - Bruno colocava cada vez mais energia em sua barreira.

- Sem chance, não vou ajudar vocês - Eduardo estava de braços cruzados um pouco distante do grupo.

- Olha aqui. Se você não quiser morrer faça seu trabalho, caso contrário eu mesmo te mato - agora era a vez de Léo estar segurando Eduardo pela gola da blusa. Um sentimento de raiva tomava seu corpo, ele não conseguia entender o porquê de Eduardo estar assim.

- O machão - Eduardo provoca para depois rir.

Léo fecha a mão direita e soca o rosto de Eduardo, fazendo o menino cair pra trás. Ele então avança pra cima do amigo novamente e quando está prestes a começar a soca-lo novamente, Bruno o agarra por trás e o afasta de Eduardo.

- Eduardo, não sei o que está acontecendo, mas se você não cooperar não sairemos vivos daqui - Luna se abaixa ao lado do namorado.

- Como se você fosse ficar viva por muito tempo, mas vou ajudar só porque não quero morrer - Eduardo levanta e limpa o pouco de sangue que tinha escorrido pelo seu nariz.

- É o que? - Luna estava de pé, parada com uma expressão de tristeza, nunca havia passado por sua cabeça que seu namorado falaria isso um dia. Ela tinha mais coisas para falar, mas antes que pudesse continuar a barreira feita por Bruno foi quebrada e as criaturas começaram a ataca-los.

Os dois Feedscorporas que seguravam o corpo de Rita, a soltaram e se juntaram aos outros.

- Mari e Eduardo se concentrem em queima-los, o restante apenas distraia os outros e tentem feri-los - Bruno começou a dar as ordens.

Luna permanecia parada olhando para Eduardo que já começava a colocar fogo em alguns Feedscorporas. Ela estava surpresa com as palavras do garoto, com seu tom de voz parecia que ele sabia o que iria acontecer. Enquanto ela estava distraída, uma criatura se aproximava dela correndo, seu olhar era voraz.

- Luna, acorda! - Mariana gritou enquanto lançava uma bola de fogo no Feedscorpora, fazendo cair no chão gemendo de dor.

- Desculpa - Luna balançou a cabeça e se concentrou na batalha, começando a acertar os inimigos com golpes de água que ela controlava do rio.

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