Capitulo V - Eu aceito

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    Já fazia tempo desde a última vez. Seus olhos me encaravam trêmulos, temerosos, receosos. Ela era uma das poucas pessoas que eu nunca me esqueceria, mesmo que me esforçasse ao máximo, ainda que eu me negasse a lembrar. Meus pés se arrastaram para trás, eu me encontrava atordoado. Não deveria, não era de meu feitio, mas não pude impugnar minhas próprias ações.

    Depois de tanto tempo, o que ela realmente queria? O que ela finalmente esperava de mim?

    Ela caminhou em minha direção, segurando as lágrimas em sua garganta. Seu maxilar travado e seu rosto duro me faziam crer que havia se tornado uma excelente atriz. Ela queria aparentar firmeza, ela queria ser forte para que eu viesse a aceita-la. Eu sabia disso. Eu via isso estampado no vermelho de seus olhos.

   As outras pessoas tornaram-se telespectadores. Parei de recuar, teria de encara-la da mesma maneira em que era encarado.

— Estou surpresa por ter aceito meu chamado.

— Se eu soubesse do que se tratava, não teria vindo. — Respondi, observando a mulher soltar uma risada frouxa de seus lábios.

   Ela me encarou por um breve tempo, agora mais apreensiva e inquieta que outrora. Deu um passo para frente, diminuindo a distância de nossos corpos.

— Preciso da sua ajuda.

— Como tinha tanta certeza de que me encontraria livre? — Procurei com os olhos o ferimento que lhe causei, preocupado com a profundidade pela qual finquei minha espada — E se ainda estivesse atrás das grades? O que faria sem mim?

— Eu estive lhe observando. Não pense que te esquecemos. Nós também fomos uma equipe, certo? — Suas expressões era uma mistura incoerente de assiduidade e intitubeação. Ela apertou os olhos, retornando a abri-los enquanto me analisava — Desde quando se preocupa comigo? Eu estou bem. Sou uma ninja e sei lidar bem com ferimentos. Além do mais, — desceu o olhar tristonha — você já me fez algo pior na luta contra Danzou. Não se recorda da tentativa de assassinato?

   Observei atentamente a ferida se fechar em seu maxilar. Eu sabia que esse seria o desfecho daquelas gotas de sangue, eu sabia que uma hora o machucado não existiria, sabia ainda mais que toda minha preocupação era em vão. No fim, eu andava fazendo coisas que fugia completamente da minha zona de conforto.

   A notável habilidade regenerativa de Karin lhe proporcionava curas rápidas ou até mesmo instantâneas. Já presenciei incontáveis vezes suas habilidades, e haviam sido as mesmas que me fez procurá-la dentro dos esconderijos e recruta-la para o Hebi.

    Suspirei, devolvendo a katana em sua bainha antes de retornar a pronunciar-me.

— Não me preocupo, mas sinto que estou em dívida. É o mínimo que posso fazer por você.

— Não fincar uma espada em meu maxilar seria uma ideia ainda melhor. — Abriu um sorriso na esquina esquerda dos seus lábios — Mas admito que estou surpresa. Desde a última vez, me analisar foi um grande passo.

— É, muita coisa tem muidado desde então. O fim definitivo do time Taka é um deles. — Lhe lancei um olhar duro, volteando meu corpo para partir — Não me procure mais.

   Caminhei alguns passos antes de ouvir as folhagens denunciarem os movimentos da ruiva atrás de mim. Senti suas mãos segurarem meu pulso, me fazendo estagnar o caminho que trilhava.

— Preciso da sua ajuda, Sasuke! — Virei meu rosto poucos centímetros, olhando de soslaio sua expressão sôfrega me causar curiosidade — É o esconderijo. Orochimaru-Sama precisa do time Taka reunido outra vez. — Concluiu com mais calma.

Recomeçar - EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora