Arrogante?

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-Shhh, o Oppa vai ser bonzinho na cama.

A última frase que ouvi dele foi essa, depois eu só pude ouvir o barulho de um carro vindo em alta velocidade, fechei meus olhos apertando forte e o homem que segurava meu pulso soltou assustado mas em um movimento brusco me empurrou no chão. Eu caíe soltei um grito manhoso por ter doído. O carro aumentou o brilho do farol e o homem que segurava minha mão voltou praticamente correndo para dentro do carro.

Como já dito eles não eram bandidos experientes, só se aproveitaram da oportunidade, estavam bêbados. Olhei pro carro e botei a mão em cima do olho por causa da luz forte que vinha do veículo. Alguém desceu do carro mas a luz me impediu de ver o rosto da pessoa.

-Policial civil, algum problema aqui? -Falou com um tom de voz forte e alto escondido atrás da porta do carro.

-Ferrou cara, acelera essa porra. -Alguém de dentro do carro gritou.

Ouvi mais alguns xingamentos de dentro do carro a medida que eles iam se distanciando. Os rapazes eram de classe média alta, não queriam ser presos e 'sujar' o nome dos pais pois isso resultaria em muitos malefícios para aqueles 'riquinhos', então saíram dali o mais rápido que puderam. Botei as duas mãos no rosto, estava com vergonha e ao mesmo tempo assustado, lágrimas escorriam no meu rosto e a essa altura eu estava vermelho.

-Você tá bem? -Ouvi uma voz bem diferente da que falou com os rapazes, sim aquela voz antiga era forçada.

A pessoa se aproximou de mim devagar e funguei choramingando, eu não vi mas pude perceber que ele se abaixou na minha frente apoiando o corpo nos calcanhares. Lentamente tirei a mão do rosto e ele estava me encarando, seus olhos escuros, sua pele branca, sua boca rosada, parecia a flor branca mais delicada de um jardim. Ele tinha a sombrancelha arqueada enquanto me olhava com um olhar como se estivesse querendo que eu respondesse sua pergunta anterior.

-T-To bem. -Passei as costas da minha mão no meu olho e funguei com algumas lágrimas ainda caindo.

-Ok, vem eu te ajudo a levantar -Falou enquanto levantava e me estendeu a mão. Olhei para o mesmo e segurei sua mão, ele me puxou e me levantou.

-O-Obrigado. -Olhei para ele que assentiu com a cabeça. -Eu não sei bem o que aconteceu, e-eu tô confuso

-Eu sei, estavam querendo te levar para qualquer quarto de motel, isso se não te jogassem a força dentro do carro. -Ele falou com toda tranquilidade e meus olhos encheram de lágrimas novamente.

-Por quê? Eu não fiz nada, eu não queria, eu não sou um... -Falei alto em desespero mas fui interrompido com seu dedo indicador nos meus lábios.

-Shhh, eu sei. -Falou me olhando, minha boca meio que abriu e meus lábios formigaram, ele tinha a calmaria no olhar o que me deixava mais calmo. Ele olhou diretamente nos meus olhos e tirou o dedo da minha boca.

-Desculpe. -Falei e passei a língua nos meus lábios, ato involuntário, mas quando percebi fiquei mais envergonhado e vermelho.

-Aonde estava indo? -Perguntou me olhando.

-Pra casa. Meu celular descarregou então eu estava indo pro centro para pegar um carro, e infelizmente tive que passar por aqui. -Falei tudo muito rápido de nervosismo -Pode me acompanhar até ali? Por favor, eu tô com medo.

Eu pedi de forma manhosa, estava com medo, não iria passar por essa rua sozinho de novo, estava em um completo pânico.

-Não

Nesse momento abrir a boca, como ele pode ser tão arrogante? Então pra que me ajudou? Meus olhos novamente lacrimejaram e eu olhei pra baixo.

-T-Ta. Desculpe -Falei e dei um passo, mas fui impedido ao ele me segurar pelo braço o que me fez olhar imediatamente.

-Anda logo, entra no carro. -Falou segurando meu braço e escorregou a mão até meu pulso. Parecia tranquilo ao fazer aquilo, mas eu já estava arrepiado com aquele toque, e ele não esboçava nervosismo algum.

-Mas... você... -Falei confuso, ele uma hora parece arrogante, outra parece gentil, estou atordoado.

-Eu vou te levar pra casa, ok? -Soltou meu braço e eu soltei o ar preso -Não vou te machucar, só entre no carro.

Ele falou e andou pro carro, continuei de certa forma nervoso mas o acompanhei. Ele abriu a porta do passageiro e depois andou até o lado do motorista onde entrou no carro. Fiz o mesmo e sentei no banco colocando o cinto sem seguida, olhei para ele enquanto o mesmo ligava o carro. Ele me olhou mas logo direcionou seu olhar para frente começando a dirigir o automóvel. Olhei pra frente mas não conseguir impedir e o olhei novamente.

-O que foi? -Perguntou sem nem olhar pra mim mas ele percebeu que meu olhar estava nele.

-Obrigado, Min Yoongi.

-Só Yoongi já basta. -Falou ainda olhando pra frente.

-Obrigado Yoongi. -Falei e dei um sorriso em meio aos meus olhos que brilhavam por conta das lágrimas.

-De nada, Hoseok. -Seu olhar permanecia calmo e sereno. Abri a boca lentamente, ele se lembra do meu nome? Sim ele lembra de mim, talvez eu estivesse exagerando por pensar que ele talvez tenha se arrependido de ter sido tão rude comigo. Mas uma coisa eu não podia negar: Yoongi é um poço de mistérios, e eu amo brincar de detetive.

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O fato é que falar só faz bem pra alma. *-*

"You Are My Cure" 》Yoonseok|Onde histórias criam vida. Descubra agora