Caminho Faminto

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Krac'lor levou o grupo de feiticeiros pelo caminho que o mapa mostrava. Bruno estava sentado no começo do pescoço do dragão, guiando-o. O resto dos feiticeiros estavam deitados, adormecidos, dentro da sela presa no dragão. A viagem tinha sido longa, levando toda a amanhã e quase toda a tarde.

Eles atravessaram todo o lado negro do Rio onde Krac'lor estava adormecido e agora começam a se aproximar de algumas montanhas. A princípio tudo parecia normal, porém quanto mais eles se aproximavam do local, mais Bruno sentia todo seu corpo se arrepiar e um pressentimento muito ruim invadiu sua mente.

Quanto mais a noite se aproximava, mais sombrio aquele caminho ficava.
Krac’lor começou a sentir suas asas muito pesadas, como se o ar a sua volta o impedisse de movê-las. Ele tentou continuar, porém ele tinha perdido as forças e eles começaram a cair.

- Bruno, tem algo acontecendo. Eu não consigo mais bater minhas asas. – Krac’lor falou assim que percebeu que eles estavam caindo.

- Eu sabia que alguma coisa estava errada – Bruno se segurava forte em Krac'lor.

- O que tá acontecendo? – Luna acordou junto aos outros, que se agarravam a sela.

- Estamos caindo, Krac’lor não está conseguindo voar. Temos que fazer alguma coisa – Bruno falava enquanto tentava chegar na sela.

-  Eu tô vendo água lá em baixo, vamos ter que cair nela – Luna disse olhando para baixo.

- O impacto vai ser muito grande, podemos não conseguir resistir – Eduardo estava preocupado, ele era muito jovem pra morrer assim.

- Krac’lor, meu amigo. Não consegue fazer um esforço maior e abrir um pouco as asas? – Bruno sabia que o dragão estava no limite, mas tinha que força-lo um pouco mais.

- Posso tentar, mas não é nada garantido – Krac’lor começou a por mais força em suas asas, forçando-as a abrir.

- Bruno me ajude empurrando a outra asa dele – Luna falava já cansada, empurrando uma das asas de Krac’lor, ajudando o dragão.

- Muito bem, boa ideia – Bruno foi em direção a outra asa e começou a empurra-la. Depois de alguns segundos, a queda foi diminuindo e eles começavam a planar pelo ar, descendo mais lentamente.

Após poucos minutos o grupo sentiu o baque do dragão batendo na água. O líquido espirrou para todos os lados, assustando alguns dos animais que estavam ali. Agora eles estavam flutuando na água, em cima de Krac’lor.

- Ok, estamos todos vivos – Bruno passava entre os adolescentes e logo sentou ao lado de Rita – me ajude a controlar essa água e nos colocar na margem do rio, Rita.

- Claro que ajudo – Rita logo começou a controlar a água junto ao professor. Eles arrastaram o dragão até a margem, colocando-os com a metade do corpo na terra.

Bruno foi o primeiro a sair, auxiliando os outros em seguida. Quando ele parou para olhar em volta, via apenas montanhas e florestas que levavam para elas, além do rio que não parecia ter fim.
Krac’lor se arrastou mais para frente, tirando o restante do corpo da água. Ele se sentia exausto e estranho, pois nada nunca o tinha feito se sentir desse jeito, era como se aquele lugar sugasse a magia de seu corpo. Ele então caiu no sono.

- Estão todos bem? – o professor parou olhando os alunos e a namorada.

- Estamos sim – todos responderam.

- Parece que vamos ter que acampar aqui essa noite – Rita falou enquanto colocava as coisas no chão e abria sua mochila, tirando uma barraca lá de dentro – bom, as meninas ficam comigo e os meninos com o Bruno.

O Mundo dos Feiticeiros - ÁguaOnde histórias criam vida. Descubra agora