As flores em minha cabeça

Estamos sozinhas

Não dormira nada naquela noite, fora assombrada por sonhos em que a história contada por Max se repetia em sua mente. Quem era a pessoa que acompanhava Máscara ? Ainda aflita, Fanny levantou-se de sua cama.  Vestiu seu uniforme depois de fazer suas tarefas matinais e colocou uma fina coroa de flores na cabeça. Quando estava prestes a deixar a casa, ouviu os passos de sua mãe no andar de cima e sua voz doce.

-Querida! Não vá ainda! Sua avó está no telefone e quer falar com você. - A mãe bocejou. -Pode atender no telefone da cozinha, ela está na linha aguardando. Boa aula.

Ouvir a voz suave de sua mãe e saber que sua avó estava na linha eram as coisas que mais a trouxeram paz naquele dia. Fanny respirou fundo e sorriu levemente. Foi até o telefone e enrolando a fita de cetim que pendia de sua bolsa disse:

-Oi, vovó?

-Olá Fanny, que voz é essa minha doce menina? Está entristecida?

Fanny queria contar tudo para a avó, os medos e tudo o que estava acontecendo. Inclusive sobre o Willian o garoto de quem gostava, mas parecia que precisava resolver sozinha os seus problemas. Sua família já tinha os seus próprios.

-Não é nada vovó. Eu só não me sinto tão bem hoje. Pode ser algo que comi. - Fanny deu uma breve risada.

-Eu não sei o que está passando doce menina, mas saiba que você é uma menina muito inteligente e vai superar isso.

Era isso que Fanny precisava fazer, agir com inteligência. Sua avó sempre lhe dava a luz que precisava por meio de suas palavras meigas.

-Vovó, preciso ir! Tenho algumas coisas a resolver!

Fanny se despediu da avó e saiu correndo de casa. Tinha que ir até a polícia. As ruas naquela manhã estava peculiarmente desertas. Enquanto Fanny ouvia seus próprios passos se chocarem com o chão em direção ao centro da cidade teve a impressão de que estava sendo seguida. Olhava para trás constantemente, mas por fim, chegou em segurança.