|Catarina|
Eram 6h30 da manhã, quando ouço uma porta de casa a bater.
Levantei-me e dirigi-me às escadas que têm vista para a saída de casa e vi o meu irmão a sair á pressa. Visto que ainda era bastante cedo regressei para o quarto, e quando me sentei na cama a mesma fez um pequeno ruído que acordou o Mateo.-Onde foste?-disse ele ainda com os olhos semi-fechados
-Ouvi uma porta a bater e fui ver quem saiu de casa.
-Quem?
-O Tomás.- afirmei enquanto me deitava.
Senti o Mateo a aproximar-se e suspirar no meu pescoço colocando as mãos em volta da minha cintura.
Não sabia o que se passava já não tinhas aqueles arrepios, nem tinha a mesma vontade de ser agarrada e sentir o calor dele. Estava perdida sem saber o que fazer. Virei-me para ele e agarreio pelo pescoço para lhe dar um beijo tentando assim esconder a aqueles pensamentos que surgiam na minha cabeça e me cobriam de inseguranças.
Tinha vontade de chorar por saber que estava a enganar a pessoa que mais me amava, ele não merecia nada isto.
Fingi que tinha de ir à casa de banho para tentar manter a calma. Tranquei-me no quarto do meu irmão mas rápidamente reparei que a Leonor estava lá a dormir, acordou imediatamente.-O que estás a fazer aqui? Não dormiste em tua casa?-perguntei sem perceber nada.
-Sim, quer dizer não, quer dizer sim... olha foi só que os meus pais estão fora e não queria estar sozinha em casa então pedi ao teu irmão para dormir na sala e quando o Tomás se foi embora vim descansar para aqui porque estava cansada de estar no sofá, não se passou nada do que estás a pensar- não acreditava minimamente naquela resposta (até porque a sala estava intocável) mas mesmo assim concordei com a cabeça. Não queria falar com ninguém, queria simplesmente desaparecer.
-Mas e tu, porque é que trancaste a porta e vieste para aqui? -perguntou
Suspirei.
-Eu não me sinto bem com o Mateo, quer dizer, eu não me sinto como antes. Eu estou farta de fingir que o quero como queria. Já não sinto aquela vontade de o ter a meu lado. Ele agarrou me a colou-se a mim mas eu não queria estar abraçada a ele, estou tão confusa, mas não o queria magoar então fingi que estava tudo bem e disse que precisava de ir á casa de banho e vim para aqui. Achas que lhe conto o que se está a passar? Eu não o quero magoar, ele faz tantas coisas por mim...
-Tem calma, estás muito stressada. Respira fundo. Não lhe contes nada agora, não estás em ti, quando estiveres de cabeça fria explica-lhe tudo e conta-lhe o sucedido. Vais ter de o fazer, em breve, não enganes quem gosta de ti, só o irás magoar mais. - sem dúvida que a Leo era uma ótima conselheira.
|Mateo|
O tempo passava e o outro lado da cama ainda estava vazio, levantei-me lentamente e fui bater à porta da casa da banho mas o pequeno espaço encontrava-se vazio. Percorri o piso de cima, ela não estava em lado nenhum então fui ver se estava no quarto do Tomás, o unico compartimento em que ainda não a tinha procurado. Bati à porta e senti alguém a destranca-la vi que era a Leo.
-Estou a interronper alguma coisa? - digo tapando os olhos.
-Mateo, o Tomás não está em casa -diz a Leo soltando uma gargalhada.
Percorro o interior do quarto com o meu olhar e vejo a Catarina
-O que estás aqui a fazer?Senti a tua falta e só passaram minutos. Está tudo bem?-pergunto a cer os olhos dela cheios de água.
-Vim ter com a Leo porque não a encontrava. E sim, está tudo bem.
-Porque é que estavas a chorar?
-Vou tomar o pequeno almoço-disse a Leo fechando a porta do quarto para termos mais privacidade.
-Podes ficar.- diz o Mateo
-Não, vocês precisam de falar.
Ela saiu e nós deitamo-nos na cama, a Catarina deslocou a cabeça para o meu ombro, beijei-a na testa. E acabei a tirar fotos sem ela reparar, porque tinha a sensação que podiam ser as últimas. Ela estava distante...
127 pessoas gostaram da sua publicação
@mateo: que o momento de te perder não chegue e que toda esta tensão se vá embora
ver outros 8 comentários
@tomas: vocês são tão fofossss. Adotam-me?
@diogo: tudo passa com o tempo, tem calma primo.