Capítulo 14

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Marissa narrando

Até que enfim sábado!
Esse trabalho está me matando. Resolvi dormir até tarde para descansar, mas não consegui. O prédio e a rua onde moro são muito barulhentos aos sábados.

Acordo com a vizinha de cima gritando. As paredes são tão finas que parece estar acontecendo dentro da minha casa.
Levanto em um pulo assustada e olho para o lado, certificando de que Guilherme está bem.

Dormia como uma pedra.
Céus, o mundo pode acabar e esse menino não acorda!

Olho no relógio e vejo que são 9h. Viro para o lado e tento dormir de novo, mas a mulher não parava de gritar. Que droga!

Saio da cama, vou até a sala, que é praticamente dentro da cozinha, e sento no sofá.

Não deu nem 5 minutos até eu ouvir alguém bater na porta. Quem seria a esse horário?
Caminho devagar até lá, e destranco. Dou de cara com Sr. Terriers, o senhorio do apartamento.
Estranho, ele nunca vem aqui. Sempre manda alguém ou liga.

- Bom dia, senhorita Marissa. Estou aqui, pois você não paga o aluguel faz 3 meses.

- Ahn? Como não? Sempre deposito em sua conta, SEMPRE. Está havendo um engano. - sorrio

As vezes ele é meio esquecido, pode estar enganado. Rio mentalmente, resolverei em questão de minutos, e vou poder voltar para o meu sábado de preguiça.

- Qual conta? - ele me olha confuso

- Não sei te falar agora, mas um dia um homem alto veio até minha casa, e deu o número de sua conta. Disse para eu depositar o aluguel nela, pois o senhor não aceitaria mais receber o dinheiro em mãos. - cruzei os braços e encostei no batente da porta

Estava vergonhoso aquilo, porque eu estava de pijama, e com a cara inchada como uma bola de basquete.
Ainda bem que é só o Sr. Terries!

- Não mandei ninguém vir - ele fez uma cara de espanto

Calma... O que? Não pode ser, não pode ser, NÃO PODE! Eu fui enganada! Todo o dinheiro para o aluguel foi roubado!

Minha serenidade foi embora e eu fui caindo na realidade. Apenas fiquei olhando para seu rosto, não conseguia dizer uma palavra.

- Enfim, querendo ou não, eu não recebo a meses. Você sabe como as coisas são, não posso manter como está. Se não me pagar em 15 dias, vai ser despejada.

- Não, por favor. Você tem que entender, eu dei o dinheiro, juro que dei, mas fui enganada! - junto as mãos em forma de súplica

- Não me importa, deveria ter verificado antes. Arrume o dinheiro, ou está fora.- ele pisca algumas vezes, me entrega um papel e sai, me deixando ali sem saber o que fazer.

Ok, houve um dia em que veio um homem fazendo tudo o que disse que fez. Eu acreditei, porque ele estava tão bem vestido, era tão simpático, não imaginei que fosse uma pessoa má.

Tudo bem, tudo bem... Vai dar tudo certo. Respiro algumas vezes e decido ler o papel.

Qual é? Talvez não seja muito dinheiro.
Abaixo a cabeça para ver quanto eu devo e CARAMBA! $1.200,00!! Como vou pagar isso?!?

Meu corpo todo tremia, e as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Como pude ser tão burra em confiar em qualquer pessoa?

Sem saber o que fazer, entrei em casa e fechei a porta. Sentei no sofá e comecei a ler. Pelo o que dizia, era o aluguel de todo mês normal, mais $200 de juros. Eu realmente não sei o que fazer!

O que restou de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora