Clarys
Eu só queria me divertir, era o meu aniversário eu tinha esse direito, não sei o porquê de tudo isso acontecer comigo, não entendo porque não posso ser feliz sem que algo tire a minha paz, fui maltratada em minha infância e nem por isso carregava rancor de meus pais biológicos, tento encarar como se a culpa fosse do maldito álcool. Porque não consigo ter paz se não tenho raiva ?...mais perguntas sem respostas. Mas passado tudo isso naquele momento de dor sei que alguém olhou por mim, porque de todas as vezes que encarei aquele homem chegar cada vez mais perto, mais eu pensava o quanto eu estava encurralada, mas, quando fixei minha visão no meu salvador aquela foi a primeira vez em que tive certeza que a paz havia me alcançado depois de tanto tempo. Não havia nada e nem ninguém ali por perto somente eu e o meu mal feitor, quando de repente o meu olhar cruzou com aqueles belos olhos, foi ali que tudo começou a fazer sentido pra mim.
Aqueles mesmos olhos que me atormentava porém me trazia paz, agora eles estavam ali mais não dá maneira que eu gostaria de ver, eles estavam em chamas e seu corpo consumido pelo ódio, eu vi sangue em seus punhos e um corpo jogado ao chão, foi tudo tão rápido, minhas últimas palavras foram um ssussurro cortado. Quando acordo já estou em casa e um turbilhão de perguntas sem respostas se formam em minha mente embaraçada, fujo de meus pensamentos quando percebo minha companhia ao meu lado na cama com um semblante preocupado. Faço lhe uma simples pergunta para não assusta lo pois precisava de respostas, e ele não poderia ir assim. Ele resmunga baixinho algo que não consigo compreender, então desconversa perguntando sobre o meu estado, mas quase não consigo responder por me lembrar do ocorrido, ele me abraça e quando sinto seu toque minha vontade é de nunca mais sair de seu afago. Aviso Isa que já estou em casa com um amigo, claro que Isa não deixou de pedir detalhes pensando que eu estava me dando bem, mas não falei muito ao telefone não estava me sentindo muito legal, desliguei o telefone, e ele me aconselha a tomar um banho para relaxar, eu apenas concordo. Eu realmente preciso de um banho, ele diz que me esperaria na sala, dou de ombros e entro no banheiro do meu quarto. Após 20min. de banho segurando o choro e me lembrando de seu abraço e de como o seu nome me traz paz só de pronuncia lo visto um short preto e uma blusa cinza claro, desço e sinto o cheiro do meu chá preferido, me lembrei de casa.
- Tomei a liberdade de fazer um chá para você, está precisando - diz me oferecendo uma xícara enquanto me sento no sofá ao seu lado
- Obrigada - digo tomando um gole, mas um nó vai se formando em minha garganta com tantas perguntas quero saber que conexão é essa que temos, quem é ele, de onde ele surgiu, eu não entendo estava tão frio e vazio aquele beco, como ele me achou ? Sinto o gosto do chá de mamãe e várias lembranças virem a tona em minha mente me tirando daquele transe de preocupações - Hum..está muito bom...me faz lembrar da casa de minha mãe, poderia dizer até que foi feito por ela - digo e ele sorri fraco - Me desculpe e..eu nem mesmo te conheço - me lembro de que estou com um completo estranho - É que..eu me sinto tão segura perto de você, não sei se é porque me...salvou ou se porque tenho a impressão de te conhecer minha vida toda. Ah Deus...estou tão confusa me desculpa, você deve me achar maluca - digo andando de um lado a outro.
- Mas é claro que não, eu não acho.. - Olha eu sei que você pode não compreender no momento mais eu..- somos interrompidos e vejo seu semblante mudar abruptamente.
- Apoliom ?! - ele diz insatisfeito
Eles dialogam e eu fico paralisada em meu lugar, não sei o porquê mais não gostei da presença daquele outro estranho em minha casa ele tem vibrações ruins, sinto um misto de curiosidade, tristeza e medo.
- Quem é você ? Oh meu Deus o que é que está acontecendo aqui ?
Da onde você surgiu ? - grito tentando obter respostas mas de nada adianta, então eu desabo, Kamael pensa em me consolar, mas volta a discutir com o tal intruso. Eles gritam coisas do qual não consigo entender e so fazem minha cabeça querer explodir com tanta bagunça de pensamentos, eu não consigo mais me mover, e nem dizer nada, meu corpo está ali mas minha mente já fora para o espaço. Suas últimas palavras para Kamael foram um ssussurro. Eu o vejo caminhar em minha direção, seu semblante denuncia sua preocupação.- Como você está ? - ele me lança um sorriso fraco, e me leva até o sofá, quando sinto seu toque quente em minha pele úmida e fria sinto um choque percorrer por todo o meu corpo, novamente seu contato com minha pele me deixa alucinada, tento disfarçar esse sentimento que ele desperta em mim. Me sento ao seu lado e ele me aconchega no seus braços, eu me perco ali, apoiada em seu peito, e quando percebo estou retribuindo o seu abraço com intimidade, sinto cada curva de seu peito me confortar quando paro e olho em seus olhos profundos. Contorno a linha de seus lábios com meu polegar e me sinto viva, a vontade de beija lo me consumia, não sei o que aconteceu comigo só me dei conta do que acontecia quando senti a eletricidade percorrer os nossos corpos, eu o beijei. E foi tão intenso, eu estava em outro mundo, não havia problemas, não sentia tristeza, somente a paz, a paz que ele me trazia com seus olhos me queimando de desejo. Nosso beijo foi prolongado, havia uma certa necessidade ali, havia urgência. Passei as mãos por aqueles cabelos macios e o puxei para mais perto eu o queria agarrado a mim, não queria deixa lo, não poderia, não mais, eu o queria ali comigo.
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Anjo Proibido
RandomMorte.. acreditam que ela é um anjo ? Não ? Eu também não acreditaria, se não a tivesse visto em diversos momentos da minha vida. Já sentiu aquele arrepio na pele como se ela houvesse passado bem perto ? Me sentia ludibriando a minha morte cada ano...