Tezi sabe quem é

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Fanny corria desesperada para casa com as flores azuis nas mãos. Ela também chorava. O que era aquilo? Ela não precisava contar para os pais sobre a menina, mas como explicaria as rosas arrancadas do jardim? Enquanto ainda se agoniava tentando pensar em uma resposta, viu um carro de polícia atrás de si. Tinha que se esconder, mas seria o mais certo a fazer? Fanny estagnou-se no lugar onde estava. Ia esperar que o carro se aproximasse e ia contar tudo.
Quando o carro estava quase próximo à ela, sentiu uma mão tocar seu antebraço e puxá-la para um corredor escuro entre duas casas.
-O que é isso? Socorro! -Gritou Fanny.
As mãos envolveram sua boca e então uma voz soou.
-Fica quieta Fanny!  -Era a voz de Tezi e também podia seus cabelos curtos roçarem em seu pescoço. -PARA COMEÇAR VOCÊ NEM DEVERIA ESTAR FORA DE CASA AGORA...
Fanny não reagiu, então quando o carro de polícia passou, Tezi tirou as mãos de sua boca.
-Espera, o que você está fazendo aqui? -Perguntou Fanny se virando.
-Eu vi você saindo à essa hora e apenas te segui e você saiu do instituto de criminalística e análise de corpos, você está ficando louca? O que estava fazendo lá? -Falou Tezi colocando as mãos na cintura.
Fanny pensou para dizer, então viu Tezi olhando para as rosas em sua mão. Tinha que explicar.
-Uma menina com cabeça de unicórnio arrancou essas rosas do jardim da minha casa e apareceu em minha janela... Depois ela saiu correndo e eu a segui... -Fanny pausou. Não contaria sobre o bilhete. Não naquele momento. -Ela entrou naquele instituto e eu também, então vi as rosas em cima de uma mesa metálica.
Tezi a olhava perplexa.
-Como? -Tezi estava perguntando para si mesma, mas Fanny decidiu responder mesmo assim.
-Não importa. Importa o por quê. Importa quem é essa menina e talvez ela tenha feito o corpo de Dani desaparecer. -Falou Fanny pela primeira vez jogando os cabelos para trás. Até percebeu que não usava sua coroa de flores.
-Você tem razão...
Quando não havia mais assunto, Fanny finalmente obteve coragem dentro de si e perguntou:
-O que você sabe sobre aquela noite Tezi?
Tezi a olhou como se quisesse muito compartilhar urgentemente.
-Aqui não. Venha.
Tezi e Fanny retornaram para casa e o que elas não viram ao subir pela escada lateral e entrarem pela janela de Tezi, era que a menina com cabeça de unicórnio as observava do final da rua.
-Está bagunçado. Mas está bom. -Tezi sorriu. O quarto dela estava cheio de revistas de meninas espalhadas pelo quarto. Devia ser coisa de Cloe e Nina.
Fanny meneou a cabeça para que ela prosseguisse.
-Naquela noite, após algum tempo depois de ver você eu decidi subir aquela escadaria magestosa. Quando cheguei lá encontrei Nina, Cloe e Dani. A própria Dani não gostou da minha presença, mas as outras por algum motivo me trataram bem. Em um momento enquanto conversávamos sobre meu cabelo, Nina disse que precisava pegar algo para beber junto com Dani. -Tezi pausou. - Cloe e eu ficamos falando sobre... você. Eu estava com raiva de você, me perdoe por ter falado tão... mal.
Fanny revirou os olhos e ignorou essa parte. Até porque era o mais sábio a se fazer. Fanny continuou em pé com uma das mãos no bolso perto da janela de Tezi e a outra segurando as flores.
-Enfim, algum tempo depois ouvimos um barulho e eu fui ver. Vi uma menina loira colocando uma peruca preta, mas o rosto dela... tinha algo de estranho... parecia ser uma máscara também. Então eu voltei para o quarto assustada e quando voltei eu e Cloe ouvimos o barulho de algo pesado caindo ao chão... era Dani. Fomos ver e Nina apareceu no corredor de onde ela foi jogada abalada e descabelada. Ela estava mesmo muito assustada. Disse que alguém a prendeu em um quarto do andar de cima. Então nós três descemos correndo para vê-la... Foi isso.
-Então você está dizendo que não sabe quem é?
-Estou dizendo que sei, mas que não sei apontar de fato para a pessoa certa. -Falou Tezi se sentando na cama.
-Já parou para pensar... alguma vez... que talvez tenha sido Nina? Não acha estranho fato de ela sair bem após a queda de Dani?
-Talvez... mas e se... houve outro alguém? E se há algo muito mais perigoso por aí?

As flores em minha cabeçaOnde histórias criam vida. Descubra agora