Capítulo XIII

6.6K 364 16
                                    

16 de Setembro

O mundo parecia desabar ao meu redor.
Bella, então, abriu o diário e, pra minha surpresa, ela não leu nada.
Ela cochichou algo para Dani, que olhou para Malena e Gustavo.
—Não tem nada escrito aqui, seus idiotas! - vociferou.
—O que?! - exclamaram os dois.
Os murmúrios se iniciaram.
—Vocês acharam mesmo que eu os deixaria sozinhos perto de algo da minha irmã? - questionou Tyler.
O que ele fez?
—Pensei que fôssemos amigos, cara! - falou Gustavo.
—Cale a boca! - deu um soco nele.
Os gritos foram altos de mais.
Subo onde elas estavam, Tyler se põe ao meu lado.
O sinal tocou e continuamos a nos encarar.
—Vocês vão pagar, Evans! - esbravejou Dani e Malena.
—Se mexer com eles, vão mexer com a gente!
E surgiram o resto das pessoas. Noah, Miguel, Nay e, até, Collin.
As garotas e Gustavo bufaram e saíram.
—Vamos no McDonald's? - pergunto.
Todos eles riram e fomos pra lanchonete.

—O que você fez? - pergunto a Tyler.
—Na verdade é: o que nós fizemos? - Ty abraçou Noah e Miguel pelos ombros
Eles voltaram a ser amigos?
—Bem, no seu aniversário, ouvi as loucas lá falando que o que eu faria seria apenas o começo - esclareceu Noah.
—Elas fariam muitas outras coisas pra "acabar" com você - continuou Tyler.
—Noah nos contou sábado e planejamos algumas coisas - completou Miguel.
—E, enquanto Tyler recebia Malena e Gustavo, eu entrava no quarto de vocês e trocava o diário por outro idêntico! - finalizou Noah.
—Wow! - exclamo - Foi inteligente.
Eles riram.
—Parece que tudo ficou bem, no final! - falou Noah.
Desvio o olhar.
—Talvez nem tudo, Noah, nem tudo.
—Mas o que...? - sinto seu olhar sobre mim - Ah! Claro!
Ficou aquele silêncio incômodo.
Miguel pigarreou.
—Collin! - chama Miguel, o loiro olha pra ele - Bem-vindo à família.
—Família?
—É! Somos todos amigos, mas, além disso, somos uma família, meio louca e bagunceira - falo e dou de ombros.
Ele ri e assente.
Depois de comermos, fomos pra casa.
O furacão havia passado, mas não destruiu nada, apenas reconstruiu algo maior e muito melhor.

17 de Setembro

Depois de quase se morta ontem - tanto na escola quanto pela mamãe - tudo voltou ao normal.
Entro na escola, cansada.
Logo sinto o abraço de Nay.
—Bom diaaa!!!
—Bom dia! Parece muito animada, o que aconteceu?
Suas bochechas coram e ela desvia o olhar.
—Hoje, eu vou me encontrar com Tyler - sorriu, de cabeça baixa.
Sorrio e começo a ficar animada.
—Aí, eu não acredito! Aquele babaca, retardado do meu irmão.
—Anh? - ela me encara, confusa - O que foi?
—Nem me falou - massageio as têmporas.
Ela riu.
—Nay! - chama meu irmão, reviro os olhos e os deixo a sós.

Nay

Emilly nos deixou sozinhos.
—Oi - digo, um pouco envergonhada.
Ah, qual é, Nay?! Vocês já se beijaram!
—Às 8 horas, né? - ele arfava.
Assinto, sorrindo.
—Tyler? - chamo, ele me encara - Onde vamos?
Ele sorri.
—É surpresa, Nay - ele olha ao redor - Quer sair da escola?
Que? Como assim?
—O que quer dizer?
—Sair por aí!
—Agora? - não posso acreditar, esse garoto é louco!
Ele assente.
Comprimo os lábios.
Seria uma boa ideia? E se nos pegarem? E se...?
—Tá! - ele, sem hesitar, pega minha mão e me puxa pra fora escola.
—Vamos correndo!
—O que? Pra onde?
—Qualquer lugar, quando nos cansarmos, a gente para.
Esse garoto é completamente louco mesmo.
Começamos a correr e muito.
Paramos umas cinco quadras depois da escola.
—Estou exausta! - exclamo, enquanto nos sentávamos no meio-fio.
—Se-den-tá-ri-a! - soletrou.
Dou um tapa em seu braço.
—Pelo menos, eu não sou gorda, que nem você! - rebato.
Ele fez uma cara de indignado e riu. Ri junto.
O clima começava a esquentar mais e estou falando, realmente, do clima, não de nós dois! É sério!
Um silêncio se instalara entre nós. Eu não sabia o que falar.
—Nay...? - chamou.
—Sim?
—Por que aceitou vir?
Fico surpresa com a pergunta.
Dou de ombros.
—Nem sei! Mas por que?
—Você é tão certinha e nunca quebra as regras...
—Posso quebrar as regras, de vez em quando - falo, enquanto observava o céu - Com a pessoa certa.
Noto que se virou pra mim.
—Nay?
Viro pra ele. Tyler estava muito perto.
Seu perfume invadia minhas narinas e queimava meus pulmões.
—Eu... - ele foi se aproximando.
—Você...? - arfei, meu Deus!
—Eu... - falou novamente e acabou com a distância entre nós.

O Melhor Amigo Do Meu IrmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora