Capítulo 23

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Dylan narrando:

Terça feira, 7h.

Acordo com alguém batendo forte na porta, portanto me assusto. Como pode acordar outra pessoa dessa forma?
Levanto coçando os olhos sem entender nada.

- Já vou! - Abro a porta e dou de cara com meu pai.

- Finalmente acordou! Você viu que horas são? - Aponta para o relógio, onde eu consigo ver.

- Sete horas da manhã? Ainda estou no meu horário. - Olho com desdém ainda segurando na porta.

- Que história é essa da briga na festa de Darla Carter? Perdeu a noção? - Sua voz aumenta a cada segundo. E minha irritação também.

- Eu estava bêbado e perdi o controle. Já está tudo bem, não aconteceu nada demais. - Passo as mãos no cabelo.

- Nada demais?? Você por acaso leu qualquer jornal ou revista de fofoca? Você está em todas as capas. - Joga uma revista na minha cara, que logo cai no chão. Eu nem ao menos sabia da existência dela.

Isso só pode ser brincadeira! Quando me abaixo para pegar o que ele acabara de jogar, sinto uma dor inexplicável em minha barriga. Meu pai deu um pontapé tão forte que quase vomitei.

Cambaleei para o lado com as mãos na barriga e quase cai, mas me mantive em pé. Prometi a mim mesmo que nunca mais o deixaria fazer isso comigo.

- Isso é para você aprender a nunca mais... - Não deixei-o terminar a frase, acertei-lhe um soco na boca e logo em seguida outro no nariz.

Me afastei olhando o sangue escorrer em sua face assim como foi feito comigo dias atrás.

- Isso. - Apontei. - É para VOCÊ aprender a nunca mais me bater. - Dei ênfase na palavra "você" e fechei a porta em sua cara.

Neste mesmo momento ouço gritos de raiva.

- Você está ferrado na minha mão. Vou tirar tudo o que tem! - Grita esmurrando a porta. - Você nem ao menos é meu... - Para de falar. -Eu vou te matar, está me escutando?

- Não sou o que seu? Termina de falar, seu covarde! - Gritei do outro lado.

Não ouço mais nenhum barulho, provavelmente neste momento ele já teria saído.

Sentei na cama e respirei fundo, passando as mãos no cabelo e lembrando do que acabara de acontecer. Eu realmente esmurrei o meu pai? Se é que posso chamá-lo assim. Minha vontade nesse momento era de rir sem parar, mas eu estava muito preocupado para isso.

Meus olhos são logo direcionados para a revista no chão. Levanto-me e pego.
Não precisei olhar duas vezes para perceber que a minha foto estava na capa, com uma manchete em letra maiúscula:

"DYLAN PARKER, DONO DE EMPRESA MULTINACIONAL, É FLAGRADO BATENDO EM FÃ"

Fã?? Que merda de fã? Minha visão começou a ficar turva e eu só conseguia pensar nos cifrões a menos que perderíamos após isso.

Indo na página da notícia, lá dizia o nome da empresa; falava sobre a festa; que só parei de bater, pois fui tirado por uma menina de lá, e tinha até depoimento do homem em que eu bati.
Não estava acreditando naquilo.
Meu sangue fervia e minha vontade era de matar a pessoa que escreveu isso.

Respirei fundo e fui direto para a banheira, na tentativa falha de esfriar a cabeça.
Nada adiantou, nem o banho quente, o café da manhã esplêndido e muito menos dirigir em alta velocidade com meu Porsche pelas ruas de Manhattan. Tudo o que eu conseguia pensar era nesta bosta de revista.

O que restou de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora